Entre rivais e desejos

29 A Verdade que nos Une

Soraya chamou César e pediu o divórcio porque não seria capaz de olhar nos olhos dele. "César, precisamos conversar," disse ela, a voz tremendo. "Eu... eu não posso continuar assim. Eu pedi um tempo, e preciso ser honesta com você. Não posso ficar com você sabendo que amo outra pessoa."

César suspirou do outro lado da linha. "Soraya, você tem certeza disso? Nós construímos uma vida juntos."

"Eu sei, mas eu não posso negar meus sentimentos. Eu quero me separar. Não quero mais viver nessa mentira."

"Eu entendo, mas e o nosso filho?" perguntou César, a preocupação evidente em sua voz.

"Eu vou sempre cuidar do Bernardo, e quero que tenhamos uma boa relação por causa dele," respondeu Soraya, decidida. "Mas não posso mais ser sua esposa."

César, com lágrimas nos olhos e o celular apertado contra o peito, perguntou a Soraya: "Com quem você me enganou, Soraya? Quem é essa pessoa que fez você querer acabar com tudo?"

Soraya hesitou por um momento, sentindo o peso da verdade em suas palavras. "César, não é justo que eu te diga isso. Eu... eu me apaixonei por alguém. Alguém que me faz sentir viva de uma forma que você não consegue mais."

"Quem é essa pessoa?" ele insistiu, a dor evidente em sua voz. "Você sempre foi tão sincera comigo. Não posso acreditar que tudo isso acabou assim."

"Eu não posso te dizer. Não quero te machucar ainda mais," Soraya respondeu, tentando conter as lágrimas. "A única coisa que posso afirmar é que eu preciso ser feliz e não posso fazer isso ao seu lado."

"É Simone, não é?" César disse, a voz carregada de desespero. "Você está falando dela. Eu sempre soube que havia algo entre vocês."

Soraya sentiu seu coração acelerar, sem saber como responder. "César, eu... eu não posso falar sobre isso agora. É complicado."

"Complicado? Você estava com ela enquanto estava comigo, Soraya! Como você pode fazer isso?" ele gritou, a dor evidente em suas palavras.

"Não era assim que eu queria que as coisas terminassem," Soraya disse, a voz trêmula. "Eu nunca quis te machucar. Você é uma pessoa boa, e eu não deveria ter deixado as coisas chegarem a esse ponto."

"Mas chegou. Você tem que ser honesta comigo. Você ama Simone?" César perguntou, sua voz mais calma, mas cheia de expectativa.

"Eu... não sei. O que eu sei é que preciso de espaço para entender meus sentimentos. Eu sinto muito, César," ela respondeu, a tristeza pesando em cada palavra.

César ficou em silêncio do outro lado da linha, processando o que acabara de ouvir. "Só espero que você encontre a felicidade que procura, mesmo que isso signifique ficar com ela."

"Fale com nosso filho," disse César, a voz tremendo de emoção. "Você tem que vir a Mato Grosso e contar a verdade para ele. Bernardo também merece saber a verdade, e não através de um telefone."

Soraya sentiu um nó na garganta ao ouvir isso. "César, eu não sei se estou pronta para isso. Não quero machucar nosso filho mais do que já machuquei você."

"Ele precisa entender, Soraya. Ele precisa saber por que as coisas mudaram entre nós. E é melhor que você conte a ele pessoalmente, em vez de ele ouvir por outras pessoas," César insistiu.

"Eu vou pensar sobre isso," Soraya respondeu, tentando manter a voz firme, mas as lágrimas começaram a escorregar pelo seu rosto. "Eu quero fazer isso da maneira certa."

"Eu só quero que você seja honesta com ele. O que quer que você decida, tenha certeza de que é o melhor para ele. Você ama nosso filho e eu sei que você fará o que é certo," disse César, sua voz um pouco mais suave.