12 Despedida Inacabada

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Um mês depois

As duas se sentaram em uma pequena mesa de café, o ambiente era tranquilo, mas a tensão entre elas era palpável. Soraya olhava pela janela, observando as pessoas passarem, enquanto Simone mexia nervosamente na xícara de café.

"Soraya, eu... eu pensei muito sobre isso," começou Simone, quebrando o silêncio. "Eu acho que o melhor é nos afastarmos uma da outra."

Soraya virou-se para ela, seu coração apertando. "Eu também pensei sobre isso. Não quero que nos machuquemos. É complicado demais, e, acima de tudo, somos políticas. Nossos maridos, nossas carreiras..."

Simone assentiu, sentindo o peso da decisão. "Eu não quero que você sinta que precisa esconder algo por minha causa. Eu quero que você siga em frente. É melhor assim."

"Sim, é o melhor. Eu não posso continuar nessa confusão. Nós duas temos responsabilidades, e isso não pode nos atrapalhar," Soraya disse, olhando nos olhos de Simone. "Vou me afastar, e espero que você faça o mesmo."

"Então, estamos de acordo?" perguntou Simone, sua voz trêmula.

"Sim," respondeu Soraya, sentindo uma tristeza imensa invadir seu coração. "É hora de nos despedirmos. Não podemos mais nos procurar, não podemos nos encontrar. Isso só vai complicar ainda mais nossas vidas."

Simone desviou o olhar, lutando contra as lágrimas. "Eu nunca vou esquecer de você, Soraya. Você sempre terá um lugar especial na minha vida."

"E você também, Simone. Mas agora precisamos nos concentrar em nossas carreiras, em nossas famílias. O que tivemos foi especial, mas não podemos mais continuar assim," Soraya disse, sua voz cheia de emoção.

"E o que você vai fazer depois?" Soraya perguntou, lembrando-se do que havia ouvido.

"Eu aceitei o ministério que Lula me ofereceu. Vou me dedicar a isso

Soraya assentiu, entendendo a decisão de Simone. "Isso pode ser o que você precisa. Mas quero que você saiba que estarei aqui, mesmo à distância."

"Eu também quero que você saiba disso, Soraya. Nós duas precisamos nos focar em nossas carreiras e em nossas famílias, mesmo que isso signifique que teremos que nos afastar uma da outra," Simone disse, sentindo uma mistura de tristeza e alívio.

Elas se entreolharam, cientes de que estavam tomando a decisão certa, mesmo que fosse difícil. Soraya se levantou e abraçou Simone, desejando que o tempo que tinham juntas fosse suficiente para curar o que sentiam.

Quando Soraya e Simone se separaram do abraço, o ar entre elas ficou denso. Elas ficaram se olhando fixamente, com a respiração entrecortada. A tensão era palpável, e nenhuma das duas sabia como continuar a conversa.

"Eu...," começou Soraya, mas as palavras ficaram presas na garganta. O olhar de Simone era tão intenso que ela mal conseguia se concentrar. "É só que... isso é tão complicado, não consigo parar de pensar em você."

Simone sorriu de maneira travessa, tentando quebrar o gelo, mas sua voz saiu mais suave do que pretendia. "Eu também, mas sabemos que não podemos..."

"Isso é uma barbaridade," disse Soraya, quase sussurrando. "Eu preciso de você, Simone. Não consigo continuar ignorando isso."

"O que estamos ignorando? O fato de que estamos ficando loucas uma pela outra?" Simone respondeu, rindo nervosamente. "É uma loucura!"

Ambas ficaram em silêncio, olhando a boca uma da outra. Era como se o mundo ao redor tivesse desaparecido. Soraya deu um passo mais perto, e seus corações batiam forte.

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