14 - parcela 9

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Capítulo catorze,
Parcela Nove

O motor da Kombi morreu com um engasgo pesado, deixando para trás apenas o som abafado das árvores balançando ao vento

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O motor da Kombi morreu com um engasgo pesado, deixando para trás apenas o som abafado das árvores balançando ao vento. A estrada era estreita e deserta, cercada por mato alto e troncos grossos que se erguiam como vigias silenciosos. Um muro de pedra antiga, manchada de musgo, bloqueava a visão de algo mais além, como se tentasse esconder um segredo que ninguém deveria descobrir.

— Parece só um muro de pedra pra mim. — Pope disse, meio cético, enquanto empurrava a porta enferrujada da Kombi e pulava para fora, ajustando a mochila nos ombros.

— É aqui. — Mackenzell afirmou, saindo do próprio carro e batendo a porta atrás de si com força.

Ela se apoiou com uma mão no tronco de uma árvore retorcida e esticou o braço na direção de uma casa grande e sombria além do muro. O mato à volta estava tão alto que quase escondia a construção.

JJ apareceu ao lado dela, com as mãos no bolso, os olhos semicerrados em uma mistura de reconhecimento e arrependimento.

Kiara saiu da Kombi com um estalo de surpresa.
— Tá de sacanagem. — Ela ficou parada por um segundo, de boca aberta. — Logo aqui?

John B veio por último, fechando a porta da Kombi com um estrondo seco.

— Que merda... — Pope murmurou, como se o peso daquela revelação tivesse acabado de cair sobre ele. — Essa é a pior das hipóteses.

JJ esfregou o rosto com uma mão, como se quisesse apagar alguma memória ruim. — Tinha que ser aqui... De todos os lugares? — Pope perguntou, franzindo a testa, desconfortável.

— O que tem de tão especial nesse lugar? — Mackenzell perguntou, confusa, enquanto passava a mão pela franja, inquieta.

JJ soltou um riso curto, sem humor.
— Dizem que a senhora Crain enterrou a cabeça do marido aqui.

Mackenzell fez uma careta de nojo, o nariz se torcendo como se sentisse o cheiro do horror naquela história.

— Credo. Que horror.

— Bora. — John B disse de forma seca e já começou a andar em direção ao muro.

Mackenzell arregalou os olhos.
— Você tá falando sério? — Ela agitou os braços, indignada. — Vai entrar logo no lugar onde a mulher matou o marido?

John B parou, girando o corpo ligeiramente para ela. O sorriso de canto parecia mais um desafio.
— Não quer entrar?  — Ele deu de ombros. — Fica aí e avisa se vier alguém.

O olhar dele ficou por um segundo preso no dela, o que fez Mackenzell apertar os punhos ao lado do corpo, sentindo a provocação queimar na pele.

— Atrás de você.

𝐴𝐵𝑁𝐸𝐺𝐴𝑇𝐸 𝑆𝐻𝐼𝑃𝑊𝑅𝐸𝐶𝐾 𝘑𝘑 𝘔𝘢𝘺𝘣𝘢𝘯𝘬Onde histórias criam vida. Descubra agora