Clara ainda estava na varanda, o coração acelerado com a intensidade da conversa que tivera com Gustavo. O brilho das luzes da cidade refletia sua confusão interna — uma mistura de atração e apreensão. O que ele queria dela? O que realmente havia por trás daquele olhar intenso e da postura autoritária?
Enquanto isso, dentro da mansão, Gustavo se dirigia a um escritório reservado, onde sua equipe costumava discutir assuntos delicados. Ele precisava resolver um problema que não poderia esperar. O nome de Leonardo Sanches ecoou em sua mente como um aviso. Ele não gostava de surpresas, e Leonardo era exatamente isso: uma incógnita que sempre trazia consigo uma aura de desafio.
No escritório, Gustavo encontrou Leonardo à espera. O homem era alto e de postura imponente, com um sorriso sarcástico que nunca deixava de provocar. Era um conhecido rival no mundo dos negócios, alguém que sempre se destacou por sua audácia e falta de escrúpulos.
— Olha quem decidiu aparecer — Gustavo disse, sua voz impregnada de sarcasmo. — Você tem coragem de entrar no meu território, Leonardo. O que deseja?
Leonardo cruzou os braços, observando Gustavo com um olhar desafiador.
— Estou aqui para uma conversa amigável, Gustavo. Ou você não acredita na possibilidade de diálogo entre nós? — O tom dele era provocativo, mas havia uma tensão no ar que indicava que não se tratava apenas de palavras.
— Diálogo? Você e eu sabemos que isso é uma fachada. O que realmente está acontecendo? — Gustavo não se deixou enganar. Ele tinha olhos para perceber os jogos e as estratégias, e Leonardo sempre tinha um plano.
— Estou apenas me certificando de que você não se esqueceu de quem manda na cidade — disse Leonardo, seu sorriso desaparecendo. — Este jogo de poder não é só seu, e você precisa entender isso.
A conversa esquentou rapidamente, com insinuações e ameaças veladas flutuando entre eles. Gustavo manteve a calma, mas por dentro, a raiva e a determinação se misturavam.
— Você pode estar em um território desconhecido, Leonardo. Este lugar não é seu. Cuide-se para não se perder no jogo. — A advertência foi clara, e Leonardo parecia absorver cada palavra.
Leonardo fez um gesto de desprezo, como se quisesse se afastar da conversa, mas antes de sair, lançou um último olhar penetrante para Gustavo.
— Lembre-se, amigo, o jogo está apenas começando. Você vai precisar de mais do que charme para se manter no topo. — E, com essas palavras, Leonardo virou-se, saindo do escritório e adentrando o saguão da mansão.
Gustavo permaneceu ali por um momento, sentindo a tensão da conversa ainda pulsar no ar. Ele não confiava em Leonardo, e a provocação estava longe de terminar.
Enquanto isso, Clara estava perdida em pensamentos na varanda, quando decidiu voltar para dentro da mansão. Ao descer as escadas, ela se deparou com Leonardo, que estava saindo do escritório com um sorriso malicioso no rosto.
— Desculpe — disse Leonardo, sua voz suave, mas com uma tensão subjacente. Ele a avaliou com curiosidade, como se estivesse tentando decifrar quem ela era.
Clara não se deixou intimidar. Havia algo em Leonardo que a deixava alerta, mas ao mesmo tempo intrigada.
— Não tem problema — respondeu ela, sua voz firme. O clima pesado da conversa entre os dois homens ainda pairava no ar.
Gustavo, que observava a cena de cima da escada, sentiu um instinto protetor aflorar. Ele não gostou da forma como Leonardo estava olhando para Clara, e sua presença ali, especialmente em um momento tão delicado, não era bem-vinda.
— Clara! — Gustavo chamou, descendo os degraus rapidamente, sem se importar com a interação entre ela e Leonardo. O tom de sua voz carregava um aviso.
Leonardo se virou para ele, o sorriso reaparecendo, mas agora era um sorriso de desafio.
— Olha quem decidiu descer do pedestal — disse ele, fazendo um gesto com a mão como se quisesse provocar.
— O que você quer, Leonardo? — Gustavo perguntou, o olhar frio e focado, enquanto Clara se posicionava entre os dois, tentando entender a tensão crescente.
— Apenas conversando com a bela moça que você trouxe para sua festa. Não se preocupe, não a estou incomodando — respondeu Leonardo, o tom debochado.
Gustavo lançou um olhar ameaçador a Leonardo, mas rapidamente virou-se para Clara, seus olhos carregados de um misto de preocupação e possessividade.
— Você está bem? — perguntou ele, sua voz mais suave, mas a tensão em seu corpo ainda era evidente.
Clara olhou de Gustavo para Leonardo, percebendo que estava no meio de um jogo que não compreendia totalmente. A noite na mansão não era apenas uma festa; era um campo de batalha onde interesses, segredos e desejos se entrelaçavam.
— Estou bem — disse Clara, mas a determinação em sua voz não podia esconder a curiosidade que sentia por aqueles dois homens.
— Ótimo — Gustavo respondeu, mas não desviou os olhos de Leonardo. A competição entre eles estava apenas começando, e Clara, de algum modo, era o prêmio.
Enquanto a noite se desenrolava, Clara percebeu que estava em um mundo muito mais complexo do que imaginava, e as sombras do passado de Gustavo começaram a se tornar mais palpáveis. A tensão entre os três estava prestes a explodir, e, sem saber, Clara se tornaria uma peça fundamental neste jogo de poder, sedução e revelações.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Entre Olhares: Cúmplices de Paixão
RomanceEm Entre Olhares: Cúmplices de Paixão, Clara, uma mulher de espírito livre, cruza o caminho de Gustavo, um empresário poderoso e misterioso, dono de segredos sombrios e uma vida regada a excessos. Em um mundo onde controle e submissão são a regra, C...