Capítulo XXIII: Duro na queda.

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Como de costume, Alexandre é o primeiro a partir para o ataque. Com um brilho dourado ofuscante, a espada do rapaz abre um ferimento vertical nas costas do Ciclope, que se vira até ele com um soco, felizmente errando seu alvo. Alexandre parecia estar ficando cada vez mais proficiente nesses seus ataques impulsivos, já esperando retaliação de seus inimigos e se prevenindo contra eles. Pelo menos um de nós tem que melhorar.

— Vamos lá, Alex!

Noah grita enquanto corre na direção da batalha, chegando bem a tempo de pular por cima do soco do ciclope, socando-o em sua cabeça de cima para baixo, desequilibrando ele. Assim que o ataque conecta, o garoto de cabelo branco que estava lutando antes de chegarmos também se aproveita da oportunidade, socando a parte de trás do joelho do monstro, fazendo-o ajoelhar-se. Abrindo um sorriso de orelha a orelha, Noah executa um uppercut, e o ciclope logo cai de costas, atordoado. Os golpes deles estavam se conectando como se fossem premeditados, e se eu não soubesse da verdade, até diria que foram treinados.

Uma coisa é Noah e Alexandre, que mesmo tendo lutado poucas vezes juntos, já conheciam um ao outro o suficiente para entender suas forças. A verdadeira surpresa foi a sincronia entre Noah e o outro garoto, que derrubaram o monstro em tamanha sintonia que ele nem ao menos teve tempo de se defender.

Não demora muito para Kuta e Lucian se aproximarem da luta também, com o primeiro desferindo dois cortes no braço do monstro, enquanto Lucian chega pelo lado contrário e usa sua lâmina para tentar decapitar a criatura, porém o corte foi raso demais. O ciclope, certamente confuso e irritado, tenta desferir um soco em Lucian, que usa seu escudo para bloquear o ataque.

Vendo que eles pareciam ter tudo sob controle, eu solto um suspiro de alívio, mesmo sabendo que em um único erro tudo poderia mudar para pior. Sabendo que eu não seria útil para causar dano, eu foco em minha magia: a energia flui por todo o meu corpo, uma energia alegre e rejuvenescedora. Um brilho roxo é emanado pela palma de minhas mãos, e logo ela envolve todos na minha frente, incluindo o garoto de cabelo branco e o outro que estava jogado no chão. Suas feridas se fecham rapidamente, embora não seja o bastante para deixá-los bem de verdade.

— Continuem pressionando ele! — grito após murmurar minhas preces ao meu pai. — Não deixem ele se recuperar.

— Pode deixar! — Alexandre me responde, correndo na direção do filho de Zeus. — Lucian, sai da frente que atrás vem gente!

Sem dar tempo para seu colega responder, Alexandre salta e apoia um de seus pés nas costas de Lucian, pegando impulso e apontando sua lâmina para baixo. O rapaz parece cair como um míssil no chão, perfurando o olho do ciclope e atravessando até o chão com um som estrondoso. A criatura nem ao menos parece ter percebido o momento em que ela se transforma em poeira dourada, ainda com seus braços erguidos e sem ter sequer começado a se levantar.

Surpreendentemente, deu tudo muito certo. Ninguém se feriu, todos trabalharam tão bem que eu nem sei o que dizer. Quanto a mim, há um ditado que encaixa muito bem para o que eu faço: se não for ajudar, não atrapalha. E eu acredito que não atrapalhei em nada, então isso é uma vitória! A minha primeira vitória em muito tempo, aliás.

Tentando ser um pouco mais prestativo, corro até o garoto de cabelo branco, que por finalmente poder descansar parece começar a sentir o peso de seus ferimentos. Ele cai de joelhos e começa a respirar lentamente, seus olhos nublados e visivelmente desorientados. Mais uma vez extraindo a energia do meu pai que habita em mim, eu fecho mais feridas do garoto. Com um sorriso fraco, ele agradece:

— Valeu aí, cara.

Se aproximando rapidamente, a garota mais velha que estava atrás dele se ajoelha ao seu lado e plantas começam a surgir das frestas nas pedras que cobrem o chão, envolvendo-o e emitindo um brilho verde suave.

Os Heróis do Novo Olimpo: O Filho das ChamasOnde histórias criam vida. Descubra agora