Capítulo 10

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Por mais que eu tente eu não consigo me entregar ao Giovanni, o meu corpo clama pelo seu dono. Mas como sempre Giovanni é tão cavaleiro, nunca forçando nada, combinamos ir de vagar.

--- Bom dia princesa! O café da manhã já está servido. Usando apenas uma de suas camisas, me levanto e caminho com ele até a varanda.

A vista da varanda é incrível, parece o tipo de paraíso que só vemos nos bonecos.

Nos sentamos e começamos a comer, sem dizer uma única palavra. Quebrando o silêncio eu pergunto a ele pela sua família.

Você mora aqui sozinho? Cadê a tua família?

--- Eu moro sozinho, os meus pais estão em New Orleans. Na verdade eu também morava lá, mas iniciei um novo negócio aqui, então decidi me mudar.

Não sentes saudades deles? --- Às vezes, mas estamos sempre mantendo contato. Não tens irmãos? --- Pelo que eu saiba não, sou o único filho dos meus pais.

Ahm!! --- E você?. A minha mãe já é falecida e faz um tempo que não sei nada sobre o meu pai. E também sou a única filha.

--- Bem, já temos algo em comum.
Eu já volto vou só atender uma ligação.

Enquanto isso eu continuo me deliciando com a comida, está tudo tão gostoso.

--- Princesa, eu tenho que sair agora! Mas já falei com um dos meus homens, ele vai deixar-te em casa. E também tem algumas roupas por cima da minha cama.

Giovanni se inclina para frente e deposita um beijo em minha testa, saindo em seguida.

                    ....

Como é que as pessoas conseguem sobreviver aos sábados? --- Se dependesse de mim já estaria morta.

O funcionário de Giovanni trouxe-me até em casa. Agora estou assistindo Harry Potter, por milagre terá maratona.

Encomendo sushi e pizza, não estou a fim de cozinhar hoje. Alguém está tocando a campainha sem parar, e saio gritando do quarto.

SE QUEBRAR ESSA PORRA VOCÊ VAI PAGAR. Como eu não pensei nisso? Que idiota faria isso além de você?! Não tá acostumado, bate na porta.

--- Bom dia pra ti também, bichinha.
O que fazes aqui? --- Estava com saudades de ti. Saudades? A vadia cansou de você?
--- Ninguém cansa de mim. Não vais me convidar para entrar?

Não... Ele ignorou a minha resposta, entrando e se ajeitando no sofá.

Alguém está tocando novamente a campainha, mas de maneira correta, e o medo se instala dentro de mim. Será o Giovanni? Tenho até medo de imaginar o que Vinnie seria capaz de fazer com ele.

--- Você não vai atender? E estou fazendo o quê?

--- Senhorita Stephany? Sim, sou eu. --- Assine aqui por favor. Aqui está a-a su-uua encomenda.
O homem saiu às pressas, como se tivesse visto um fantasma. Quando me viro para entrar, vejo o Vinnie parado na porta, bem atrás de mim.

Você assustou o homem. --- Que homem? Ele tá mais é pra mulher, todo medrica.

Você não muda mesmo, digo dando um tapa em seu ombro. Numa tentativa dramática ele finge gemer de dor. O que me faz rir igual criança.

Vou já avisando que não tem comida para ti. --- Certeza? Você não contribuiu, então não vai chegar para os dois.

--- Se a tua comida não chegar para nós, eu como você, então não se preocupe com isso.

Essa maneira dele de dizer as coisas com muita simplicidade me assusta.

--- Podemos ver outra coisa? Não gosto de Harry Potter. Não, não podemos.
--- Tem tantos outros filmes bons. Vinnie fez um olhar triste e um becinho, ele quando quer consegue ser fofo.

Pode desfazer essa carinha, comigo não funciona. --- Por favor bichinha. Você pediu o quê? Começo a rir, um mafioso que pede por favor, isso é novo.

--- Eu não te entendo, quando sou rude contigo tu reclamas, se sou gentil também reclamas, que mulher confusa. Solto uma gargalhada. --- Confusa e infantil.

Vinnie. --- Sim!! Por que você me comprou? Eu não devo valer muita coisa. Ele ficou me encarando, e era notório o quanto a minha pergunta o pegou desprevenido, mal deve saber o que responder, mas eu preciso saber.

--- Eu não sei. Sua resposta foi séria e curta. Como assim você não sabe? Num dia você acordou e pensou... Vou comprar um ser humano?? Vocês riquinhos são todos uns babacas, como eu pude achar que estava gostando de você.

Você nem deve saber o que é amor, seu desprezível, lágrimas começam a escorrer pelo meu rosto.

--- CALE A BOCA!! Estou tentando o máximo me controlar para não dar um tiro nela, mas essa bichinha me tira do sério, serro as mãos numa tentativa de me acalmar e nada.

Eu não vou calar, você vai me ouvir... Vinnie me pôs contra a parede, apertando com força o meu pescoço.

                 Vinnie

Não sei o que me deu, quando dou por mim, tenho uma das minhas mãos em volta de seu pescoço, as lágrimas não param de escorrer de seus olhos, pela primeira vez eu vejo medo nos seus olhos. Ela tem medo de mim. Será que um dia ela vai me amar tanto o quanto eu a amo?? Eu não sei demostrar amor, às vezes eu acabo afastando quem eu amo, mas não posso fazer isso com ela.

Nós os dois somos como dois furacões. Quando vejo que ela está ficando ser ar, eu a solto. Ela cai no chão, tentando recuperar o oxigénio.

Eu apertei com tanta força, que ficou até marca da minha mão, se depois disso ela ainda quiser me ver, eu vou gostar.

                         [.......]

Faz quase uma hora que estou sentada no chão, tentando me recuperar do que aconteceu, Vinnie não disse nem uma única palavra. Só está me encarando. Eu não o culpo, eu sei que ele é bem temperamental e ainda assim eu testei ele. Quase pensei que ele fosse mesmo me matar.

--- Você está bem? Me desculpa.

Eu não o respondo, por mim que ele vá se fuder. Ele quase acabou comigo e ainda tem a ousadia de querer saber como estou?

Ele se aproxima de vagar, deixando claro que não me fará mal, seus olhos encontram os meus, e uma onda de calor invade o meu corpo quando sinto ele me carregando.

--- Eu-eu não quis magoar você, eu não consigo controlar a minha raiva, peço desculpa. Sussurrou.

Nos deitamos na cama, ficamos em uma posição que nos permitia olhar um para o outro. Vejo preocupação em seus olhos. Ele será a minha ruína.

Passo a mão em seu rosto, traçando linhas imaginárias até pousar em seus labios, seus olhos seguem o meu movimento.

Quantos anos você tem? --- 21. Você não tem família, fora os teus amigos? --- Tenho, o meu pai e o meu irmão. E a tua mãe? --- Você não se cansa de fazer muitas perguntas? Não, eu não me canso. --- Ela morreu. Sinto muito. --- Huhum.

Apague as luzes, eu vou dormir.
--- E eu? Faça o mesmo ou vai embora. Tu é que sabes.

Sinto a mão de Vinnie deslizando por mim, até parar em minha zona íntima. Chamo seu nome em um tom de repreensão.

Vinnie. --- o que é? --- ele sussurra, fingindo ignorância.

Você já está toda molhadinha? um gemido escapa, ainda usando calça, Vinnie começa a esfregar a sua mão em minha boc3ta. E um sorriso de canto se forma em seus lábios... Não sei.

Me levanto da cama, pego em uma almofada e uma coberta e me ajeito no sofá.

                         .......

Vendida ao Mafioso Onde histórias criam vida. Descubra agora