Capítulo 12

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Comentem bastante pra me incentivar a continuar, galera :)
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HAZEL

A noite tinha passado estranhamente rápido. Depois da pizza e do filme, Billie ficou por ali por mais um tempo, mas evitava qualquer menção ao que tinha acontecido antes. Eu também não tocaria no assunto. Não sabia exatamente o que fazer com aquilo. Mas, agora que minha febre tinha baixado um pouco e meu corpo se sentia menos pesado, os pensamentos na minha cabeça começaram a se acumular, cada um mais confuso que o outro.

Ainda deitada na cama, eu olhava para o teto, revivendo o momento que quase aconteceu entre nós. Nossas respirações tão próximas, o silêncio denso que preenchia o quarto... Tudo parecia tão certo e, ao mesmo tempo, tão errado. Não sabia o que pensar sobre isso, e o jeito que Billie agiu depois, como se não fosse grande coisa, só me deixava mais desconcertada.

Ouvi o som de passos no corredor de novo e rapidamente me sentei. Eu sabia que era ela. Billie abriu a porta devagar, carregando outra bandeja com chá e alguns biscoitos.

— Como você está se sentindo? — perguntou, os olhos ainda evitando os meus.

— Melhor. Bem melhor, na verdade — respondi, tentando soar o mais casual possível. Mas havia uma tensão entre nós que não conseguia ignorar.

Billie assentiu, colocando a bandeja na mesa de cabeceira ao lado da cama. Ela ainda parecia desconfortável, como se também não soubesse lidar com o que quase aconteceu. Eu não podia culpá-la, eu mesma não sabia.

O silêncio que se instalou foi quase insuportável. Queria dizer algo, qualquer coisa, para aliviar o peso entre nós, mas as palavras simplesmente não vinham. Finalmente, Billie quebrou o silêncio.

— Desculpa por aquilo... — A voz dela era hesitante, quase cautelosa. — Acho que as coisas... quase saíram do controle.

Eu me virei para encará-la, sentindo meu coração acelerar. Quase saíram do controle? Eu não sabia como me sentir sobre isso.

— Por que você está pedindo desculpas? — perguntei, tentando controlar o tom da minha voz. — Aconteceu alguma coisa?

Billie hesitou, suas mãos passando nervosamente pelos cabelos.

— Não aconteceu, mas... poderia ter acontecido. E... eu não sei se isso seria uma boa ideia — Ela me olhou, como se estivesse esperando alguma reação minha.

Aquelas palavras me atingiram como um soco no estômago.

Não era uma boa ideia?

Algo dentro de mim se agitou. Claro, fazia sentido que não fosse uma boa ideia, mas ouvir isso em voz alta, de Billie, doeu mais do que eu estava disposta a admitir.

— Entendo — foi a única coisa que consegui dizer, tentando manter a calma, mas minha voz traiu a leve frustração que eu sentia.

Billie suspirou, caminhando de um lado para o outro no quarto.

— Não é que eu... — Ela parou, tentando encontrar as palavras certas. — Não é que eu não... — Ela fechou os olhos por um segundo, respirando fundo. — Você sabe o que quero dizer, Hazel.

Na verdade, eu não sabia. Nada disso fazia sentido. Me levantei da cama, a tontura quase desaparecida, e cruzei os braços, me obrigando a encará-la.

— Não, eu não sei, Billie. O que exatamente você quer dizer? — A frustração estava começando a transbordar. Eu precisava de clareza, e a forma evasiva dela não estava ajudando.

A BABÁ QUE EU ODEIO - B.EOnde histórias criam vida. Descubra agora