Entre rivais e desejos

8 Tensão Irresistível

No dia seguinte, Simone decidiu que não podia mais ignorar a tensão crescente entre ela e Soraya. O clima estava pesado demais, e se continuassem assim, o ambiente de trabalho se tornaria insuportável. Ela sabia que precisava resolver as coisas, mesmo que isso significasse uma conversa difícil.

Com determinação, Simone saiu de sua sala e marchou em direção ao escritório de Soraya. O coração batia rápido, mas ela se obrigou a manter a calma. Sabia que Soraya estava evitando o confronto, mas isso não poderia continuar. Se não resolvessem logo, ambas seriam prejudicadas — não só emocionalmente, mas também no trabalho.

Quando chegou à porta de Soraya, Simone hesitou apenas por um segundo antes de bater e entrar, sem esperar uma resposta. Soraya, que estava sentada em sua cadeira lendo documentos, levantou os olhos com surpresa.

— Simone? O que você está fazendo aqui?

Simone fechou a porta atrás de si e foi direto ao ponto.

— Nós precisamos conversar agora, Soraya. Não dá mais para continuar desse jeito.

Soraya franziu o cenho, já se sentindo na defensiva.

— Do que você está falando?

Simone deu alguns passos à frente, a frustração estampada em seu rosto.

— Você sabe muito bem do que estou falando — disse ela, sua voz mais firme agora. — Essa tensão entre nós. Esse silêncio. Se continuarmos assim, o ambiente de trabalho vai ser um desastre! Eu não posso mais fingir que está tudo bem, porque claramente não está.

Soraya fechou os olhos por um breve momento, tentando se controlar. A presença de Simone era como um gatilho, e tudo o que ela vinha tentando reprimir estava prestes a explodir.

— Simone... — começou Soraya, se levantando de sua cadeira e dando alguns passos na direção de Simone. — Eu só preciso de tempo para... para processar as coisas. Eu...

— Tempo? — interrompeu Simone, a frustração transbordando. — Nós não podemos continuar assim, Soraya! Eu não sei o que fiz de errado, mas preciso que você me diga. Você começou a agir de forma tão distante, como se eu fosse o problema!

Enquanto falava, Simone se aproximava ainda mais de Soraya, e sem perceber, Soraya recuava. Até que, ao dar mais um passo para trás, Soraya tropeçou e bateu com força no canto de sua mesa.

— Ai! — exclamou Soraya, levando a mão ao quadril, onde havia se machucado.

Simone, imediatamente preocupada, deu mais um passo em sua direção, estendendo a mão para ajudá-la.

— Soraya, você está bem?

Mas Soraya, movida pela frustração e pela dor, levantou a mão, sinalizando para que Simone não se aproximasse mais.

— Não, eu não estou bem! — disse Soraya, sua voz mais alta do que pretendia, refletindo tanto sua dor física quanto emocional. — Isso... isso não pode continuar assim, Simone. Eu não suporto mais essa tensão entre nós! Eu... eu preciso de explicações!

Simone, agora parada a alguns passos de distância, ficou em silêncio, processando as palavras de Soraya. O olhar dela oscilava entre a culpa e a confusão, sem saber ao certo o que dizer.

— Eu... eu só queria entender o que está acontecendo — murmurou Simone, finalmente, sua voz mais suave. — Por que você está se afastando de mim?

Soraya respirou fundo, sentindo a pressão das palavras que ainda não conseguia dizer. Sabia que estava se distanciando de Simone para proteger a si mesma, mas naquele momento, todo o peso daquela decisão parecia esmagador.