— Você tem uma linhagem real, Adrien, e agora deve escolher o seu destino. O título de Imperador seria uma nova era para nossa nação, mas o título de Duque também carrega seu próprio poder e responsabilidade.
Adrien, ainda em choque, levantou a cabeça lentamente. Embora o fardo fosse imenso, ele sabia que não podia evitá-lo. Contudo, havia algo que ele precisava expressar.
— Não esperava que isso fosse acontecer tão cedo — disse ele com a voz rouca, quase num sussurro, mas repleta de significado. — Sei que muitos desejariam essa posição, mas não é o que meu coração almeja.
Adrien respirou fundo e continuou, agora com uma humildade e sinceridade que tocaram a todos na sala.
— O que eu peço, Majestade, é que a terra de Boulogne seja devolvida em nome de minha esposa, Marinette, e de nossa família. É o que nos pertence por direito… as raízes da nossa linhagem. Não quero um título de imperador, nem desejo a grandeza que ele carrega. Quero apenas viver ao lado da mulher que amo, como seu esposo, e preservar o legado que nos foi deixado.
A sala mergulhou em silêncio, os conselheiros e até mesmo Chloé pareciam surpresos pela simplicidade e honestidade do pedido de Adrien. A maioria esperava que ele exigisse glória, poder, mas ele surpreendera a todos ao escolher um caminho diferente.
Chloé, após um momento de reflexão, esboçou um leve sorriso. O pedido de Adrien era incomum, mas justo e digno.
— Muito bem, Adrien Agreste — respondeu ela, sua voz carregada de respeito. — Seu pedido será considerado, e discutiremos a devolução das terras de Boulogne à sua família. Vejo que sua lealdade é mais ao seu coração do que a um título. Isso é algo raro… e digno de admiração.
Adrien assentiu, sentindo um peso ser tirado de seus ombros. Ele queria apenas viver em paz com Marinette, longe das intrigas da corte, e esperava que aquele pedido selasse seu desejo por uma vida mais tranquila ao lado dela.
Chloé, ao final da reunião, lançou um último olhar para Adrien, vendo nele um homem que realmente entendia o que era valorizar o amor e a simplicidade. Ela sabia que poucos teriam a mesma coragem de fazer essa escolha.
Do lado de fora, Marinette estava sozinha no jardim, tossindo violentamente enquanto gotas de sangue escapavam de sua boca.
— Não… não… por favor, não… — murmurou ela, desesperada, ao ver mais sangue do que antes. — Eu não quero morrer…
Plagg, que passeava pelo jardim, avistou a duquesa ajoelhada no chão, lágrimas escorrendo pelo rosto e o desespero em sua expressão. Ao ver o sangue nos lábios dela, seu coração se apertou de preocupação.
— Marinette?! — O pânico foi tão grande que ele nem se preocupou em chamá-la por títulos de nobreza. — Meu Deus… o que aconteceu para você estar assim? — perguntou, enquanto passava delicadamente um lenço no canto da boca dela, limpando o sangue.
— Plagg… você… você devia ver isso… — respondeu ela, ofegante, a voz embargada pela fraqueza, enquanto tentava esconder sua vulnerabilidade.
Ele a olhou com seriedade e preocupação.
— Deixa de lado esse orgulho e me conta o que está acontecendo com você! — pediu ele, a voz firme, mas o olhar cheio de compaixão.
Marinette olhou para Plagg com os olhos marejados, sua respiração fraca e o orgulho dando lugar a uma tristeza profunda. Ela tentou esboçar um sorriso, mas a dor a impediu.
— Plagg… eu… — murmurou, hesitante, fechando os olhos como se precisasse de forças para dizer o que tanto guardava. — Eu… estou doente… — A voz dela falhou, e lágrimas silenciosas começaram a rolar por seu rosto. — Não sei se… se vou viver… — Ela soluçou, deixando-se desabar como uma criança.
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Segunda Chance
FantasyMarinette Agreste, uma jovem duquesa, se vê revivendo sua vida após uma morte trágica. Ao acordar, determinada a garantir a segurança de seu futuro e de seu território, ela decide que está pronta para ter um herdeiro. Essa decisão a leva a confront...