Cap. 5: Tensão nas sombras

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A noite continuava, e a festa na mansão de Gustavo era um espetáculo de luxo e exclusividade. Clara, tentando manter a compostura, passeava pelo ambiente, admirando os detalhes do local e observando discretamente os convidados. Cada pessoa parecia ter uma conexão direta com Gustavo — uma peça no tabuleiro que ele manipulava com maestria.

Gustavo, por sua vez, mantinha seus olhos fixos em Clara, como um predador estudando sua presa. Ela se destacava entre as mulheres da festa, não por sua aparência deslumbrante, mas pela sua postura, por sua atitude. O mistério que ela carregava o intrigava mais do que qualquer outra coisa naquela noite.

Após alguns minutos, ele a seguiu discretamente até a varanda. Clara estava parada ali, observando as luzes da cidade ao longe, o vento bagunçando seus cabelos cacheados. Sem se virar, ela sentiu a presença dele antes mesmo de ouvi-lo.

— Você parece deslocada aqui — Gustavo comentou com um leve sorriso, parando ao lado dela.

— Talvez eu esteja — Clara respondeu sem hesitar. — Não é meu mundo.

— Mas poderia ser — ele retrucou, seus olhos fixos nos dela, esperando alguma reação.

Clara finalmente se virou para encará-lo. Havia algo no jeito de Gustavo que a deixava alerta, mas ao mesmo tempo, atraída. Ele representava tudo o que ela sempre evitou: perigo, controle, mistério. Mas, por alguma razão, isso a fazia querer desafiá-lo ainda mais.

— E o que me faz acreditar que eu quero fazer parte desse mundo? — ela rebateu, com um sorriso de canto, insinuando que não estava impressionada.

Gustavo se aproximou mais, invadindo seu espaço pessoal, mas Clara não recuou. Ele adorava como ela o desafiava, mas isso não mudava quem ele era. Um homem de poder, acostumado a ser temido e respeitado.

— Você tem algo diferente — ele disse baixinho, com uma voz carregada de algo que Clara não conseguia decifrar. — Algo que eu quero entender melhor.

— Talvez você nunca entenda — Clara murmurou, seu olhar firme no dele, seus corações disparando no mesmo ritmo, mas por razões diferentes.

Antes que Gustavo pudesse responder, uma interrupção. Um dos seguranças se aproximou, chamando-o discretamente para resolver um problema com um de seus "negócios misteriosos". Gustavo lançou um último olhar intenso para Clara antes de se afastar.

— Não vá embora. Quero terminar essa conversa — disse ele, como uma ordem velada, mas com um toque de desejo.

Clara observou-o partir e ficou sozinha novamente, a cabeça girando com os pensamentos. Gustavo havia despertado nela uma faísca que ela não sabia como apagar. O jogo entre eles estava apenas começando, e ambos sabiam disso.

Dentro da mansão, Gustavo lidava com seus negócios, mas sua mente estava sempre voltando para Clara. Ela era o desafio que ele não sabia que precisava, e agora, ele estava determinado a vencer. A pergunta era: o que realmente estava em jogo entre eles?

Clara, do lado de fora, respirava fundo, tentando controlar o turbilhão de emoções que Gustavo despertava. Ela sabia que estava se enredando em algo perigoso, algo que poderia mudar sua vida de uma forma que ela nunca imaginou. Mas o que ela não sabia era que, ao mesmo tempo, estava mudando a de Gustavo também.

O encontro deles naquela varanda marcava o início de uma batalha silenciosa de vontades, onde o poder e a sedução se misturavam, e ambos começavam a perceber que estavam entrando em um território desconhecido.

Entre Olhares: Cúmplices de PaixãoOnde histórias criam vida. Descubra agora