So High School

Labyrinth

Sofia Santino
(Música do capítulo: Labyrinth — Taylor Swift)

Queria entender o porquê que depois de alguns copos, a Eduarda ficava tão atraente. Ou ela era sempre assim? Acho que quando ela estava mais solta e despreocupada era atraente.

Por que estou achando ela assim se eu literalmente namoro? E por que estou doida para sentir o gosto do seus lábios?

Fazia 3 dias que não tinha contato algum com Carlos. Ele mal se importou de mandar mensagem e muito menos eu. Não iria dar o braço a torcer, não tão facilmente. Era sempre eu e aquilo tinha que mudar. Acho que a foto no story que o deixou mais bravo, talvez por esse motivo que não disse nada até agora.

Beber com os amigos para esquecer dos problemas pareceu uma boa ideia e uma oportunidade perfeita.

Não foi. Foi uma ideia terrível. Parecia que o meu cérebro havia derretido e a única coisa que ele pensava e conseguia prestar atenção era na Duda. Estava perdida no labirinto da minha mente e a única saída era olhar nos olhos dela. Por quê? Também queria saber.

Talvez a frustração da briga com meu namorado tenha sido a culpa disso. Ou talvez era a quantidade exagerada de bebida ingerida. Poderia ser seus flertes tão descarados. Ou seu conjunto de calça preta com uma camiseta de banda, que estava a deixando tão atraente que doía; ou seu delineado impecável sempre impecável e cabelo perfeitamente ondulado de babyliss. Não sei. Mas a mistura de tudo aquilo estava me deixando confusamente atraída.

Eu estava quase jogada em cima dela enquanto todos conversavam. Não conseguia não ficar assim, era inevitável. E por incrível que pareça, não achava ruim, estava realmente gostando.

Éramos assim o tempo todo ou era só uma coisa que acontecia recorrentemente nesses últimos dias?

Maldita foi a brincadeira proposta pelo Lusca. Por culpa dela que estava desse jeito. Tão inexplicavelmente quente e ansiosa.

Imaginar como seria ficar com ela me deixou assim, desesperada. Não. Não podia sentir isso. Precisava romper, me livrar e demolir esse sentimento.

No momento em que o meu suposto "amigo" — o xinguei tanto — perguntou se eu ficaria com ela, minha respiração falhou. 

Ela tinha uma certa expectativa em minha resposta. Todos tinham. Num passado não muito distante eu responderia sem pestanejar. Talvez no presente também. Mas não poderia parecer estupidamente desesperada em beijar minha melhor amiga. Eu não estava.

Ou estava?

Não estava.

Tentaram me ajudar na resposta, piorando as coisas, perguntando se em uma situação hipotética ficaria.

Seria errado dizer que a situação nem precisava ser hipotética?

Estou louca. Completamente insana e desmiolada.

No instante em que ela fugiu, minhas pernas agiram mais rápido que meu cérebro e a seguiram. Não dei o comando a elas, foi simplesmente natural e automático. Não tinha pretensão nenhuma para que a situação que estávamos, acontecesse. Era um espaço apertado. Já havíamos estado ali antes. Não dessa maneira. Nunca dessa maneira. Ou já, mas nunca tinha dado a devida atenção. Era estranho, mas era bom. Não me sentia culpada, era como se fosse natural e certeiro.

Acho que eu realmente tinha entendido errado quando fui dizer que tudo era brincadeira. Por que estava tão chateada assim, ou sei lá? Ela queria dizer outra coisa? Não conseguia decifrar a mensagem que queria passar através de seus olhos. Acho que nunca tinha os visto assim. Intenso, matador, sufocante.