Como ser o Homem-Aranha - Minsung [em revisão]

【🕸️🐞】Como censurar o paradigma

Dessa vez, Jisung tinha entrado tão fundo em seus pensamentos que o distanciamento era denso em seus olhos. Era visível seu olhar que transpassava aquele não ligar, aquele não se importar com nenhuma coisa externa.

Era apenas dar uma olhada ao rosto do loiro que todos saberiam que ele não residia o mesmo mundo de quem o observava.

A causa? Todo tipo de sentimento que tinha ao pensar em Minho, indo dos bons aos ruins, e essa bagunça era uma mistura tão medíocre, que Han se sentia horrível dentro dela, como se fosse vomitar aquela repentina solidão a qualquer momento.

Sequer sabia a razão de estar em sua devida sala de aula, já que não prestava atenção em nada e nem se importava. Talvez tentava ocupar sua mente com algo, mas sempre acabava falhando nisso. Não conseguia ignorar Minho nem o que sentia por ele.

E isso o fazia entrar em perguntas que, talvez, não tenha de querer respostas. Se perguntava se Minho realmente ignorava tudo o que os dois sentiam, se ele conseguia ignorar tudo o que já passaram juntos. Se a resposta fosse sim, Jisung estaria lidando com uma péssima incógnita. Se a resposta fosse não, então, por quê?

Eram coisas demais e Han não sabia lidar mais com isso, com essa mistura toda. Uma vez soube, uma vez conseguiu esconder qualquer tipo de sentimento, e escondia tão bem em uma mentira tão bem montada que até mesmo sua própria pessoa acreditava nessas meias verdades.

Mas, naquele momento? Não mais.

Não tentava negar nada, esconder nada. Apenas se erguia naquela maré de sentimentos e tentava surfar dentro dela, mesmo que, na maioria das vezes, apenas perdesse sua prancha e ficasse sozinho em alto-mar.

Suas olheiras estavam a pior coisa do mundo; não havia dormido desde que Minho tinha passado a ignorá-lo.

Seus olhos estavam cansados. Vagavam sempre, por todo tipo de superfície, e não achavam sentido em nada.

Seus pensamentos estavam cada vez piores! Tudo porque não entendia como Minho poderia simplesmente tentar sair de sua vida tão de repente, e ainda mais depois de tudo que construíram por eles mesmos. Para se sentirem melhores, para estarem completos. Algo que não foi instituído do dia para a noite, porque desde que se conheceram alimentavam todos esses sentimentos.

Se sentia péssimo por tudo o que construíram sendo jogado de escanteio daquela forma. Tudo o que, mesmo há pouco tempo criado, parecia já querer desmoronar.

Sequer fazia sentido!

E Jisung não queria dançar com esse não-sentido, porque não era sua obrigação. Não era seu.

— Jisung? — Felix perguntou, olhando com olhos confusos e preocupados ao amigo. Han arregalou minimamente os seus, logo depois os piscando várias vezes, saindo de seu transe. — Fala sério, você tá bem? — perguntou, tirando seus olhos do amigo e mexendo dentro de sua mochila, parecendo procurar algo.