Gabriel BarbosaO Rio de Janeiro era o meu lar e a cada dia eu tinha mais certeza disso.
Me sinto Flamengo de berço.
Já se passavam da meia-noite quando cheguei em casa, estacionei o carro na garagem e caminhei até a entrada principal.
Noite de jogos na casa do Luiz Araújo, encerramos relativamente cedo, depois que você se torna pai, existem prioridades acima de virar a noite jogando pocker, bebendo e jogando conversa fora, como por exemplo, deixar os filhos na escola.
E amanhã essa tarefa seria dele.
Digitei a senha destravando a porta de vidro central, apertei os lábios com força ouvindo o click do barulho mínimo que ela fazia quando era aberta, qualquer som esse horário, por menor que fosse, parecia demais.
Retirei o tênis deixando um par distante do outro, perdidos pela sala, andei até a cozinha parando na porta quando notei uma luz fraquinha, era tão sultil que quase não enxergo, mas seria impossível não reconhecer de quem era a silhueta sentada no balcão.
Dei passos curtos e lentos, estava tão entretida no celular que não me percebeu.
-Por que não acende as luzes para comer? -Anna Júlia arregalou os olhos e colocou a mão na boca, fez um barulhinho de assustada com a garganta, comprimir os lábios para não começar a sorrir e acordar a casa inteira.
-Você me odeia? -apertei o interruptor da meia luz que ficava bem perto de onde ela estava.
com uma tigela cheia de leite e cereal entre as pernas. Uma camisa com uma estampa de alguma banda que eu até então não havia reconhecido, ia até a metade das coxas, que estavam espalhadas e incríveis por cima desse balcão.
Porra, Anna Júlia.
-Eu perguntei primeiro-dei de ombros, estava de frente pra ela.
-Mas eu ia morrendo -colocou a mão no peito, foi leve, mas amassou um pouco.
De camisa, sem sutiã e na minha frente. eu tô resetando.
-Você é muito dramática, olhos lindos -raspei a garganta. -pensa pelo lado positivo, se eu fosse feio, seria pior.
A boca dela curvou em um sorrisinho sem mostrar os dentes.
-Como foi com os seus amigos? -perguntou.
espalmei a mão no balcão, uma em cada lado da perna dela, quase as recolhi de volta, não quero que ela ache que estou invadindo seu espaço, por mais que seja exatamente isso que eu quero fazer. Ela não pareceu se importar.-Nós bebemos um pouco -e de fato tinha sido. -era só vinho, jogos e algumas besteiras pra comer. por isso cheguei em casa com fome, queijo e salame não estão no top coisas que eu gosto de comer enquanto bebo. -E você, por que ta acordada a essas horas?
-Não costumo dormir cedo, mas eu só desci por causa disso -apontou para os cereais e sorriu.
-Hm -tirei de cima da perna dela e enchi a colher levando até a boca. -você coloca açúcar? -negou. -ficou muito bom, não consigo fazer assim -ela pegou a tigela da minha mão e comeu mais um pouco. -que tal uma brincadeira? -propus e sentei ao lado dela, que virou a cabeça para me olhar.
Seria uma bom jeito de saber mais sobre o que quero, como por exemplo, por que o seu namorado teve que ir embora no mesmo dia? Isso está me matando de curiosidade.
Eu por diversas vezes implorei para Dhiovana me contar, ela simplesmente finge que não tem ninguém falando em todas elas.
Veja bem, não estava nos meus planos ter uma garota bonita com um namorado paranoico, passando um tempo na minha casa, mas agora que tenho, preciso saber
-Que brincadeira?
-cada um tem direito a duas perguntas, não podemos mentir e nem negar a responder. -as mãos dela se acomodaram no balcão e o mindinho encostou o meu, tenho certeza a cabeça da garota tá quase saindo fumaça de tanto pensar, vamos lá, não era tão difícil assim.
-Tudo bem -sorriu. -eu começo, pode ser? -mandei um joinha. -por que você me olha tanto? sem cessar. Não é a todo instante, mas quando me percebe é fixo. Algo em mim te incomoda? -só o fato de ainda nao ter tido você em cima de mim.
-Nada em você é um incômodo pra mim -fui sincero. -quanto aos olhares, só te acho muito linda. Costumo notar demais mulher bonita.
Incessantemente.
-Mas se você acha inconveniente, vou tentar mudar isso, não prometo nada.
-Meu Deus, não. Eu nunca disse que achava inconveniente, é que você me viu crescer, mesmo que a nossa diferença de idade não seja tão grande, você costumava implicar comigo e não me olhar de forma tão intensa.
-Você cresceu, bonita sempre foi, mas se tornou uma mulher atraente, isso é o normal.
-Só não estou acostumada.
-Nem fodendo -inevitável não reagir assim. -um minuto contigo em qualquer lugar público, todos os homens param pra te observar.
-Não estou falando de todos os homens, falo de você, a sua atenção em mim. Você se sente atraído por mim? -indiretamente deixei isso escapar em algum momento da conversa.
-Segunda pergunta já -ela deu de ombros. -certo -enrolei mais que o normal para responder. -sou completamente atraído por você -ela discretamente passou a pontinha da língua no canto do lábio.
-Sua vez -falou e engoliu em seco.
Analisei bem o rosto dela.
-Não vai ser nada original, quero saber o mesmo que você, se sente atraída por mim?
passou a palma da mão na camisa.
A respiração ficou tão pesada que eu conseguia escutar.
-lembra quando me questionou sobre gostar ou não dos problemáticos? -concordei, o pé dela começou a balançar no ar e a atenção dela foi pra lá. -o que eu respondi?
-"Eu adoro os problemáticos" -repeti fazendo aspas e tentando usar sua voz, ganhei uma risada.
-Então sim -tocou a ponta do meu nariz quando voltou a me observar. -me sinto atraída por você.
Meu raciocínio ficou lento. Caralho, Anna Júlia.
Não me olha assim.
Sumida por motivos de:
semana corrida na faculdade.Não esqueçam de deixar a estrelinha
e diga o que estão achando, é super
importante. Beijooo ❤️🩹

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𝙄𝙍𝙍𝙀𝙎𝙄𝙎𝙏Í𝙑𝙀𝙇, 𝘼𝙉𝙉𝘼 𝙅Ú𝙇𝙄𝘼 | 𝙂𝘼𝘽𝙄𝙂𝙊𝙇
Fanfictionvocê foi o amor mais bonito que me aconteceu. Indiscutível, indescritível e predominante