Entre Olhares: Cúmplices de Paixão

Capítulo 12: Sombras da Ambição

A noite se arrastava, densa como a névoa que pairava sobre a mansão de Gustavo. Enquanto os últimos convidados partiam, os seguranças intensificavam suas patrulhas. Dentro da sala secreta, Gustavo ainda sentia o peso do caos que havia sido instalado. Seu corpo ardia levemente pela dor do ferimento no braço, mas sua mente estava longe de se concentrar nisso.

Ele tinha que se recompor rapidamente. Arthur havia sido descartado, mas as perguntas sobre Leonardo permaneciam. Por que ele estava lá? E o que realmente ele pretendia? Gustavo sabia que isso não era uma simples provocação. Leonardo estava tramando algo maior, algo que ainda não havia revelado. E Gustavo precisava estar um passo à frente.

Após dar as ordens para Fernando reforçar a segurança e investigar tudo minuciosamente, Gustavo subiu para seu quarto. A mansão estava silenciosa, exceto pelos ecos distantes dos passos dos seguranças nos corredores. Ao chegar ao quarto, ele se permitiu um momento de reflexão. O toque de Clara ainda estava fresco em sua pele. O jeito como ela havia cuidado dele, seus dedos delicados deslizando sobre seu corpo ferido, o deixava com uma mistura de desejo e vulnerabilidade.

Ele se aproximou da janela, olhando para o vasto jardim sob a escuridão da noite. Clara. Seus pensamentos voltaram para ela. Algo nela o atraía de uma forma que ele não conseguia explicar. Ela era diferente, e isso o intrigava. Mas, ao mesmo tempo, havia algo perigoso em se deixar levar por esse sentimento. Ele não podia se dar ao luxo de distrações agora. Leonardo estava mexendo suas peças, e Gustavo precisava estar focado no jogo.

Bateram à porta. Era Fernando, que já havia terminado a primeira parte da investigação.

— Senhor, revisamos as câmeras e encontramos algo. Não só Leonardo entrou sorrateiramente na festa, mas ele foi visto falando com Arthur antes do incidente. Eles se encontraram no estacionamento e conversaram por alguns minutos. Não conseguimos ouvir o conteúdo da conversa, mas parece que Arthur foi coagido de alguma forma.

Gustavo permaneceu em silêncio, absorvendo as novas informações. Sua expressão ficou ainda mais séria.

— Isso confirma que Leonardo está por trás de tudo. Ele usou Arthur para causar o caos e desviar nossa atenção. Mas qual é o verdadeiro plano? — Gustavo murmurou para si mesmo.

Fernando continuou, hesitante. — Pode ser que estejamos lidando com algo mais profundo do que esperávamos. Vamos continuar investigando e descobrir o que mais Leonardo pode estar tramando.

— Faça isso — respondeu Gustavo, com um aceno de cabeça. — E reforcem a vigilância em torno de Clara. Ela pode estar envolvida sem saber, ou talvez Leonardo esteja tentando usá-la como parte de seu plano. Não quero que ela seja pega no fogo cruzado.

— Vou me certificar de que isso aconteça, senhor — Fernando disse, deixando a sala em seguida.

Quando ficou sozinho, Gustavo se permitiu relaxar por um breve momento. Ele sabia que as próximas semanas seriam decisivas. Leonardo estava jogando um jogo perigoso, e ele não podia errar. Tudo o que ele havia construído estava em risco.

O celular de Gustavo vibrou, interrompendo seus pensamentos. Era uma mensagem de Clara:

"Obrigada por hoje. Espero que esteja bem, mesmo com o que aconteceu. Podemos conversar quando as coisas se acalmarem?"

Gustavo encarou a tela por alguns instantes antes de digitar uma resposta rápida:

"Estou bem. Não se preocupe. Vamos conversar em breve, e nossa viagem ainda está de pé. Fique tranquila."

Ele sabia que não poderia deixá-la de lado, mas ao mesmo tempo, precisava mantê-la segura. Clara era um ponto vulnerável que Leonardo poderia tentar explorar. E Gustavo não podia deixar que isso acontecesse.

De volta ao quarto, ele sentou-se na cama, suas mãos esfregando as têmporas. O cansaço começava a pesar, mas o olhar de Gustavo permaneceu firme e determinado. Se Leonardo achava que podia derrubá-lo, estava muito enganado.

— Isso ainda está apenas começando, Leonardo — Gustavo sussurrou para si mesmo, uma faísca de raiva crescendo em seu peito.

Ele não iria descansar até que resolvesse isso. O jogo de poder estava em movimento, e agora, cada passo seria crucial.