Capítulo 3 - Eu A Vi

538 66 42
                                    

Perspectiva de Sam

M: Bem, vou deitar meu menino. Foi bom falar com você.

Boss: Espera.

Meu "espera" ficou sem resposta. Fui até o bar da minha casa e enchi mais uma taça de vinho. Sentei no sofá, mergulhada em pensamentos. Será que eu estava imaginando coisas, ou realmente estava falando com Mon? Depois de algumas taças, o álcool começou a fazer efeito, e acabei adormecendo no sofá, com o celular ainda na mão.

Acordei na manhã seguinte com a voz suave da minha empregada me chamando. Ela já estava com Sasi no colo, ainda meio sonolenta.

- Khun Sam, por favor, acorde.

Me espreguicei e estendi os braços para pegar minha filha.

- Tome um banho, Khun Sam. Desculpe, mas a senhora está cheirando muito a álcool.

Cheirei minha roupa e percebi que ela tinha razão. Levantei-me e fui tomar um banho rápido. Ao sair do chuveiro, peguei o celular e vi que não havia mais mensagens no aplicativo. Suspirei, frustrada. Desci para o café da manhã e coloquei Sasi no meu colo enquanto a alimentava.

- Mamãe, hoje não faz aviãozinho? - ela perguntou, notando minha distração.

Sorri, mesmo com a cabeça longe.

- Claro que faço, filha.

Com isso, peguei a colher e comecei a fazer o famoso "aviãozinho" até a boca dela, arrancando gargalhadas.

Depois de terminar de alimentar Sasi, esqueci de comer e saí apressada para levá-la à creche. Pelo caminho, ela cochilou novamente, ainda era muito cedo. A poucos metros da creche, avistei uma mulher andando de mãos dadas com um garotinho. O menino segurava a mão dela com a direita e a de um homem com a esquerda. Mas o que me prendeu a atenção foi a mulher. Cabelos castanhos claros, lisos, caindo pouco acima dos ombros. Havia algo naquele andar desajeitado que me era incrivelmente familiar.

Fiquei tão hipnotizada que não percebi o sinal verde nem as buzinas insistentes dos carros atrás de mim. Meus olhos estavam fixos naquela figura. Seria ela? Estava um pouco longe e de costas, então não dava para ter certeza. Mas tudo ficou claro quando vi dois rostos conhecidos se aproximando daquele trio: Yuki e Tee.

Sem pensar, peguei o celular e liguei para Tee.

- Alô?

- Sam?

- Essa é a Mon? - perguntei, ainda tentando focar o casal à distância.

- Sam, onde você está? - Tee perguntou, e a vi olhar ao redor até que finalmente encontrou meu carro. - Você está provocando um engarrafamento!

Eu estava pronta para sair do carro e ir até lá, mas então olhei para o banco de trás e vi minha filha dormindo. Fiquei paralisada, dividida entre duas realidades. Do outro lado da linha, Tee ainda falava.

- Sam, vá levar sua filha à creche. Prometo que, quando terminar aqui, te encontro. Tenha calma.

Desliguei a chamada, meus olhos cruzando os de Tee à distância. Relutante, voltei para o carro e fui até a creche de Sasi. Quando a deixei, tentei sorrir o máximo possível para não preocupar minha menina. Mas, assim que voltei para o carro, agarrei o celular e mandei uma mensagem para Tee:

"Tee, onde vocês estão? Vou aí agora!"

Perspectiva de Mon

Combinei de encontrar Yuki e, finalmente, conhecer sua namorada. Fomos para uma esplanada, e, sinceramente, a namorada dela parecia ter engolido um garfo. Tensa, agarrada ao celular o tempo todo. A Yuki é tão animada que eu esperava uma namorada mais descontraída, com um sorriso fácil, mas a realidade era bem diferente.

Mon & Sam - Reencontro InesperadoOnde histórias criam vida. Descubra agora