Capítulo 15 - Volta Para Inglaterra

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Perspectiva de Sam

Mon ainda estava deitada na areia, tentando recuperar o fôlego, enquanto eu acariciava seu cabelo e traçava delicadamente as linhas de seu rosto. Seu olhar, mesmo cansado, ainda carregava aquele brilho de desejo que sempre me derretia por dentro. Ela havia acabado de se lembrar de um dos momentos mais intensos que vivemos juntas, logo após minha avó tentar nos separar. Eu sabia que a Mon de antes ainda não estava completamente de volta, mas seu corpo... seu corpo sabia que pertencia a mim, e isso me dava esperança. Era como se eu tivesse recebido uma segunda chance de reconquistá-la, e eu faria de tudo para não perder isso.

Ela suspirou fundo, sorrindo de leve.

— Te deixei na mão de novo, não é? — Disse ela, um sorriso malicioso surgindo em seus lábios.

— Não tem problema. — Respondi com um sorriso cúmplice.

— Vamos resolver isso, me dá só um minuto pra recuperar o fôlego. — Ela riu, aquela risada leve que me fazia sentir em casa.

O som da sua risada me deixava ainda mais encantada. Eu sabia que, naquele momento, não era só o corpo dela que reconhecia o meu, era algo mais profundo. Algo que talvez nem ela conseguisse compreender, mas que eu sentia com toda a intensidade.

— Ok, estou melhor. Vem cá. — Ela disse, me puxando para mais perto.

Mas, como se o universo quisesse nos testar, meu celular começou a tocar incessantemente. Suspirei, frustrada.

— Mon, eu tenho que atender... Pode ser a Sasi. — Disse, a contragosto, tentando afastar a urgência que sentia de estar ali, só com ela.

— Ó meu Deus, já é noite! Deve ser tardíssimo! — Ela exclamou, saltando da areia e procurando seu celular, os cabelos ainda cheios de grãos de areia.

Me levantei devagar, enquanto a sensação de culpa começava a crescer dentro de mim. Atendi a chamada e senti um aperto no peito quando ouvi que a creche estava para fechar e minha filha ainda estava lá, esperando por mim. A culpa me invadiu como uma onda, me sentindo a pior mãe do mundo por ter perdido a noção do tempo.

— Mon, eu preciso ir. — Falei rapidamente enquanto abotoava minha camisa às pressas. — Sasi ainda está na creche.

Antes de sair, parei por um instante e olhei para Mon, que ainda sacudia a areia dos cabelos e da roupa, a imagem dela tão natural e vulnerável ali me partiu o coração.

— Mon... — Chamei, minha voz quase um sussurro.

— Sim, claro... Vai. Coitadinha da menina. — Disse ela, sem olhar para mim, concentrada em se limpar.

— Mon... — Insisti, e quando finalmente ela levantou o olhar para mim, respirei fundo, tentando conter a urgência que brotava em meu peito.

— Não desaparece. — Pedi, quase implorando, meu coração apertado com a ideia de perdê-la de novo.

Ela sorriu suavemente.

— Não vou a lugar nenhum. — Disse, me tranquilizando com sua voz doce.

Peguei minha bolsa, o coração ainda pesado, e saí correndo em direção ao carro, ansiosa para buscar minha filha, mas com Mon ainda dominando todos os meus pensamentos.

Perspectiva de Mon

Vi Sam se afastar rapidamente, cada passo dela parecia levar um pedaço de mim junto. Fiquei ali, parada, olhando-a desaparecer na distância, meus sentimentos todos confusos, embaralhados. Era como se eu estivesse assistindo ao meu próprio coração se afastar, correndo na direção oposta, e, ainda assim, eu não conseguia entender completamente o que aquilo significava. Respirei fundo, ajeitei minhas roupas e me dirigi ao carro, tentando organizar meus pensamentos. Dirigi em silêncio até a casa dos meus pais.

Mon & Sam - Reencontro InesperadoOnde histórias criam vida. Descubra agora