Você e Richard estavam juntos havia algum tempo, mas ninguém sabia. Vocês mantinham o relacionamento em segredo, especialmente porque você era filha do treinador do Palmeiras, Abel Ferreira. Sabia que seu pai jamais aprovaria algo assim, principalmente envolvendo um dos jogadores que ele tanto valorizava no time.
Ainda assim, a atração entre você e Richard era forte demais para resistir. Os olhares furtivos, os encontros rápidos em lugares escondidos, os toques discretos quando ninguém estava olhando. Havia um perigo constante no que faziam, mas isso só tornava tudo mais emocionante.
Era o dia de um grande jogo, e Richard estava concentrado no vestiário, mas você não podia perder a oportunidade de vê-lo antes de ele ir para o campo. Aproveitando um momento em que seu pai estava ocupado com a equipe técnica, você deu um jeito de encontrar Richard sozinho em um dos corredores do estádio.
Quando ele te viu, abriu um sorriso de canto, aquele sorriso que fazia seu coração disparar. Vocês estavam ali, a poucos minutos de um dos jogos mais importantes do campeonato, mas o tempo parecia ter parado naquele instante.
— Você não devia estar aqui, S/N — ele murmurou, mas não fez nenhum esforço para te afastar. Na verdade, ele já estava puxando você pela cintura, encostando seu corpo no dele.
— Eu sei… Mas eu queria te ver antes de você entrar em campo — você disse, tentando esconder o nervosismo. — Além disso, eu acho que você vai jogar melhor se tiver um incentivo a mais…
Ele riu, a risada grave e baixa que fazia seus joelhos fraquejarem, e então, sem mais palavras, ele te beijou. Foi um beijo intenso, carregado de toda a energia que vocês vinham segurando durante todo aquele tempo. Seus dedos se entrelaçaram no cabelo dele enquanto Richard te apertava contra a parede, completamente perdido no momento.
Por um instante, o mundo lá fora deixou de existir. Não havia torcida, não havia Palmeiras, não havia regras. Apenas vocês dois.
Mas então, o som de uma voz familiar cortou o ar como uma lâmina.
— S/N, o que você está fazendo aqui?
Você se afastou de Richard num pulo, o coração batendo tão rápido que parecia que ia sair do peito. Seu pai, Abel Ferreira, o treinador do Palmeiras, estava parado a poucos metros de distância, o rosto vermelho de fúria e incredulidade. Richard, igualmente surpreso, tentou recompor-se, mas era impossível negar o que tinha acabado de acontecer.
— Pai, eu… — você tentou explicar, mas as palavras sumiram da sua boca.
Abel olhou de você para Richard, a raiva crescendo em seus olhos.
— Richard, o que você pensa que está fazendo com a minha filha? — ele gritou, visivelmente furioso.
Richard, tentando manter a calma, deu um passo à frente.
— Senhor, eu… Eu sinto muito. Não foi planejado. Eu amo sua filha — ele disse, a voz firme, mas você podia ver o nervosismo nos olhos dele.
Seu pai ficou em silêncio por um momento, tentando processar tudo. Ele parecia não acreditar no que estava acontecendo, mas a tensão era palpável. Ele passou as mãos pelo rosto, respirando fundo, antes de falar de novo.
— Isso não pode acontecer. Não agora, não assim. Não às vésperas de um jogo importante. S/N, vá para casa. E você, Richard… Se concentre no jogo, e depois conversaremos sobre isso.
Você tentou argumentar, mas sabia que não adiantaria naquele momento. O olhar que Abel te deu era o suficiente para saber que a conversa não acabaria ali, mas seria continuada depois.
Richard permaneceu em silêncio, respeitando a decisão do treinador, mas antes de você sair, ele te lançou um olhar cheio de significado. Mesmo que o mundo estivesse contra vocês, ele faria de tudo para manter o que vocês tinham.
E você sabia, no fundo do seu coração, que esse era apenas o começo de um desafio maior, mas que valeria cada momento, cada beijo escondido, cada risco.
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