Capítulo 1 - O Retorno

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Perspectiva de Mon

Estou no avião, voltando para a Tailândia. Faz quatro anos que não coloco os pés no meu país. Fred vai fazer uma turnê por lá com a banda, então aproveitei para acompanhá-lo. Raramente o acompanho em turnês, mas esta é a oportunidade perfeita para visitar meus pais. Já faz anos que não os vejo, e eles ainda não conheceram o Luca. Desculpem, acho que estou indo muito rápido!

Bem, Fred é meu marido, nos casamos há quase quatro anos na Inglaterra, e Luca é nosso filho. Ele tem três aninhos e hoje é a primeira vez que anda de avião. Ele está fascinado com a vista, olhando pela janela, maravilhado com o quanto tudo parece pequeno visto de cima.

A saída do avião foi tranquila, e minha dupla nacionalidade facilitou todo o processo para o Fred e o Luca. Em pouco tempo, chegamos na área de desembarque, onde minha mãe nos aguardava com lágrimas nos olhos. Assim que a vejo, corro para os braços dela.

— Minha filha, que saudade! — diz ela, me abraçando forte, com lágrimas escorrendo pelo rosto.

Sinto outro abraço se juntar ao nosso: meu pai, Aon, nos envolve com seus braços.

— Mon, você não pode ficar tanto tempo sem vir nos ver — ele reclama com um sorriso carinhoso.

Eu me afasto, sorrindo, e puxo Fred e Luca, que estavam um pouco tímidos.

— Pai, mãe, este é o Fred, que vocês só conhecem por videochamada, e este pequenino é o Luca. — Coloco a mão na cabeça do meu filho. — Luca, esses são seus avós!

— Oi, avós — ele diz baixinho, encolhido de timidez.

Meu pai, sem perder tempo, pega Luca no colo, levando-o para perto dele e de minha mãe.

— Luca, é um prazer te conhecer! Estamos doidos para te mimar muito! — Meu pai ri, e Luca, com os olhinhos brilhando, responde curioso:

— Mimar?

— Significa que vamos fazer todas as suas vontades — meu pai explica, ainda rindo.

É incrível como meu pai nasceu para ser avô. Enquanto caminhamos até o estacionamento, meu coração fica aquecido ao ver Luca tão confortável no colo dele. Quando chegamos na casa dos meus pais, eles haviam preparado meu antigo quarto para nos acomodar. Luca estava exausto e acabou dormindo no carro, então o coloquei para tirar uma soneca antes de ir para a sala conversar com meus pais.

— Como foi a viagem? — Meu pai pergunta.

— Foi ótima, mas estamos exaustos — respondo, alongando o corpo cansado.

— Filha, descansem um pouco. Não precisam ficar aqui agora. Temos muitos dias pela frente para conversar — sugere minha mãe, me vendo bocejar.

— Mãe, se você não se importar, vou tirar uma soneca. Estou morta de sono — respondo, sorrindo. — Vamos, Fred?

Nos despedimos e fomos para o quarto. Fred apagou em segundos, já que passou a noite anterior ensaiando com a banda. Eu quase adormeci também, mas o celular começou a apitar. Estiquei a mão para pegá-lo, mas percebi que era o de Fred. A notificação apareceu na tela, e, sem querer, acabei lendo a mensagem.

"Já chegou? Amanhã diz pra ela que tem ensaio e vem pra minha casa."

Meu coração deu um pulo. O número era desconhecido, mas a mensagem era clara. Eu sabia que, durante as turnês, Fred já tinha se envolvido com outras pessoas, mas preferi fechar os olhos. Na verdade, eu fechava os olhos a muitas coisas.

Perspectiva de Sam

Era de manhã, e eu já estava há mais de vinte minutos tentando convencer minha filha a se vestir para a creche. Ela insistia em ir de vestido, e quando Sasi teima, minha vida vira uma novela.

Mon & Sam - Reencontro InesperadoOnde histórias criam vida. Descubra agora