The Greatest

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Eduarda Hippler
(Música do capítulo: The Greatest — Billie Eilish)

Não. Eu não estava vendo aquilo. Com certeza eram os efeitos colaterais da grande dose de adrenalina que havia sido exposta há poucos minutos atrás.

Meu mundo literalmente parou. Era como se tivesse levado um soco no meio do estômago, que doía muito e deixava minha visão turva.

Eu me sentia como uma adolescente boba, tola e enganada.

Precisava sair dali, precisava tirar aquela cena da minha cabeça. Ela sabia que eu era tola por ela.

Passei correndo entre os meninos, não queria que me vissem chorando. Mesmo assim, pude ouvi-los conversarem.

— Duda? Onde você vai? — O Gab perguntou preocupado.

— Acho que já entendi o que aconteceu. Fiquem aqui. — Caick disse antes de vir atrás de mim.

Eu não queria ninguém me seguindo, eu só queria deitar no chão e chorar até se afogar nas minhas próprias lágrimas. Eu queria minha mãe e a minha gata.

Estava desnorteada para chegar até o banheiro, só fui correndo reto até achar a saída.

— Duda, espera! — Ouvi o Caick gritar meu nome. Não parei do mesmo jeito.

Só parei quando minhas pernas falharam, quase me fazendo ir ao chão, se não fosse o Caick me segurando a tempo.

— Você corre muito rápido. — Ele disse segurando no meu pulso. Abracei seu tronco e desabei — Ah, certo. — Ele passava a mão no meu cabelo, tentando transmitir algum conforto. Eu só precisava de alguns segundos para me recompor.

Ficamos assim por muitos segundos.

— Está mais calma? — Perguntou-me olhando preocupado, secando as lágrimas que ainda estavam molhadas em meu rosto.

— Sim. Eu vi a Sofia com o Carlos. — Disse em meio a soluços.

— Imaginei que fosse isso. Você não falou para ela dos seus sentimentos, né? — Ainda segurava meus braços, e nos levou até um banco de cimento.

— Não. — Respondi me sentando — Mas ela me disse que iria terminar por minha causa. Gostaria muito de saber o que se passa com ela, só que ela é quase uma incógnita para mim. Quando eu penso que está tudo bem, tudo vai mal, exatamente igual agora. Pensei que depois de todos esses anos, conseguiria ler ela facilmente, mas aparentemente não.

— Às vezes eles só estavam conversando. — Tentou ver o lado bom onde não existia.

— Não, Caick. Ela estava beijando ele, com a boca que me beijou a minutos atrás. Com a boca que disse que estava com ciúmes de mim ontem. Com a boca que elogiou meus olhos e que disse que sou mais importante que ele. Com essa boca que ela estava beijando-o.

— Eu não sei nem o que dizer.

— Está tudo bem. Eu só preciso de um tempo para aceitar que fui uma completa otária por ela.

— Você não vai conversar para saber se é realmente isso?

— Não agora. Nesse momento, quero que ela e ele se enfiem um no cu do outro. Se eu for atrás agora, vou falar muita merda e chorar, preciso me recompor primeiro. E eu acho que ela quem precisa vir até mim se explicar, o mínimo se tivesse responsabilidade emocional.

— Ainda quer sair? Qualquer coisa, podemos ir lá em casa e a gente faz alguma coisa para você se distrair.

— Não. Vamos sair, eu quero beber.

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