Capítulo 7

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Gabriel Barbosa

Deslizei meu polegar pela borda do copo repleto de whisky enquanto observava o ambiente ao meu redor. O camarote estava abarrotado; meus amigos e eu ocupávamos uma boa parte do espaço, éramos quase o time completo. Mesas estavam espalhadas, repletas de baldes de gelo e muita, muita bebida.

Eu e o planet chegamos antes, as duas meninas decidiram que só iriam sair depois de trocar mensagens com os amigos.

Elas ficariam no lounge, onde só tinha a elite do Rio de Janeiro e dos outros estados que vinham pra cá prestigiar o evento, não que eu estivesse em uma posição diferente, mas a maioria da galera aqui comigo, é por que não desistiu de correr atrás dos seus sonhos, já o outro lado, estaria de qualquer forma, por que já nasceram nesse mundo, ambientes maneiros e com valores exorbitantes, não vou muito longe, Anna Júlia é filha de procurador federal, desde pequena vive nesse mundinho.

Ficavam ao lado do nosso espaço, separados apenas por uma enorme porta de vidro.

-Bella não para de te olhar -Gerson me cutucou, se referindo a Bella Campos, recém solteira e o ex ainda é colega meu.

Mas cara, no momento eu to excluindo essa última informação, convenhamos, não é uma missão fácil dispensar mulher bonita.

-To só esperando passar mais um tempo, não quero parecer fácil -meu amigo sorriu alto.

-O maior come quieto do Rio de Janeiro não quer parecer fácil?

-Segundo maior -corrigi. -o primeiro lugar é seu. -ele deu de ombros se gabando.

Ajeitei minha corrente que havia caído por dentro da camisa e caminhei até onde a garota estava, tinha parado de me olhar e virado de costa.

-Oi linda -cheguei perto do ouvido dela. -tá bem?

-Gabriel -não demorou para estar de frente comigo. -eu to bem e você? -balancei a cabeça em confirmação.

É estranho pensar que a última vez que eu vi ela, foi em uma festa na minha casa, após uma vitória do meu time e ela estava de casal com o cara que cantou quase a noite toda e ainda me convidou pra ir na casa dele, não posso pensar muito, se não vou acabar ficando com peso na consciência, já que escolher não ficar com ela, não está entre as alternativas.

A demora pra estar com a boca dela junto da minha foi mínima, sem conversas e sem enrolação, a gente só queria se pegar, não tinha muito o que dizer.

-Quarta vai ter jogo -apertei a cintura dela. -vai tá livre? -precisamos terminar isso.

-Vou sim -concordou.

-O pós vai ser na minha casa -continuei. -Fábio vai te mandar o necessário pra você acessar o setor -ele sempre cuidava dessa parte. -se quiser levar alguma amiga, fica a vontade. -dei um selinho nela antes de sair e voltar pra onde eu estava.

(....)

-eu seiiiiii -Wesley levantou a garrafa de vodka enquanto cantava. -te desejo te quero e te amo e assumo que é pra valer -tentou improvisar um sambinha, mas falhou. -cara, eu amo o Belooooo, como faço pra contratar ele pro meu aniversário?

-Isso a gente descobre depois -tirei a garrafa das mãos dele. -agora você vai beber água e assistir o restante do show sem ingerir álcool -Wesley bebado é um perigo, se passar alguém e pisar no pé dele sem querer, mesmo estando em um ambiente super lotado, ele vai puxar briga, Gerson fazendo escola, se bem que esse nem de álcool precisa fazer isso.

Falando nele.

-Viu o Fábio? -ele apontou com a cabeça, olhei na direção.

-Inclusive, quem aquela com ele e a sua irmã? -claro que seria ela, Anna Júlia. -Vim aqui só pra te perguntar isso, mas você cortou meu raciocínio.

-Amiga da Dhiovanna -respondi. -de infância.

-A que está ficando um tempo na sua casa? -fiz que sim. -e você falando como se fosse algo normal, olha a mulher que tá dentro da TUA casa -me olhou desconsolado. -você é gay? -gargalhei.

-Eu vi a menina crescer, cara -expliquei. -e ela namora. -que inclusive, eu não sabia que iria ver ele aqui, tenho a impressão que isso vai ser divertido.

-A segunda parte é compreensível -voltamos a olhar pro lugar que eles estão. -Sei que tá torcendo pra eles terminarem, por que eu também estou, leva ela lá em casa, vou mostrar que isso de monogamia é uma parada chata.

Chatíssima.

-O de camisa azul é o namorado -comentei antes de chegarmos perto, tínhamos livre acesso pra ficar transitando em todas as áreas.

-Em que ano ele parou? Esse cabelo lambido todo pro lado, acho que vou rir quando chegar perto -vai rir? ele já não está se aguentando. -ele que fez o personagem do riquinho? -bati na cabeça dele.

-Não solta uma dessas na frente deles. -passamos da porta e entramos no lounge.

Cumprimentamos todas as pessoas que estavam no enorme círculos junto com eles, reconheci alguns, minha irmã com certeza já levou e uma dessas festas feitas lá em casa. Chegou a vez do engomadinho, Gerson fez uma careta disfarçadamente.

Não vem mais.


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