Cap. 11: O Julgamento de Arthur

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A sala secreta estava envolta em uma atmosfera tensa. As paredes escuras pareciam absorver a luz fraca que vinha de um abajur em um canto, tornando o ambiente mais opressivo. Gustavo entrou, sua presença imponente cortando o ar como uma lâmina afiada. Os homens ao redor de Arthur observavam, prontos para agir a qualquer momento, suas expressões impassíveis, mas alertas.

Antes que a conversa começasse, um dos seguranças se aproximou de Gustavo, sua expressão séria. — Senhor, o homem que atirou revelou que seu nome é Arthur. Ele alegou que não tinha intenção de causar problemas.

Gustavo olhou para o segurança com um semblante sombrio. — Arthur, é? Vamos ver o que ele tem a dizer — respondeu, seu tom firme e determinado.

Arthur estava amarrado a uma cadeira, seu rosto pálido e os olhos vermelhos de tanto chorar. A expressão de Gustavo era sombria, e sua voz, ao se dirigir a Arthur, soou como um trovão.

— Por que você atirou? — ele perguntou, seu tom ameaçador reverberando na sala. — O que te deu o direito de colocar a vida de pessoas em risco?

Arthur começou a balbuciar, as palavras saindo em um turbilhão. — Eu… eu não queria! Foi apenas um momento de raiva! Estava bebendo e… e…

As lágrimas escorriam pelo rosto dele, e sua voz se tornava cada vez mais desesperada. — Eu imploro! Não quero morrer! Não sou um criminoso! Foi só a bebida!

Gustavo se aproximou, sua figura alta e imponente projetando uma sombra sobre o rapaz. A expressão de Arthur se transformou em puro terror, e ele começou a tremer, consciente da gravidade da situação.

— Você acha que pode se safar só porque estava bêbado? — Gustavo retrucou, sua voz fria e calculista. — Se eu fosse seguir essa lógica, você deveria ser afogado, não?

As palavras de Gustavo estavam carregadas de uma ameaça implícita, e Arthur imediatamente começou a gritar. — Não! Por favor! Eu prometo que não vou fazer de novo! Eu sou só um garoto! Por favor, me ajudem!

Sem esperar uma resposta, Gustavo acenou para os homens ao redor. — Levem-no. Ele não trouxe nada de relevante para a nossa conversa — ordenou, sua voz firme e sem emoção.

Arthur foi arrastado para fora da sala, seu grito ecoando pelas paredes enquanto ele implorava pela vida. — Por favor! Não me deixem morrer! — A súplica dele se perdeu na distância, e a porta se fechou com um estrondo.

Gustavo permaneceu parado, o olhar sombrio fixo na porta. Ele sabia que a linha entre o controle e o caos era tênue, e hoje, mais do que nunca, sentia a pressão do poder em seus ombros. Com um suspiro profundo, ele se virou para Fernando, seu braço direito e chefe da segurança, que estava à porta, observando tudo com atenção.

— Como isso aconteceu? Como ele entrou armado? — Gustavo questionou, sua voz agora mais controlada, mas ainda carregada de indignação. — E o Leonardo? Por que ele estava na festa sem ser convidado?

Fernando abaixou a cabeça, visivelmente culpado. — Sinto muito, Gustavo. A segurança estava focada em manter a festa sob controle e não percebemos a entrada de Leonardo e Arthur. Vou investigar tudo e revisar as gravações das câmeras. Não vamos deixar isso barato.

Gustavo fez uma pausa, as informações se aglomerando em sua mente. O que Leonardo queria? Qual era o seu plano? A última coisa que ele desejava era que os conflitos da noite atrapalhassem o que estava construindo.

— Certifique-se de que isso não aconteça novamente, Fernando. Quero um relatório completo sobre a segurança da mansão e os convidados que entraram. Não podemos permitir que mais incidentes como este voltem a ocorrer — disse Gustavo, sua voz firme, mas com um toque de preocupação.

Fernando acenou, determinado. — Pode contar comigo. Vou garantir que cada aspecto seja analisado e resolvido.

Com um aceno de cabeça, Gustavo se virou, seu olhar distante, perdido em pensamentos. Ele sentia que a festa que deveria ser uma celebração estava se transformando em um campo de batalha. E no fundo, sabia que essa era apenas uma pequena amostra dos desafios que ainda estavam por vir. A mente de Gustavo girava com possibilidades e perigos, e uma determinação feroz se acendeu dentro dele. Ele não permitiria que ninguém ameaçasse o que ele havia construído, nem mesmo Leonardo.

Enquanto se afastava, a imagem de Clara e o beijo que quase compartilharam o assombravam, uma lembrança que agora se misturava à escuridão que o cercava. Ele precisava agir, e rápido. A noite ainda não havia terminado, e a verdadeira luta estava apenas começando.

Entre Olhares: Cúmplices de PaixãoOnde histórias criam vida. Descubra agora