𝟎𝟐𝟐 | 𝐋𝐄́𝐎 𝐏𝐄𝐑𝐄𝐈𝐑𝐀

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Léo Pereira | "Virei palhaça, só pode."

᜔ׁ ˖🍩 You! ᴘᴏɪɴᴛ ᴏғ ᴠɪᴇᴡ  ꤫ׄ

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Votem e comentem.

Eu não aguentava mais. Desisti, joguei o pano de prato em cima da bancada e soltei um suspiro frustrado. Cozinhar definitivamente não era pra mim.

── Amor, eu desisto.

Ele entrou na cozinha com aquele sorriso folgado de sempre, que só piorava minha raiva, e me deu um beijo na testa.

── Calma, amor, tá tudo sob controle ── disse ele, como se eu não estivesse à beira de um colapso.

A mãe dele ia nos visitar pela primeira vez no apartamento novo. Eu queria tanto causar uma boa impressão, mas tudo o que eu fazia dava errado. Nunca fui boa na cozinha, sempre preferi pedir comida ou esquentar algo congelado. Só que, dessa vez, eu queria impressionar e bom, estava sendo um desastre.

── Como calma? Eu sou um fracasso na cozinha. Nunca vou conseguir ── escondi meu rosto no peito dele, me sentindo derrotada.

Ele, claro, só sabia rir da situação.

── Amor, calma... tu tava só tentando ligar o forno, nem começou a cozinhar ainda.

Eu revirei os olhos. Fácil falar pra quem não tem um bloqueio mental contra o fogão.

── Se eu não consigo nem ligar o forno, imagina fazer uma lasanha ── bufei.

Ele deu uma risadinha e me puxou pela mão.

── Vem cá, vou te ensinar... Vai sair a melhor lasanha.

Ele começou a pegar os ingredientes na geladeira e, quando tudo tava na bancada, me entregou uma cebola.

── Ó, começa picando essa cebola, mas pelo amor de Deus, tenta não fazer bagunça.

Comecei a descascar a cebola e, em poucos segundos, meus olhos estavam ardendo. Como alguém conseguia lidar com isso? Eu puxei a gola da blusa pra cobrir meu nariz e boca, tentando em vão conter o choro.

── Por que isso é tão difícil? ── perguntei, fungando, enquanto as lágrimas escorriam.

Léo não aguentou e começou a rir da cena, segurando a barriga.

── Dramática, é só uma cebola.

Quando terminei, entreguei o potinho pra ele, cheia de orgulho. Mesmo sabendo que os pedaços estavam, no mínimo, duvidosos.

── Tá aí, terminei.

Ele deu uma olhada nas cebolas todas tortas e riu.

── Nada mal, hein... Melhor que meu zagueiro reserva ── falou ainda rindo e eu dei um tapa de leve no braço dele, mas até ri um pouco. Não tinha como ficar séria com Léo por perto.

Ele ligou o fogão e me disse que eu tinha que dourar a cebola no óleo, acenei com a cabeça e olhei pra quantidade de óleo que tinha colocado e perguntei:

── Tá bom assim?

Léo arregalou os olhos e começou a rir, de novo. Virei palhaça, só pode.

── Tá maluca? Isso aí é óleo pra fritar o time todo. Vai devagar, senão a gente morre de colesterol antes da minha mãe chegar.

Tirei um pouco e continuei. Pelo menos agora sabia que óleo demais era perigoso. Fiquei orgulhosa de mim mesma. Enquanto eu refogava a carne, ele preparava a massa. O cheiro tava ficando bom, e eu já me sentia uma verdadeira chef.

── Tá indo bem, amor. Agora vamo montar isso.

Ele colocou a panela no balcão e começou a me dar as instruções.

── Me diz o que eu faço! ── falei, animada.

── Primeiro... tem que me dar um beijo.

Ri e me aproximei dele, dando aquele beijo demorado.

── Pronto, chef. E agora?

── Agora coloca uma camada de molho na travessa.

Segui tudo direitinho. Léo era o mestre e eu só fazia o que ele dizia. A lasanha ficou linda e pronta pra ir pro forno.

── Posso colocar no forno? ── perguntei, me sentindo a própria MasterChef.

── Pode sim, mas cuidado pra não se queimar.

Enquanto a lasanha assava, fomos ajeitar a cozinha, que estava um completo caos. Depois que terminamos, Léo foi conferir a lasanha no forno.

── O cheiro tá bom demais! ── ele falou, animado depois de secar as mãos e ir ao encontro do forno.

── Tomara que o gosto também. ── me sentei, nervosa, enquanto ele tirava a lasanha do forno.

Léo colocou a travessa na mesa e me olhou com orgulho.

── Tá pronta!

── Tá linda! Não acredito que eu fiz isso ── vibrei, mal acreditando que tinha sobrevivido à cozinha.

A gente se sentou e, pra minha surpresa, a lasanha estava maravilhosa. Senti um alívio tão grande que dava vontade de rir. Depois que terminamos, abracei ele por trás enquanto ele lavava a louça.

── Obrigada por ter paciência comigo e me ensinar, amor.

Ele sorriu, sem olhar pra mim.

── Tu não tem que agradecer, minha chef particular. Minha mãe vai ficar orgulhosa quando ver que tu tá cozinhando.

Ele se virou, me puxando pra perto.

── Eu te amo, sou muito sortuda de ter você.

── Eu também te amo, minha cozinheira preferida.

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𝗕𝗥𝗔𝗭𝗜𝗟𝗟𝗜𝗔𝗡 𐑺˳࣪𔘓Onde histórias criam vida. Descubra agora