Capítulo 8: O Refúgio

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Ao nos aproximarmos do pequeno palácio onde o clã de Jonathan reside, uma sensação de expectativa toma conta de mim. O edifício, embora não muito grande, exala uma aura de poder e mistério. As paredes são adornadas com símbolos ancestrais que brilham suavemente à luz da lua, e as janelas altas, cercadas por cortinas escuras, fazem o palácio parecer uma fortaleza que guarda segredos profundos.

Jonathan para à porta de entrada e me lança um olhar sério.

— Aria, preciso que você me escute — ele diz, sua voz grave. — Quando entrarmos, não mencione o encontro com Lucien. Alguns podem achar que você representa um perigo.

— Eu entendo — respondo, sentindo o peso das suas palavras. Não quero causar problemas, especialmente em um lugar onde busco abrigo.

Ele assente, e juntos atravessamos o portal. Ao entrar, somos recebidos por um grande salão, com tetos altos e iluminados por candelabros que pendem majestosos. O chão é de mármore polido, refletindo as luzes dançantes que criam um ambiente etéreo. Vampiros de várias idades estão espalhados, conversando em sussurros, suas expressões imperturbáveis.

Jonathan leva-me até um vampiro mais velho, de aparência austera, que se destaca no grupo. Ele é o segundo na liderança do clã, e seus olhos profundos parecem avaliar cada movimento meu.

— Este é Aria — diz Jonathan, a formalidade em sua voz. — Solicito uma audiência com o líder.

O segundo observa-me atentamente, a expressão impassível.

— Aria, você é bem-vinda aqui, mas não será possível ter uma audiência com o líder no momento — ele afirma, sem dar mais explicações. — Você pode ficar conosco até que o líder decida recebê-la.

Jonathan faz uma reverência discreta e, mesmo sentindo a frustração por não ter mais esclarecimentos, aceito a situação.

— Obrigada — digo, tentando mostrar gratidão, embora a incerteza ainda me consuma.

O segundo aponta para Jonathan.

— Vigie-a e leve-a até um dos quartos disponíveis. Ela precisará de um lugar para descansar.

— Sim, senhor — Jonathan responde, e logo começa a me guiar pelos corredores do palácio.

Enquanto caminhamos, não posso deixar de admirar a opulência do lugar. As paredes são adornadas com tapeçarias que retratam cenas de batalhas e tradições do clã, cada uma mais detalhada que a outra. O ambiente é envolto em um ar de história e reverência.

Jonathan me leva a um quarto que parece ser um santuário. Ao abrir a porta, sou recebida por uma visão de luxo. O quarto é espaçoso, com uma grande cama de dossel, coberta por lençóis de seda que reluzem ao toque da luz suave que entra pela janela. No canto, um caixão luxuoso, ornamentado com entalhes intrincados, parece estar preparado para um vampiro importante.

— Este será seu espaço — diz Jonathan, observando minha reação. — Sinta-se à vontade.

O ambiente também conta com uma banheira elegante, feita de mármore branco, adornada com detalhes em ouro. A banheira é grande o suficiente para um relaxante banho, e eu me pergunto como seria sentir o calor da água depois de dias tão turbulentos. As velas ao redor do quarto emanam um perfume suave, criando uma atmosfera acolhedora.

— Se precisar de algo, não hesite em me chamar — Jonathan diz, ainda à porta. — E lembre-se, não mencione Lucien.

Aceno com a cabeça, compreendendo a importância de suas palavras. Quando ele sai, fecho a porta e me deixo cair sobre a cama. O peso dos eventos dos últimos dias me atinge de forma avassaladora. Aqui, neste refúgio, estou a salvo por enquanto, mas as preocupações ainda pesam sobre mim.

Enquanto me recosto e fecho os olhos, imagino o que pode acontecer a seguir. O líder do clã pode ser a chave para descobrir mais sobre Lucien e, finalmente, entender meu passado. Mas por quanto tempo poderei permanecer assim, à mercê dos outros?

A luta ainda não acabou, e o futuro ainda é incerto. No entanto, com Jonathan ao meu lado, sinto que posso enfrentar qualquer desafio que venha a surgir.

Beijo de VeludoOnde histórias criam vida. Descubra agora