Capítulo 6

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Anna Júlia

Desde que eu cheguei ao Rio, as coisas haviam sido muito agitadas, mas depois que voltamos de Ribeirão, tudo acalmou, fazia uma semana que a rotina havia sido reorganizada e agora a notícia do ano, Dhiovana conseguiu até me arrastar pra academia, foram por três dias? Sim, mas foi um avanço, já senti diferença, por isso não fui mais.

Peguei a toalha em cima da cadeira assim que sai da água, comecei a passar protetor solar no rosto, em seguida regulando as amarras do biquíni, passei boa parte da manhã tomando sol.

Os dias aqui são calmos, diferente das noites, se você quiser, encontra uma enorme festa em uma segunda-feira.

Fábio passa o dia resolvendo coisas da gabigolstore, não é como se fosse um sacrifício, o escritório não fica longe de casa, uma cadeira fofinha e um ar-condicionado enorme só pra ele, pra que trabalho melhor?

Dhiovana treina duas vezes ao dia, mas preza muito pelo tempo que passamos uma com a outra e não deixa de me dar atenção um segundo sequer quando estamos juntas.

E bom, Gabriel tem treino praticamente todos os dias, já até conheço o barulho do carro dele e decorei todas as coisas que ele faz antes de subir para o quarto.

Estar de férias é isso, não ter o que fazer e calcular a rotina de todas as pessoas ao seu redor.

Quem não deixa eu me sentir completamente sozinha, é a Rose, a senhora que trabalha aqui, todos os dias me pergunta o que eu quero almoçar e qual sobremesa prefiro, era sempre assim.

A senhorinha adorável trabalha aqui desde que o Gabriel se mudou para o Rio e em todas as vezes que estive aqui, a receptividade era a mesma, sei o nome de todos os filhos dela e de toda a história por trás do término do casamento. Somos bests, pô.

-Bom dia, lindas -Ouvi a voz do Gabriel, quando passou pela porta da cozinha.

Essa semana nos aproximamos muito, não que fôssemos estranhos, mas a intimidade, conversas aleatórias, entre os intervalos em que Dhiovana e Fábio não estão em casa e a Rose acaba o expediente, ele é a minha companhia.

De havaianas e camisa do Flamengo no ombro, caminhando até nós, sem tirar os olhos de mim, dos pés a cabeça, não teve um canto que ele deixou passar despercebido, teria como ele ser só um pouquinho discreto? ou ele realmente quer que eu perceba?

Me odeio por gostar disso, por que de fato é bom, estranhamente bom, não devia me sentir assim com relação a ele, tenho namorado e mesmo em crise, não tivemos uma conversa sobre término e levo tudo a sério no meu relacionamento.

-Bom dia -ele beijou minha bochecha e a da senhora perto de mim. -chegou cedo hoje -comentei.

-Hoje só tivemos reunião e discutimos algumas coisas -deu de ombros e pegou um dos morangos que já havia sido colocado em cima da torta, recebendo um tapa na mão. -Ai Rose, você já foi mais carinhosa.

-Já falei pra não pegar com a mão suja na comida -o repreendeu, em seguida baixou a cabeça dele para dar um beijo. uma mãe né.

Rose pegou a torta em cima da mesa e saiu para a cozinha para colocar na geladeira.

Gabriel espalmou os braços em cima do balcão e me encarou, fiquei na mesma posição de antes, o queixo apoiado na mão, olhando pra ele também.

-Piscina, olhos lindos? -concordei, a mão dele veio até a minha barriga, tocando a manchinha pequena espalhada. -isso combina em você. -Lucas odeia ela, fala que é estranho. -Não sei, parece que completa mais ainda seu corpo, é um charme pra sua barriga.

Isso aqui não tem nada de segundas intenções, né? ele não me ver com outros olhos, é claro que não, somos família, não importa se já gostei dele em determinado tempo da minha vida, eu era uma adolescente de quinze anos e via ele com frequência, hoje somos adultos e nada aqui está ou vai se encaminhar para outro rumo.

Será que é alguma brincadeira? Algo do tipo, "se seu namorado achava que eu dava em cima de você, agora vou fazer ele ter certeza" Mas o Lucas não tá aqui agora. minha cabeça vai pifar.

-Que bom que chegou -sorri e me afastei um pouco. -agora não vou mais almoçar sozinha. -enrolei a toalha da cintura para baixo.

Seguimos para a mesa, onde a comida ja havia sido colocada.

-Vão sair hoje? -perguntou, concordei e estiquei a mão pedindo para que ele esperasse eu terminar de mastigar.

Era uma sexta-feira e meus amigos estavam vindo para a a cidade maravilhosa, caótico.

-Ritmos -um dos festivais de pagode e samba que tem todo ano aqui no Rio. -Uns amigos de São Paulo vão vir, vamos juntos. E você?

-O mesmo -sorriu. -só que com os amigos do Rio. -raspou a garganta. -Dhiovana não comentou nada sobre irem.

-É que iríamos viajar -expliquei. -mas todo mundo quis vir pro Rio, já foi decidido essa semana.

Meus amigos e o Lucas, omiti essa parte, por que não achei necessário falar, ele ficou sabendo e resolveu que tinha que estar aqui, talvez fosse até melhor, poderíamos conversar e esclarecer algumas coisas, somos dois adultos.



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e digam o que estão achando, é importante.
Beijosssss, logo estou de de volta ❤️‍🩹

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