Duas semanas se passaram desde aquela noite em que adormeci nos braços de Billie. Eu não conseguia tirar da cabeça todos os momentos que passamos juntas, mesmo com a incerteza sobre o que éramos ou o que seríamos. Ainda não tínhamos conversado sobre isso, e confesso que o medo de estragar tudo me fazia evitar o assunto.Além disso, uma dúvida constante rondava minha mente: como meus pais reagiriam? Eles eram muito religiosos, e mesmo que eu nunca tenha tocado no assunto de relacionamentos com eles, sabia que essa revelação poderia ser... complicada.
Com apenas uma semana para o retorno deles, senti a pressão aumentando. Eu não sabia o que fazer, nem o que Billie pensava sobre tudo isso, mas, por enquanto, tentar manter o clima leve parecia a melhor opção. Felizmente, nos últimos dias, Billie e eu aproveitamos bastante.
Era sexta-feira à tarde, e eu estava sentada em uma sorveteria com alguns amigos: Tomás, Adrian e Lia. Eles eram um grupo divertido e sempre me faziam esquecer as preocupações, ao menos por um tempo.
— E então, Haze, qual vai ser o rolê hoje? — perguntou Tomás.
— Hum… acho que vou ficar em casa — respondi.
— Ficar em casa? Com a Billie? — brincou Adrian, lançando um olhar zombeteiro.
Tomás lançou um olhar de relance para Adrian, mas logo disfarçou com uma risada.
— Não sabia que babás eram tão… interessantes — disse Tomás, com um tom de provocação que me fez revirar os olhos.
— Billie não é apenas “interessante” — soltei, antes de perceber. A reação deles foi imediata, e Adrian começou a rir.
— Ah, sabia! Você está completamente apaixonada por ela. Confessa, Haze! — ele provocou, rindo.
Lia entrou na conversa, também rindo.
— Está tudo bem, Haze. Pelo jeito, ela cuida de você bem demais!
Revirei os olhos, fingindo indiferença, mas por dentro, minha mente estava a mil. Eu sabia que algo entre Billie e eu estava crescendo, mas lidar com isso enquanto fingia que tudo estava normal era complicado
Quando a noite chegou, uma mensagem da Billie apareceu na tela do meu celular.
> Quer que eu vá te buscar?
Eu sorri para a mensagem, sentindo aquela familiar sensação de ansiedade no peito. Estava cada vez mais difícil esconder o que estava acontecendo entre nós, mas não queria pensar muito nisso agora. Era só um dia normal. Ou era?
> Sim, por favor. Te vejo daqui a pouco.
Fui até o ponto de encontro. Quando o carro de Billie apareceu, meu corpo se aqueceu, como sempre acontecia. Entrei no carro e, antes que eu pudesse falar algo, ela me olhou com aquele sorriso tranquilo, eu amo o sorriso dela.
A viagem até minha casa foi tranquila, com Billie dirigindo calmamente, mas seus olhos não deixaram de me observar de vez em quando. Estava confortável. Enquanto Billie dirigía, a sua mão foi até minha coxa.
Ela a colocou ali, delicadamente, como se fosse algo natural. O toque era suave, mas havia um toque de carinho em cada movimento. Ela começava a fazer círculos lentos com os dedos, acariciando a parte interna da minha coxa de uma forma que me fez prender a respiração.
— Sabe, Haze... — ela disse, com uma voz mais baixa, como se estivesse tentando desviar do assunto, mas seus dedos não paravam de fazer movimentos suaves e quase hipnóticos. — Que tal a gente ir ao parque no sábado?
Eu não sabia se a proposta era para tirar um pouco da tensão, mas a ideia parecia boa. Era uma maneira de passar o tempo juntas antes dela oficialmente ir embora.
— Um parque? Humm, não sei... — comecei, tentando manter a voz calma, mas a sensação do toque de Billie ainda estava me afetando, e eu não conseguia me concentrar completamente. — Mas acho que seria divertido, na verdade.
Billie sorriu, sem dizer mais nada, mas a pressão da sua mão na minha coxa aumentou um pouco, como se quisesse garantir que eu estivesse completamente ciente da presença dela.
Chegamos em casa em silêncio. Depois de entrarmos e nos acomodarmos, Billie jogou as chaves na mesa e se virou.
— Então... o que você acha de assistirmos um filme? — ela sugeriu, com um sorriso.
— Pode ser.
Fui até o sofá e me joguei ali, tentando relaxar. Billie se sentou ao meu lado e logo pegou o controle da TV, começando a procurar algo para assistir. Eu me sentia estranhamente calma e inquieta ao mesmo tempo, a proximidade dela estava me afetando mais do que eu queria admitir.
Começamos a assistir a um filme qualquer. A cada movimento de Billie, eu sentia como se a distância entre nós fosse ficando menor, como se a energia entre nós fosse se tornando mais intensa e incontrolável.
Ela se aproximou um pouco mais e, quando o filme parecia ter nos distraído, ela colocou a mão na minha perna novamente, dessa vez um pouco mais firme. Eu quase congela com o toque. O ar ao nosso redor parecia mais espesso.
— Haze... — Billie murmurou, sua voz baixa, enquanto me olhava de um jeito que me fez engolir em seco. — Você sabe que não dá para continuar assim, né?
Eu não consegui responder imediatamente. A proximidade dela me fazia sentir tantas coisas diferentes, mas não sabia o que fazer com isso. Ela não parava de acariciar minha perna, subindo um pouco mais até chegar perto do meu quadril, com seus dedos delicados, mas provocantes.
— Billie... — minha voz saiu um pouco mais baixa — O que isso significa? O que nós somos?
Ela parou por um momento, respirando fundo, e olhou diretamente para os meus olhos. Não havia mais espaço para fingir que nada estava acontecendo entre nós. Eu estava completamente ciente do desejo no ar, e, pelos olhos dela, sabia que ela também sentia o mesmo.
— Eu não sei, Haze... — ela disse, com a voz rouca, antes de se inclinar ligeiramente para mais perto de mim, a respiração quente sobre minha pele. — Mas eu sei que não consigo mais me afastar, eu gosto de você, eu quero você.
E, antes que eu pudesse pensar em mais alguma coisa, ela me beijou. Não foi um beijo qualquer. Foi intenso, profundo. O toque da sua mão foi para o meu rosto, e então ela me puxou para mais perto, explorando minha boca com urgência.
Eu correspondi com a mesma intensidade, sentindo meu corpo inteiro reagir a ela. Era impossível ignorar o que estava acontecendo agora. Tudo que eu sentia estava transbordando, e não havia mais volta.
O filme ainda estava rolando ao fundo, e a realidade, por mais que tentássemos empurrá-la, estava prestes a invadir de novo.
Eu estava completamente perdida no toque de Billie, sentindo cada movimento dela com uma intensidade que me surpreendia. A maneira como ela me olhava, como sua respiração ficava mais rápida, tudo parecia se intensificar com cada segundo que passava.
Nosso beijo havia se aprofundado, e, embora a suavidade ainda estivesse lá – uma chama que crescia dentro de mim. Billie estava mais perto do que nunca, e, quando seus dedos traçaram um caminho leve por meu pescoço, a sensação me fez arrepiar por inteira.
— Eu quero você...— ela sussurrou contra meus lábios, sua voz baixa e rouca, como se estivesse tentando controlar a emoção que escapava em cada palavra.
Eu só consegui fechar os olhos por um momento, absorvendo a sensação de sua presença.
Billie era tudo o que eu queria, e eu sabia que estava me permitindo, completamente, sem receios.
Continua...
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. . .Acho que vocês merecem mais um capítulo com hot antes do retorno dos pais da Haze.
Aproveitem para conferir minha outra fanfic, "Um Par para o Natal" – espero que gostem!
Beijinhos 💋
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A BABÁ QUE EU ODEIO - B.E
FanfictionHazel, uma jovem de dezoito anos, se vê presa em uma situação que ela jamais imaginou: seus pais, durante uma viagem de duas semanas, decidem deixá-la aos cuidados de Billie Eilish, uma garota apenas dois anos mais velha e por quem Hazel nutre um ód...