05 - CAPÍTULO CINCO

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𝐑𝐀𝐂𝐇𝐄𝐋 𝐁𝐑𝐎𝐖𝐍
  nova york, costa leste.

2002

— Um cara quebra a restrição e vocês estão me dizendo que não vão fazer nada? — Mark gritava no telefone ao meu lado. Bufo e deitei minha cabeça em uma das almofadas do meu sofá.

Mark me trouxe para casa antes que eu quebrasse o meu escritório em um ataque de raiva. Podia ser um exagero, mas eu estava tão puta ao ver aquele homem. Meu pai era simplesmente o ser mais repugnante que esse país já tinha visto. Ele já tinha tentado contato comigo antes, mas isso aconteceu em 1998 e resultou em uma briga pública na rua, delegacia e uma possível acusação de agressão.

— Ótimo, obrigado por não fazer a droga do seu trabalho. — Mark gritou com o telefone, desligando ele rapidamente e o colocando no sofá.

Lê-se jogando.

Eu não tinha sinais dele há anos e eu acreditava estar bem protegida pela a lei. Mas pelo o que aparentava, ser mulher em um mundo como aquele estava ficando cada vez mais difícil e minha imagem ficava cada vez mais estragada nos tablóides. Não era isso que eu queria passar no início, mas por que me dar o trabalho de negar, sendo que eles vão continuar com essa merda?

— Isso deve ser um pesadelo e eu vou acordar já. — Resmungo, levando uma das mãos até os meus olhos. Eu estava com dor de cabeça, sem um pingo de sono, mesmo meu corpo gritando por descanso e eu não podia mais me entupir de carboidratos.

— Racy, vai ficar tudo bem, tá? — Mark começa, colocando a mão no meu tornozelo e eu resmungo. — Esse cara é maluco, sem ofensas.

— Pode ofender o quanto você quiser. Esse imbecil fudeu com a minha vida. — Grunho. No mesmo instante, eu escuto meu telefone tocar e o pego de cima da mesinha de centro da sala.

Estiquei a mão e peguei o telefone, atendendo a ligação assim que abri o celular e coloquei na orelha.

— Seja quem for, fala rápido. — Pedi, coçando o meio entre as minhas sobrancelhas. Mark me olhou curioso e dei de ombros. — Alô?

— Rachel, é a Ellie. — Me sentei rapidamente ao escutar a voz de minha irmã do outro lado da linha. A adolescente parecia extremamente nervosa, a voz embargada. — É a mamãe, Rach. Ela passou mal.

A vida que me colocou lá em cima, também me jogou lá em baixo.

( ★ )

Eu nunca corri tanto como corri pelo os corredores daquele hospital. Era possível ver as pessoas perguntando o que podia ter acontecido, mas não surpresas. Hospital era um lugar imprevisível e muito mórbido, sempre com pessoas nascendo e pessoas morrendo no mesmo instante. Sinistro.

Eu fui torturada por paparazzis na porta do hospital, pelo visto, a história que a mãe de uma das maiores estrelas do momento havia tido uma overdose, já tinha sido divulgada por todos os cantos. Não era a primeira vez, provavelmente não seria a última, mas esse tinha sido o meu ápice.

— Rach! — Eu vi minha irmã vestida com o uniforme da escola, os cabelos desarrumados e o olhar de choro. Ela estava sentada na cadeira de espera do lado de fora, já que era menor de idade e não podia ficar na área da UTI. Ela correu em minha direção e abraçou a minha cintura. — Eu devia te visto, devia ter te ligado quando vi ela com a bebida. Me desculpa, eu deveria ter...

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⏰ Última atualização: 5 days ago ⏰

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