18ª Sessão

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Amaury POV

Alguns dias depois, estávamos os dois sentados nervosos na sala de espera do posto de saúde. Nós fomos pegar o resultado dos testes e não que a gente estivesse preocupado com o resultado, só com a projeção do que vai acontecer mais tarde se tudo terminar bem. Eu não sei sobre Diego, mas eu não transo tem muito tempo e sabe? Sem mencionar que eu nunca estive com um homem antes.

— Senhor Martins? Por aqui, por favor — uma enfermeira simpática sorriu pra nós, enquanto ela entrava na sala.

Ao mesmo tempo, uma enfermeira com cara de que veio do inferno, apareceu pra me cumprimentar.

— Arilson Lorenzo? Por aqui — ela falou com a cara fechada e meus olhos cresceram.

— Oh, velho. Você só pode estar me zoando — eu sussurrei, alto o suficiente pra Diego ouvir enquanto a gente se aproximava das senhoras vestidas de branco, prancheta em mãos.

Diego tentou esconder o sorriso, porque a enfermeira está agora nos encarando com sua mão no quadril e batendo o pé.

— Bom... Boa sorte lá — ele brincou e segurou meus dedos, apertando rapidamente.

Nós nos olhamos uma última vez e nos encaminhamos para salas diferentes.

Cinco minutos depois, nos encontramos de novo na mesma sala de antes com boas notícias. Diego está sorrindo, mas eu sei que devo estar branco como um fantasma e meus olhos ainda estão arregalados.

— Tem alguma coisa de errado? — Diego perguntou rapidamente, sua voz preocupada com o que poderia estar nos resultados.

— Di, foi horrível. Ela explicou como colocar uma camisinha e algumas outras coisas, mas tipo... ela deu detalhes demais! E ainda bufando como se eu tivesse a obrigando a falar tudo isso.

Diego começou a rir e me disse que a enfermeira fez a mesma coisa, mas que ela era fofa e provavelmente não foi nem de longe tão ruim como o que eu passei.

— Hey, pelo menos a gente ganhou várias amostras grátis — Diego disse enquanto a gente saía do posto e respirava o ar fresco de outono.

Ele me mostrou os quatro pacotinhos de lubrificante e os dois de camisinhas que a enfermeira deu pra ele.

— O que?! Você veio cheio de brindezinhos e tudo o que eu ganhei foi um trauma? Ah, vai se foder — falei rindo da minha própria situação.

Diego sorriu de lado.

— Isso só mais tarde, amor.

Eu encarei Diego com os olhos semicerrados, ele acabou de me deixar sem graça de propósito.

— Cala a boca — eu murmurei e Diego só riu e segurou minha mão, pra a gente começar a andar pro estúdio.

Nós temos que estar lá em uma hora, e eu me pergunto se a gente vai ter tempo para comer em algum lugar.

— Então, é... — o tom de Diego mudou completamente, com um traço de timidez enquanto a gente esperava para atravessar a rua. — Eu posso ir lá mais tarde? — ele perguntou. Está na cara o que a gente vai fazer, parece que nós estamos esperando por isso há uma eternidade e mais um dia.

Eu estiquei meus braços acima da minha cabeça e tentei segurar uma risada.

— Eu não sei, cara, eu já tenho alguns planos. Talvez eu esteja ocupado.

— Ah, é? — Diego sorriu, seus olhos apertados. — Fazendo exatamente o que?

— Hmmm... Deixa eu pensar. Tenho que lavar o cabelo. Colocar lâmpada no abajour. Amaciar os travesseiros. Lavar o banheiro. Sabe, o de costume — eu disse, deixando meu sorriso crescer quando eu vi um biquinho se formando em seus lábios.

Smile For The Camera | DimauryOnde histórias criam vida. Descubra agora