So High School

Um Amor Puro

Eduarda Hippler
(Música do capítulo: Um Amor Puro — Djavan)

Era inimaginável o amor que tinha dentro do meu peito. E a cada dia ele florescia mais e mais.

"Minha queridíssima, Duda,
Por favor, nunca se esqueça que o Sol se levanta e se põe com seu sorriso.
Pelo menos para mim, você é a única coisa nesse mundo que merece devoção.

OBS: use sua roupa mais linda (você fica bem com tudo) para sairmos hoje a noite. Te pego às 21h.

Sofia."

Ela não existe, não é possível.

Havíamos ido à praia de manhã, e após o almoço, fomos dormir. Novamente, quando acordei, Sofia não estava mais na cama. Deixou apenas o bilhete — que foi a coisa mais linda que eu já li.

Claro que obedeci suas instruções, ela mandava eu obedecia. Entretanto, se estava planejando algo, eu também poderia surpreendê-la.

Antes de me arrumar, fui atrás de uma floricultura e comprei suas flores favoritas. Lírios brancos.

Eu nunca entendi o porquê de amar tanto aquelas flores, mas ela amava.

Vesti, como sempre, uma calça jeans reta preta, com um cinto de emo e um cropped azul. Claro que meu coturno não poderia ficar de fora.

E como prometido, às 21h, Sofia estava na porta do nosso quarto, tocando a campainha. Peguei seu buquê, as chaves, uma bolsa para o celular e fui atender a porta.

Ela estava parada, com um sorriso enorme e um pouco nervosa.

— Para você. — Dei o buquê.

— Meu Deus, Duda, são lindas. — Cheirou as flores — Você lembrou.

— O que se trata de você, eu nunca esqueço. — Eu disse e ela me deu um selinho.

Não sei de onde ela havia tirado aquele carro, mas ele estava ali, especialmente para aquela noite, pronto para nos dar carona ao restaurante que ela havia escolhido.

— Você está maravilhosa. — Ela disse, enquanto abria a porta do passageiro para mim.

— E você também, como sempre. — Falei elogiando-a de volta. Ela vestia seu clássico vestido vermelho.

O caminho até o restaurante não foi longo. Era um lugar chique, próximo a orla da praia.

— Tenho uma reserva no nome de Sofia. — Ela disse à recepcionista.

A mulher chamou pelo garçom que nos levou até a mesa. O local era rústico e elegante. Tinha mesas do lado de fora, e do lado de dentro. Tudo estava organizado nas cores branca e vermelha. Nossa mesa ficava mais ao fundo, próximo a janela.

Sofia dispensou o rapaz quando ele tentou puxar a cadeira para mim. Ela mesmo fez isso, tentando me impressionar.

Estava impressionada.

— Nosso primeiro encontro, estou nervosa. — Disse respirando fundo, passando a mão sobre a toalha de mesa.

— Nervosa por que?

— Porque é você. — Respondeu sorrindo e me olhando.

Olhamos os cardápios que estavam dispostos sobre a mesa. Até o cardápio era chique. As mesas já estavam com duas taças com água.

— Eu sempre quis saber o porquê de você gostar tanto de lírios. — Falei passando a mão sobre a boca da taça.

Bebeu um pouco de sua bebida, respirou fundo e ponderou sobre a minha dúvida.