Cor De Marte

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Sofia Santino
(Música do capítulo: Cor De Marte — ANAVITÓRIA)

Como poderia explicar para o meu, quase ex, namorado que ele estava completamente certo em sentir ciúmes porque a primeira coisa que fiz antes mesmo de terminar com ele foi beijar sim a minha melhor amiga?

Pelo menos não precisaria pensar nele, conversar, ou vê-lo. Na verdade, desde que brigamos, não pensei um segundo sequer. Como poderia pensar tendo a Duda de companhia?

Ela foi tão cuidadosa e gentil comigo bêbada, de uma maneira que eu definitivamente não merecia. Esse era o jeito dela comigo, muitas coisas eu não merecia e ela fazia mesmo assim. Talvez faria o que fez com qualquer um, mas preferia pensar que era algo exclusivamente meu.

Muitas coisas eu preferia imaginar ou não imaginar um segundo sequer. Imagine ela namorando com alguém? Seria estranho, acho que vomitaria na rua. Por quê? Não sei.

Eu sei que ela é minha melhor amiga e que deveria desejar coisas boas para ela, mas essa "coisa boa" eu não consigo desejar. Talvez o motivo de sua vida amorosa estar tão parada, era minha energia negativa sobre. Acho que ninguém seria capaz de amá-la da forma certa, ninguém a merecia.

Não sabia que estava com fome até provar de seus lábios. Acho que não iria conseguir mais me controlar depois de ter experimentado. Como pude demorar tanto?

Tudo bem que foi ela que me deu um fora, mas existiu outras oportunidades depois daquilo que eu poderia ter aproveitado.

Pensei que havia conseguido superar, seguir em frente, mas talvez não. Talvez aquele calafrio que me atingia toda vez que ela falava comigo ou me tocava, nunca saiu. E se saiu, voltou com tudo. No momento em que nossos lábios se encostaram, parecia que estava me teletransportando para a noite que nos conhecemos. Só que com pensamentos e vivências diferentes.

Definitivamente não mudaria nada do passado, porque foi o que fez chegarmo-nos até ali. E eu amava cada coisa que havíamos vivido.

Eu queria mais daquela Duda, sinto que tive apenas um vislumbre do que ela era realmente capaz de fazer, e estava disposta a descobrir todo o resto.

Quando voltei com mais uma garrafa de vinho lacrada, ela ainda estava parada na mesma posição, com uma expressão de choque, provavelmente tentando assimilar os últimos cinco minutos.

— Está bem? — Sentei do seu lado, perguntando e encarando-a.

— Sim, — pigarreou — tudo certo. Que horas são? — Perguntou tentando mudar de assunto, ou realmente queria saber as horas.

Meu celular estava no braço do sofá, bem do seu lado esquerdo. Usei aquilo ao meu favor, quase subindo em cima dela só para, supostamente, pegar o celular.

Ela me olhou de uma maneira tão quente que pude sentir tudo queimar com o seu olhar. Não consegui me controlar, tive que roubar um beijo seu.

— Ei, quem deixou? — Ela perguntou com um falso descontentamento.

— Achei que tinha passe livre para te beijar sempre que eu quisesse.

— E quem disse que eu quero te beijar?

Que audácia!

— Não quer? — Negou com um sorriso preso nos lábios — Uma pena, vou achar outra que queira. — Fiz um bico, cruzei os braços e virei a cara. Sempre adorei brincar com ela assim, e agora que estávamos em um clima tão diferente, tinha necessidade de fazer isso.

— Calma lá, também não é assim. — Virou meu rosto — Esse bico está muito grande, só tem um jeito de tirar ele... — Começou a dar selinhos. Eu estava irredutível, por isso, começou a espalhar beijos pelo meu rosto inteiro. Fazia cócegas. Não consegui segurar a gargalhada.

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⏰ Última atualização: 2 days ago ⏰

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