05. A dança das marionetes.

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| Narração:

Solicitado à presença do Papa Gregorius, o capitão dos templários, Alain Leone se dirige à igreja, antes de entrar, faz uma pequena reverência em respeito à deusa. Os mosaicos coloridos de puro vidro, em cada janela, trazem uma diferente cor para o pacífico interior do local. À frente, no altar em que o clérigo se encontrava, possuía uma aura pesada, o que fez o loiro ter um pequeno estranhamento, antes de assentar-se na primeira fileira, segurando firme o cordão com o símbolo do lírio branco por cima de sua armadura.

— Ah, a propaganda das outras nações hoje em dia, desvirtuando muitos a acreditarem em falsos deuses. — Suspirou a figura de autoridade na Catedral. — Leone, vejo em ti um sábio e resistente rapaz, sempre lutando contra as garras do profano, sempre contando com a graça que lhe foi dada. Aceitar a presença divina em sua vida, ao contrário de alguns, lhe trouxe até aqui, livre das trevas.

O cavaleiro se sobressaltou, tais palavras fincavam seu coração como uma profunda lâmina, mas de uma maneira reconfortante, ele não podia ser mais agradecido do dia em que a graça concedida em sua vida o salvou de um rebanho de cães infernais, a brilhante luz criou um escudo que o protegeu de todo o mal, vindo de sua própria devoção. Ou ao menos, era como o jovem via o acontecimento. Gregorius prosseguiu:

— São pessoas como você que podem espalhar o milagre que lhe foi dado, salvando o mundo da escuridão. Nunca falhe, seja como o rígido tronco da árvore, assim, nenhum mal lhe atingirá.

Isso seguiu o comandante pelo resto do dia, sua proteção e seu dever. Era seu único propósito, sem o controle total, sem a voz de sua criadora em sua mente, não valia a pena viver. Ele foi cumprimentado por seus homens, assim, preparando seus cavalos para partirem. Um gatinho branco, portando um pequeno de chapéu de bobo da corte, este que o Papa notou de relance, correu dali, deixando um rastro mágico em magenta. Um sorriso formou-se no rosto do senil, que apenas retornou para sua cabine no confessionário.

| Ponto de vista: Sun

Acordei um pouco mais cansado que o normal, até ver um gato com um chapéu engraçado na minha frente. Não é alguma alucinação por causa da estafa mental, ou é?

— Shh. Não se assuste. A senhorita Moreau quer te ver outra vez, encontre-a antes de meio-dia. — Ergui uma sobrancelha, sem entender nada. Pra me confundir mais ainda, o bichano ainda desapareceu após explodir em fogos de artifício.

Recolhi meus pertences, deixei me sugarem mais moedas, então parti para a cidade outra vez. Cidadãos, a pé ou de carroça conversavam ou passavam em silêncio por entre as ruas e os estabelecimentos, eu pude notar que, em uma lata de lixo próxima, alguma coisa se mexia. A curiosidade me venceu, ao abrir a tampa, cobri meu nariz e não pude conter minas risadas ao ver o Jack abraçando seus joelhos lá dentro, apertado pelos sacos de descarte.

— Ei, cara, sai daí. Tu vai atrair a atenção de todo mundo com esse fedor de gambá. — Ele só olhou pra cima, onde eu me encontrava, olhando de volta.

— Pra sua informação, monsieur, eu sou procurado por essas bandas. Minha gangue enfrentou o enforcamento, eu não. Mas não porque quis abandonar o barco enquanto ele afundava, eu só... Queria mudar, deixar de fazer as mesmas coisas de sempre. — Suspirou, direcionando seu olhar pras botas sujas. — Uma freira, padeceu da epidemia fazem uns dois anos. Ela era uma alma gentil, me aconselhou a seguir meu coração e tomar outro rumo.

Eu chutei a lixeira, fazendo ele pular pra fora dela. Mesmo que estivesse fedendo e me encarando com as sobrancelhas franzidas, o ajudei a levantar, trazendo surpresa a sua face.

— Aí, não tinha nada menos esquisito não? Por um momento, achei que tava querendo me dar uma surra, garoto.

O ar saiu rapidamente pelo meu nariz, seguido de uma risada.

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