Capítulo 11 - Chamcham da Monmon

541 80 34
                                    

Perspectiva da Mon

Finalmente, minhas dores de cabeça estavam mais controladas. As meninas já tinham me dado água, e agora eu estava sentada à mesa com elas, um pouco mais tranquila.

— Está melhor, Monzinha? — perguntou Jim, a mulher que eu havia acabado de conhecer há dias.

— Sim, obrigada. — respondi, tentando esboçar um sorriso.

Meu filho brincava com a filha de Sam, e os dois, claramente entediados, estavam se divertindo incomodando os empregados. Eu sabia que deveria chamá-lo à atenção, mas simplesmente não tinha energia para isso naquele momento.

— Mon, a Yuki nos contou sobre o divórcio... — disse Kate, sua voz carregada de preocupação.

— Yuki! — ralhei, sentindo o calor subir ao meu rosto enquanto meus olhos a fuzilavam.

— Mon, não ralha com ela — interveio Kate, com uma calma acolhedora. — Você não sabe, mas somos suas amigas de longa data. Há alguns anos, você teria corrido até nós para contar tudo.

O sorriso dela era afetuoso, cheio de energia, mas eu sentia um peso em cada palavra. Ela continuou:

— Dei à Yuki o contato de excelentes advogados. Eles vão te ajudar. E não se preocupe com os honorários, eu cuido disso.

— Obrigada, mas eu não posso aceitar. — respondi, sentindo meu rosto corar de embaraço. — Desculpa, Kate, mas... eu nem te conheço.

O sorriso de Kate se desfez. Vi a dor cruzar seu rosto, como se minhas palavras tivessem lhe acertado em cheio. Mais uma vez, eu estava magoando alguém. Parecia ser a única coisa em que eu era boa ultimamente. Eu iria magoar meu filho com o divórcio, já estava machucando Sam há anos, e agora até essas mulheres, que só queriam me ajudar, estavam sofrendo por minha causa.

Kate respirou fundo, tentando disfarçar sua decepção, e respondeu, com uma doçura que quase me fez chorar:

— Se for mais fácil para você, seus pais se lembram de mim. E sua melhor amiga também. Sou amiga da sua família, Mon. Aceita minha ajuda. — Ela então olhou para Luca, que brincava inocente, e sorriu. — Além disso, já me apaixonei por aquele menino. Faria qualquer coisa por ele.

— Vou pensar no que você disse. Obrigada, Kate. — respondi, me sentindo desconfortável com a generosidade dela.

Yuki colocou a mão suavemente sobre meu braço, tentando me trazer de volta à conversa:

— Mon, o que te levou a pedir o divórcio?

— Você mesma me disse para pedir! — retruquei, confusa.

— Sim, mas você não é do tipo que faz algo só porque eu sugeri. Sua vida seria mais simples se fosse, mas essa não é a realidade, não é? — Yuki me olhou de forma questionadora.

Meus olhos foram atraídos para Sam, que estava sentada do outro lado da mesa. Ela me encarava intensamente, e por um momento me perdi na profundidade do olhar dela. Aqueles olhos... cheios de dor. Senti meu coração se partir, mas não podia explicar o que realmente acontecera com Fred, não ali, não na frente dela. Não importava o quanto Sam mexesse comigo, ela ainda era uma estranha para minha mente confusa, e eu não tinha o direito de sobrecarregá-la com meus problemas.

— Eu te conto depois — murmurei, desviando o olhar, tentando encontrar um refúgio no silêncio.

— Não precisa — disse Kate, com um tom brincalhão, quebrando o momento. — Assim que você contar para Yuki, ela vai correr para nos contar.

A audácia dela me pegou de surpresa, e meus olhos se arregalaram de choque. Olhei para Yuki, incrédula:

— Você está contando nossas conversas?

Mon & Sam - Reencontro InesperadoOnde histórias criam vida. Descubra agora