29
A entrada do palácio era ainda mais estonteante vista de perto. Inúmeras conchas coloridas com as mais variadas cores e tamanhos enfeitavam os muros que nos levavam cada vez mais para dentro. O som das cascatas enchiam os ouvidos enquanto atravessamos o arco principal em direção a um enorme salão. Pilastras de mármore branco estavam espalhadas nos oito cantos enquanto cortinas de seda branca sacudiam com os ventos. Do lado de fora o céu azul parecia uma pintura junto das nuvens que flutuavam calmamente pela abobada celeste.
—Acho que nunca vou me acostumar com essas coisas...
Sussurrei enquanto acompanhava Eylef. Ao nosso redor inúmeras figuras se espalhavam pelo enorme salão, todos com roupas pomposas nos mesmos tons azul e branco, além é claro, das máscaras.
—Fique atenta.
A voz da raposa me fez lembrar do motivo de estarmos ali. Imediatamente senti meu sangue gelar.
—Ainda dá tempo de mudar de ideia...
Ignorando meus protestos, Eylef continuou em frente parando próximo a uma das pilastras. Olhando para cima percebi que outro andar se estendia sobre nossas cabeças enquanto algumas torres se intercalavam por passarelas também de mármore, no entanto, o mais impressionante era o imenso oceano que se estendia a perder de vista na região leste.
—Eylef...olha!
Senti os olhos da raposa seguirem os meus mas o efeito não foi o mesmo.
—É apenas água.
—Não deixa de ser impressionante.
—Não estamos aqui para apreciar a paisagem.
—Nunca estamos...
Sem vontade de dar seguimento aquela conversa me escorei na pilastra fria enquanto mais pessoas se aglomeravam no salão. O corpo do baile parecia ser formado inteiramente por casais, os homens vestiam-se como Eylef, mas suas máscaras eram diferentes, tanto em formato quanto em adornos, o mesmo valia para as mulheres que, além das mascaras, usavam enfeites nos cabelos, pescoço e braços.
—Elas parecem muito bonitas, não acha? Algumas estão com adornos feitos inteiramente de ouro.
Senti os olhos da raposa sobre mim, mas não tive vontade de encara-lo, apenas continuei observando o movimento quando senti algo tocar meu cabelo.
—O que está fazendo?
—Apenas fique quieta.
Confusa, fiz como ele mandou. Segundos depois senti Eylef me soltar deixando um peso a mais em meu cabelo. Ao levar a mão no lugar senti uma longa fita prender meus fios em um penteado simples. Antes que eu pudesse dizer alguma coisa Eylef foi mais rápido tomando a frente.
—Não entenda errado, nenhuma das outras mulheres está sem penteado, isso podia estragar seu disfarce.
Ainda surpresa com sua atitude passei a mão mais uma vez na fita antes de me virar para ele.
—Se você não fosse tão rabugento eu te daria uma abraço, sabia?
—Não diga asneiras, veja, o baile vai começar.
A multidão havia se afastado do centro do salão onde um homem com uma mascara de peixe tomou o lugar. Suas roupas eram diferentes bem como os adornos em sua mascara, pareciam pedras preciosas, todas unidas tão perfeitamente que criavam uma espécie única de coroa incrustrada na mascara, no entanto, o que mais chamava atenção era o colar em seu pescoço onde uma pedra azul como o oceano refletia a luz do sol. Não foi preciso olhar duas vezes para entender que aquela era relíquia que procurávamos.
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Corpo e alma, a pior das maldições (Projeto em fase de criação)
Fantasía"O monstro do poço" foi assim que Sophie o conheceu através das terríveis histórias que passaram de geração em geração, um lembrete a quem fosse esperto o suficiente para ouvir e acatar as ordens de quem detinha o poder, no entanto, quando ela mesma...