•Kel•
Mesmo sendo de madrugada, a loja estava bem movimentada. Tentei me distrair ao máximo, na intenção de que as horas passassem rápido.
- Não tem leite normal? - perguntou uma cliente, com um olhar impaciente.
- Não, só de soja e banana mesmo. - respondi, mantendo a simpatia.
- Tá bom. - Ela colocou as compras na esteira e eu passei tudo no caixa.
- Dez dólares. - Ela me entregou a nota, e eu peguei o troco, passando os dedos pelo papel amassado.
- Obrigada. - disse ela, enquanto guardava as compras na bolsa.
- De nada, volte sempre. - Bocejei e saí de trás do balcão. Aproveitei que não havia mais clientes e virei a placa para "Fechado". Era hora de dar uma pausa.
Pego um pacote de bolachas, o aroma doce e amanteigado chamando minha atenção, e um suco de laranja, que passei no caixa e paguei. A embalagem era vibrante, prometendo refresco.
Sentei na mesa de costas para a porta de entrada, um hábito que me fazia sentir mais confortável. Peguei meu celular no bolso e olhei as mensagens de Keneka.
Kene🐿
"Pode deixar, meu amor."
Enviei a resposta e entrei no Instagram, começando a ver reels. Alguns vídeos eram hilários, outros apenas distrações.
De repente, escutei uma batida no vidro. Olhei, mas não vi ninguém. "Deve ser só impressão", pensei, tentando afastar a inquietação.
Bebi um gole do suco de laranja, sentindo o frescor, mas a sensação estranha persistia, como se alguém estivesse me observando. Olhei novamente para a porta. Desta vez, algo me fez levantar.
Caminhei até lá, ajustando a luz da loja, que parecia mais fraca a cada momento. Quando cheguei, vi uma sombra se afastando rapidamente, desaparecendo na escuridão da rua. Meu coração disparou. "Quem seria a essa hora?"
Voltei rapidamente para o balcão, fechando a placa de "Fechado" novamente. A adrenalina pulsava em mim. Minha mente corria: "Devo chamar alguém?" Peguei meu celular e chamei um Uber.
Enquanto esperava, arrumei tudo para sair. Liguei para minha mãe, mas ela não atendeu. Minha segunda opção era Keneka.
- Oi, tá tudo bem? - atendeu Keneka, sua voz soando preocupada.
- Estou me sentindo como se alguém estivesse me vigiando. - Tranquei a porta, sentindo um frio na barriga.
- Chama a polícia! - ela exclamou.
- Eu chamei o Uber. Acho que é só impressão, não sei.
- Tá, então vou te distrair enquanto isso.
- Por favor. - Sentei na cadeira, tentando me acalmar.
Keneka começou a contar sobre a pessoa com quem ficou na noite anterior, mas logo mudou de assunto, falando sobre irmos à Tailândia.
- Não sei se vou conseguir comprar o ingresso.
- A gente te ajuda com o dinheiro.
- Tá bom, combinado então. - Sorrir aliviada e olhei a notificação do Uber, informando que o carro havia chegado.
Olhei para fora da loja pelo vidro e não vi nenhum carro.
- O Uber chegou, vou desligar.
- Tá bom, quando chegar, me avisa.
- Certo. - Levantei.
Peguei minha bolsa e a caixa de bolachas, apagando a luz da loja. Destranquei a porta, abri e fechei em seguida, trancando-a.
Olhei o carro parando em frente à loja e conferi a placa. Me aproximei do veículo.
- Kel? - perguntou o motorista, um homem de aparência tranquila.
- Isso. - Entrei e fechei a porta logo em seguida. Coloquei o cinto de segurança e compartilhei a localização com keneka.
Abro a janela do carro que vira a esquina e lá eu vejo um homen estranho, de capuz branco me encarando. Não da pra ver muito seu rosto por conta da mal iluminação.Sinto meu corpo arrepiar então fecho novamente.
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MINHA AFILHADA IRRESISTÍVEL /LÉSBICA FAYE PERAYA
RomansaRio cresceu no orfanato lúpus,após viajar para Tailândia ela consegue alugar um quarto em uma casa de uma mulher muito atraente. Só não esperava que essa pessoa a conhecesse.