Capítulo 25 - Samsam

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Perspectiva de Sam

Não foi um dia fácil na praia. Ver Mon e Fred discutindo sobre como educar Luca e saber que não era meu lugar me meter foi difícil. Nunca fui de ficar calada, e foi um esforço enorme me conter para não gritar com aquele idiota. Na verdade, não sei se algum dia terei um papel na educação de Luca e do Feijão, como carinhosamente o apelidei. Depois de sair da praia, dei uma passada rápida em casa para pegar algumas roupas minhas e da Sasi e voltei para a casa dos pais de Mon, a pedido dela. A casa é pequena, e me sinto desconfortável. Preferia que ficássemos na minha, mas sei que, se sugerisse isso, ela poderia pensar que estou querendo convidá-la a voltar a morar comigo. E não sei se ela está pronta para isso. Na verdade, nem sei em que ponto estamos.

A senhora Pohn colocou um colchão grande no chão do quarto de Mon, onde deitamos Luca e Sasi. Mon ficou lendo histórias para eles até que os dois caíram no sono. Agora, ela está no banho, enquanto eu estou deitada na cama, presa nos meus pensamentos, que logo se dissipam com seu retorno e o beijo suave que ela me dá nos lábios.

— No que você está pensando tão concentrada? — ela pergunta, puxando os lençóis para se sentar ao meu lado.

— Estava pensando no nosso dia na praia — respondo. — E em que papel eu vou ter na sua vida... na vida do Luca e... bem, do Feijão também.

Mon estava concentrada, passando creme nas mãos e no rosto, sentada na cabeceira da cama.

— E que papel você quer ter? — ela pergunta, como se fosse simples.

— Mon, Luca e o Feijão têm um pai — suspiro. — Não é como se eu pudesse simplesmente... Bem, quando você vai contar ao Fred sobre o Feijão?

Ela coloca o creme de lado e se ajeita na cama, virando-se para mim.

— Khun Sam, nós não seremos o primeiro casal a lidar com filhos de outros relacionamentos. E, mais uma vez, sei que isso não era o que planejamos...

— Somos um casal? — interrompo, precisando finalmente de uma resposta.

— Somos? — ela devolve a pergunta, me encarando.

— Me responde, Mon.

Ela pega minhas mãos e respira fundo antes de falar.

— Espero que seja isso que você quer, porque eu não consigo nos imaginar de outra forma senão juntas.

— Eu também não nos imagino de outra forma — respondo com firmeza.

— Khun Sam, mesmo que nossa relação não seja novidade para nós, ela é para nossos filhos. Eu quero que você faça parte da vida do Luca e do Feijão, assim como, se me permitir, quero fazer parte da vida da Sasi. Mas eles ainda são muito pequenos, e Luca claramente morre de ciúmes da Sasi. Vamos precisar ir com calma, habituá-los à nossa relação e à presença uma da outra.

— Mon, quando você vai contar para o Fred sobre o Feijão? — repito, preocupada. — Ou você está pensando em esconder isso?

— Eu não posso esconder isso dele. Esse filho é dele, Khun Sam. E, eventualmente, ele vai descobrir. Seria matemática básica — ela responde, encostando-se à cabeceira com frustração. — Mas ainda não sei quando vou contar.

— Talvez seja melhor esperar até resolver a questão da guarda do Luca — sugiro, com medo de que Fred crie outro escândalo por causa do Feijão também.

Mon começa a acariciar sua barriga, que ainda está praticamente lisa.

— Talvez seja melhor, sim — ela concorda, pensativa.

Uns dias depois...

Estávamos tomando café da manhã com Tee, Yuki, Jim e Kate. Sasi ainda dormia no colo de Mon, com as perninhas enroscadas ao redor de sua cintura, a cabeça encostada em seu peito e a chupeta na boca. Mon estava distraída conversando com nossas amigas, balançando as pernas devagar para embalar Sasi, e aquela cena me pegava de um jeito que eu mal conseguia prestar atenção na conversa. Enquanto isso, Luca estava sentado ao lado de Mon, comendo um bolinho com tanta concentração que a cobertura já tinha sujado suas bochechas rosadinhas, mas ele nem parecia perceber.

Mon & Sam - Reencontro InesperadoOnde histórias criam vida. Descubra agora