Capítulo 19: Jogo de Gato e Rato

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O silêncio da noite foi quebrado pelo som de metal sendo encaixado, cartuchos de munição sendo preparados e coletes à prova de balas sendo ajustados. Os homens de Gustavo estavam prontos para o que viesse, cada um deles ciente de que o confronto com Leonardo seria diferente de qualquer outro. Gustavo observava tudo com olhos de aço, seu ódio palpável, enquanto golpeava um saco de boxe com uma força inumana.

Cada soco refletia sua frustração, o som seco de couro encontrando o saco ecoava no ginásio subterrâneo da sua mansão na Vila da Conceição. O tablet com o vídeo de Clara ainda estava sobre a mesa de vidro, a imagem congelada no rosto dela, pálido e desacordado.

— Eles vão pagar por isso — Gustavo murmurou entre dentes, sua voz baixa, mas carregada de raiva. Ele socou o saco de boxe mais uma vez, rasgando o material ao meio.

Um de seus assistentes, André, se aproximou com cautela, o rosto tenso.

— As equipes estão prontas, senhor. O arsenal está completo, e os drones já estão monitorando o perímetro da mansão onde Leonardo se esconde.

Gustavo acenou com a cabeça, ainda agitado, quando seu celular tocou. Ele pegou o aparelho sem desviar o olhar do saco de boxe.

— Gustavo, finalmente... achei que você estava com medo de atender — disse a voz fria de Leonardo do outro lado da linha.

— Não brinque com a minha paciência, Leonardo — Gustavo respondeu, sua voz carregada de veneno. — Se você encostar um dedo em Clara...

Leonardo riu do outro lado.

— Relaxa, ela ainda está respirando, por enquanto. Mas você sabe que está contra o tempo, não sabe? Se demorar muito, talvez nem a reconheça mais.

Gustavo apertou o telefone com tanta força que quase o quebrou.

— O que você quer?

— Ah, Gustavo, você sempre tão direto. Gosto disso. Mas hoje, quero brincar um pouco. Que tal um jogo? Você tem 24 horas para descobrir onde estou, ou... bem, você sabe o que vai acontecer com Clara.

O coração de Gustavo bateu mais rápido, mas ele manteve a calma.

— E como sei que você não vai matá-la de qualquer jeito?

— Porque, meu caro, eu gosto de ver você sofrer. E nada seria mais divertido do que vê-lo fracassar por um erro estúpido. Então, o relógio está correndo... até mais, Gustavo.

O som do telefone sendo desligado fez o sangue de Gustavo ferver ainda mais. Ele jogou o celular contra a parede, onde ele se despedaçou. Seu olhar se voltou para André.

— Quero todas as equipes prontas esta noite! Não temos mais tempo a perder — ele gritou.

André rapidamente fez sinal para os outros assistentes, que já estavam se organizando. Gustavo sabia que Leonardo estava armando uma armadilha, mas ele também sabia que não podia ficar parado.

Entre Olhares: Cúmplices de PaixãoOnde histórias criam vida. Descubra agora