Capítulo 12 - Khun Saaaaam

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Perspectiva de Sam

Meus lábios haviam tocado os de Mon, e por um momento o mundo pareceu parar. Era como se tudo ao nosso redor tivesse desaparecido. Eu descobrira que, se a fizesse reviver nossos momentos, pequenos fragmentos da sua memória voltavam. No entanto, o toque dela... aquele beijo que me queimava por dentro, parecia não ter o efeito que eu esperava.

Eu me afastei um pouco, encarando seus olhos confusos. Como se aquele momento entre nós fosse algo estranho, algo fora de lugar.

— Nosso beijo te fez lembrar de mais alguma coisa? — perguntei, com o coração apertado, a esperança ainda pulsando em cada batida.

Ela hesitou, piscando algumas vezes antes de balançar a cabeça lentamente.

— Não... — A voz dela soava distante, como se tentasse entender o que acabara de acontecer.

Dei um passo à frente, tentando me aproximar outra vez, acreditando que, se continuássemos, talvez... só talvez...

— Quem sabe, se a gente se beijar de novo... — murmurei, com a voz carregada de desejo e urgência, me inclinando em sua direção.

Mas antes que eu pudesse me aproximar, senti suas mãos suaves, mas firmes, em meus ombros, me impedindo de ir além. O toque dela era delicado, quase um pedido de desculpa silencioso.

— Não faz isso... — disse Mon, sua voz baixa, com suas mãos ainda sobre meus ombros.

— Foi um mau beijo? — perguntei, com o coração acelerado, a ansiedade corroendo cada pedaço da minha confiança. Fazia tanto tempo... tantos anos sem sentir os lábios de alguém nos meus. Será que eu tinha esquecido como se faz? Será que tinha sido um desastre?

Ela balançou a cabeça rapidamente, os olhos arregalados como se quisesse me tranquilizar.

— Não! Não foi isso... Foi ótimo, Sam, de verdade. Mas... — Sua voz falhou, ela lutava para encontrar as palavras certas, e eu podia ver a batalha interna acontecendo em seu rosto.

— Mas o quê? — pressionei.

Ela respirou fundo, seus olhos fugindo dos meus, e então disse, hesitante:

— Sam, eu sempre te admirei... sempre te achei incrível. Só que eu sempre fui... meio... — Ela pausou, mordendo o lábio como se tivesse medo de completar a frase. Sua cara estava vermelha.

Eu fechei os olhos por um segundo, sentindo a pontada no peito, e então, soltando um suspiro cansado, completei para ela:

— Minha fã. — As palavras saíram amargas, um desabafo frustrado. Eu revirei os olhos, tentando disfarçar a dor que aquilo me causava. — Eu sei, Mon. Você sempre me viu como um ídolo.

Ela abaixou as mãos dos meus ombros, dando um passo para trás, ajeitando-se. Os olhos dela, aqueles que um dia me olhavam com tanta intensidade, agora tinham algo... algo que me incomodava profundamente. Ela me via como uma figura distante, inalcançável, alguém de quem ela sabia detalhes triviais, como meu falso gosto por gatos e por vermelho. Eu estava aqui, no presente, lutando por ela. Mas Mon ainda estava presa no passado.

Ela olhou para mim uma última vez, nervosa, suas palavras saindo apressadas:

— Eu preciso ir, Sam... Vou buscar o Luca e... e vou indo. — Sua voz tremia levemente, e ela já começava a se mover, seus gestos desajeitados como se estivesse fugindo de uma situação desconfortável. — Foi bom te ver.

E antes que eu pudesse responder, Mon praticamente saiu correndo, deixando para trás o cheiro suave de seu perfume e uma sensação esmagadora de derrota.

Mon & Sam - Reencontro InesperadoOnde histórias criam vida. Descubra agora