- fogo

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Contém gatilhos


Marinette estava deitada, olhando para o teto da cela, exausta de ficar presa naquele lugar. De repente, o som metálico de chaves balançando ecoou pelo corredor, fazendo todas as prisioneiras se encolherem. Charles entrou, com sua presença imponente e perturbadora, o rosto ainda marcado pelas feridas que ela mesma havia causado. Ele caminhava com um sorriso maligno, suas palavras carregadas de arrogância e crueldade.

— Ora, ora, minhas cachorras... — Charles murmurou, deslizando as chaves pelas grades das celas, como se estivesse decidindo com quem iria "brincar" naquela noite. Seus olhos se moviam lentamente de uma prisioneira para outra, até que ele parou diante da cela de Marinette.

No canto, disfarçado como um servo, Félix observava tudo atentamente. Seu coração batia rápido, mas ele sabia que precisava manter a calma para não ser descoberto. Ele esperava o momento certo para agir.

Charles se aproximou da cela de Marinette, seus olhos brilhando de prazer e raiva. As feridas em seu rosto, deixadas pela última vez que Marinette lutou contra ele, ainda não haviam cicatrizado. Ele tocou uma delas com um dedo, o sorriso frio se espalhando pelo rosto.

— Lembra disso, Marinette? — Ele falou, sua voz carregada de veneno enquanto acariciava a cicatriz. — Você me deu essas marcas, e por isso, vou garantir que o resto da sua vida aqui seja... inesquecível.

Marinette, apesar de cansada, levantou-se devagar, mantendo uma postura desafiadora. Ela não demonstraria fraqueza, especialmente não para ele.

— Você não é nada além de um covarde — ela respondeu, com firmeza na voz. — Precisa prender mulheres indefesas para se sentir poderoso. No fundo, sabe que é um fracasso.

Charles sorriu, um sorriso gélido e ameaçador.

— Ah, minha querida duquesa... suas palavras são afiadas, mas aqui elas não têm valor algum. — Ele se aproximou mais da grade, os olhos examinando o rosto dela com cuidado. — Quem sabe o que será de você amanhã? Talvez eu devesse escolher outra diversão. Ou... terminar o que começamos naquela noite?

Antes que pudesse ir mais longe, Félix ajustou-se disfarçadamente no canto da cela. Ele sabia que qualquer movimento precipitado colocaria todos em risco, mas cada segundo se tornava um tormento ao ver Charles se aproximar de sua esposa.

Charles lançou um olhar desprezível a Marinette, o sorriso cruel nos lábios, mas ao invés de abrir sua cela, voltou-se para Kyoko, que o observava com olhos firmes, embora sua respiração acelerada traísse o medo.

— Mas... — ele disse, deslizando os dedos pela grade da cela de Marinette, quase como se estivesse se deliciando com o poder que detinha. — Hoje, eu não estou afim de brincar com você, duquesa. — Ele se virou para Kyoko, seus olhos brilhando de perversidade. — Hoje, quero você.

Félix sentiu o sangue gelar nas veias. O pavor tomou conta de seu corpo ao ver Charles se aproximar da mulher que ele amava. O sorriso no rosto de Charles só aumentava a tensão que preenchia o ar. Félix apertou os punhos com força, sabendo que sua chance de agir estava próxima, mas ele precisava ser inteligente. Qualquer erro poderia custar a vida de Kyoko e de Marinette.

Kyoko tentou manter a calma, seus olhos rapidamente encontrando os de Félix. Ele a observava com uma mistura de angústia e promessas silenciosas. Ela sabia que ele faria de tudo para protegê-la, mas até quando?

— Ah, vai ser uma noite interessante... — Charles murmurou, abrindo lentamente a cela de Kyoko, pronto para arrastá-la.

Félix sentiu a agonia crescer. Ele precisaria agir rápido, mas ao mesmo tempo, Charles estava cercado de guardas. Se quisesse salvar Kyoko e Marinette, teria que pensar em algo inesperado.

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