Smile For The Camera | Dimaury

9ª Sessão

Diego POV

Merda. Derrubar todos os papéis higiênicos da porra da sessão do supermercado é a coisa mais embaraçosa do mundo. E essas duas senhoras que me olharam e começaram a rir? É, com certeza deixaram a situação bem melhor.

— Idiota — resmunguei baixo.

— Por que eu sou um idiota? — Amaury soou magoado do outro lado da linha e eu não posso evitar sorrir pra sua pura fofura.

— Porque eu não estava esperando que meu celular tocasse e eu derrubei... Um negócio aqui.

— Ah — eu olhei pros altos-falantes em cima de mim, que merda de música. — Onde você está, mesmo?

— To no mercado — comecei a passear com meu carrinho de compras, olhando as prateleiras.

— Nossa, acordando cedo pra ir fazer compras? Jamais imaginei que você fosse um cara responsável — ouvi uma risadinha no fim da frase.

— Cala a boca — reclamei, rindo — Por que você ligou, mesmo? Pra me zoar logo de manhã depois de uma noite podre?

Ele riu suavemente.

— É, eu sei. Mas estou surpreso que você tenha levantado da cama mesmo. Ainda de ressaca?

— Por incrível que pareça eu estou andando entre os vivos tranquilamente, acho que nem estou parecendo tanto um zumbi, então diria que já passou — após uma longa pausa em silêncio, precisei chamá-lo — Amaury... Amaury?

Uma baforada quente alcançou minha orelha e tudo o que eu ouvi foi um doce:

— Boo!

Eu me virei rapidamente e eu posso sentir minhas bochechas esquentando.

— Você está me seguindo ou o que?

— Não, idiota, wstou apenas reabastecendo e... — olhou pra sua cesta e agora é ele quem está ficando vermelho.

— Comprando camisinhas? — eu terminei por ele, pegando um pacote de sua cesta e balançando no ar. — Extra grande? Mesmo? Nunca imaginei... Talvez você tenha mais noção sobre mim do que eu tenho de você, já que você me tocou na última sessão, e tal.

Amaury me encarou, seu rosto fervendo em vergonha, e tomou o pacote de minhas mãos.

— Enfim... Você já foi no banco? Viu seu saldo? — Amaury disse em seguida, claramente tentando mudar de assunto, mas aceitei.

— Não. Por quê? Não diga que cortaram nosso salário.

— Cara — ele sorriu e ficou olhando a prateleira de suco de uva atrás de mim. — Não sei de você, mas tinha mil a mais na minha conta.

— Você tá falando sério?! — eu perguntei feliz e claramente muito alto, porque todo mundo que estava ao redor, inclusive as senhoras que riram de mim mais cedo, se viraram para me olhar. — Sério? — eu perguntei de novo, dessa vez me contendo no volume e me inclinando para mais perto de Amaury.

— É, cara. É sim — ele sorriu e olhou em volta.

— Amaury, você viu a promoção de Nescau Cereal? — tentei o encarar sério, tentando segurar o riso. — Sério, tá muito barato, aproveita e faz estoque já que você tá com milão a mais aí.

Amaury olhou para onde eu apontava e seus olhos ficaram brilhantes.

— Oh, porra... Com certeza — ele começou a andar e eu o segui, empurrando meu carrinho. — Se bem que já gastei muito dinheiro no bar noite passada, graças à você — recebi um olhar acusatório. — Acho que vou ter que me conter um pouquinho nos gastos agora.