Capítulo 11

59 8 0
                                    

Alguns dias se passaram desde a tragédia que ocorreu no casamento de S/N. O que deveria ser um momento repleto de alegria agora era de dor e solidão.

Ran: Amor, você precisa comer.

S/N: Eu não consigo.

Logo, Ran vê uma lágrima escorrer pelo rosto dela. Ele sabe que essa dor é algo que jamais poderia curar.

Ele toca o rosto dela com carinho.

Ran: Vou deixar aqui para quando você sentir fome. Eu preciso ir à empresa agora.

S/N: Pode ir.

Ran: Tenta sair desse quarto, pegar um pouco de sol.

S/N: Eu não quero ver ninguém. Não quero que ninguém me olhe. Estou destruída. Tudo o que eu tinha se foi, Ran. Todos os que mais amei morreram. Minha única família.

Ran: Amor, eu sei da...

S/N: Você não sabe o que eu estou sentindo. Você não tem ideia do que é perder a pessoa que você mais ama no mundo.

Ran: Realmente, eu não sei. Meu irmão está vivo. Eu não sei o que você sentiu e imagino o quanto está sofrendo. Mas você acha que eu também não estou sofrendo? Ver a mulher que amo morrer na minha frente todos os dias... Eu tenho medo de acordar e você não estar mais aqui comigo.

S/N: Antes eu do que você.

Ran: Eu enfrento até o inferno para ficar com você. Podem me matar mil vezes, mas eu vou ficar com você.

S/N: Depois que eu morrer, encontre uma mulher que não se pareça comigo. Quero que ela seja doce, gentil, cozinhe bem e que te ouça.

Ran: Depois que você morrer, eu não vou ser o mesmo. Sabe por quê? Porque eu nunca vou amar outra mulher como amo você. Eu vou enlouquecer, sou capaz de abandonar tudo.

S/N: Seja feliz, case novamente, tenha filhos e cuide dela como cuidaria de mim. Promete?

Ran: Como eu vou ser feliz sem você? Isso é impossível. Qual parte você ainda não entendeu? Só existe você.

Ele se vira e sai do quarto, tentando segurar as lágrimas.

Ran (pensamentos): Como ela pode falar sobre isso? Será que ela não vê que também estou sofrendo com tudo isso?

Logo, Ran sai de casa e vai em direção ao escritório.

Na casa de S/N, Rindou chega com o pequeno Ichiro nos braços.

Empregada: Como posso ajudar, senhor?

Rindou: Vim visitar minha cunhada.

Empregada: Ela está indisposta hoje.

Rindou: Avisa a ela que estou subindo.

Ele sobe em direção ao quarto e a vê sentada em uma cadeira, chorando.

Rindou: Trouxe alguém para você conhecer.

S/N: O quê?

Rindou: Esse é meu filho, Ichiro.

Ela olha para o pequeno, que dorme tranquilo nos braços de Rindou.

S/N: Ele é lindo.

Rindou: Seja a mãe dele.

S/N: O quê?

Rindou: A mãe dele morreu antes mesmo de ele nascer. Ele nasceu prematuro e teve alguns problemas. Por isso eu estava no exterior, cuidando do meu tesouro.

S/N: Por que eu?

Rindou: Não conheço pessoa melhor para isso. Você é doce, gentil, e cozinha bem. Vai ser uma ótima mãe para esse garotinho.

S/N: Eu vou ser a mãe dele enquanto eu viver.

Rindou: Aqui estão os documentos. Quero o seu nome no registro do nosso filho.

Ela assina e abre um sorriso.

S/N: Será que você vai ser o motivo para me manter viva, Ichiro?

Rindou: Sinto muito por não ter ido ao casamento.

S/N: Tudo bem. O Ran me disse que você estava muito ocupado e não queríamos mudar a data.

Rindou: Sinto muito pelo seu irmão. Eu juro que vou encontrar quem fez isso, e tenho certeza de que meu irmão está movendo céus e terras para descobrir também. Só não deixe essa dor te matar. Use-a para algo maior.

S/N: Agora eu só quero cuidar desse bebezinho.

Ela o segura com delicadeza e cuidado.

S/N: Amanhã eu vou comprar uma casa. Quero que seja um lugar próximo às escolas e praças. E você vai morar com a gente.

Rindou: Eu posso ser seu vizinho.

S/N: Como quiser. Só quero ver ele todos os dias.

Ele olha para o menino, sorrindo tranquilamente.

Bride for Vengeance.Onde histórias criam vida. Descubra agora