O silêncio pesado tomava conta da sala, quebrado apenas pelas respirações tensas entre você e Richard. A discussão havia começado por algo bobo, mas logo as coisas haviam escalado, e agora vocês estavam em lados opostos do cômodo, trocando olhares carregados de mágoa.
— Por que você sempre tem que complicar as coisas? — Richard disparou, sua voz mais alta do que ele pretendia.
Você sentiu o peso das palavras atingirem seu coração, mas manteve-se firme, tentando não demonstrar o quanto aquilo te machucava.
— Eu só quero que você me ouça, Richard! Eu só queria que você se importasse com o que eu estou sentindo! — sua voz saiu embargada, lutando contra as lágrimas.
Ele passou a mão pelo cabelo, claramente frustrado, e foi aí que, num momento de raiva, ele disse algo que fez seu mundo desmoronar:
— Às vezes, eu só queria nunca ter te conhecido!
Aquelas palavras cravaram fundo em seu peito, e antes que você pudesse se conter, uma lágrima escorreu pelo seu rosto. O silêncio que se seguiu foi cortante. Richard percebeu imediatamente o impacto do que tinha dito, mas antes que pudesse corrigir, você deu dois passos para trás, balançando a cabeça.
— Eu… não acredito que você realmente pensa isso de mim — sua voz saiu baixa, quebrada. E então, sem olhar para trás, você saiu da sala, deixando Richard sozinho, arrependido e frustrado consigo mesmo.
Você se trancou no quarto, querendo se isolar do mundo e da dor. Se jogou na cama, tentando acalmar o turbilhão de emoções que a discussão tinha causado, mas as palavras dele continuavam ecoando na sua mente.
Depois de um tempo, já no silêncio da noite, você ouviu a porta do quarto abrir devagar. Você permaneceu de olhos fechados, sem vontade de encarar Richard ainda. Mas, ao invés de ouvir mais palavras duras, o que veio foi o som suave de passos se aproximando, seguido de um leve toque na cama.
— Eu fui um idiota — você ouviu a voz dele, mais suave agora, quase um sussurro. — Eu não sei por que falei aquilo. Você é a melhor coisa da minha vida, S/N… Eu estava com raiva, mas não tinha o direito de te machucar desse jeito.
Você permaneceu em silêncio, os olhos ainda fechados, mas o coração batendo mais rápido enquanto ele continuava.
— Eu trouxe chocolate… e flores — ele soltou uma risada sem graça. — Sei que não é suficiente pra consertar o que eu fiz. Mas… eu não quero que isso termine assim. Eu te amo, mais do que qualquer coisa, e eu faria qualquer coisa para te fazer sorrir de novo. Por favor, me perdoa.
Ele suspirou, como se esperasse uma resposta que não viria, e você sentiu o peso das palavras dele se assentar em seu peito. Ainda sem abrir os olhos, você esperou ele terminar.
— Eu só queria que você soubesse… mesmo que não me perdoe agora, eu vou continuar tentando. Porque eu não sou nada sem você.
O silêncio tomou conta do quarto novamente, e então você decidiu que já havia esperado o suficiente. Virando-se devagar, você abriu os olhos e olhou diretamente para ele, a surpresa estampada no rosto de Richard quando percebeu que você estava acordada o tempo todo.
— Você estava escutando…? — ele perguntou, um pouco sem jeito.
Em vez de responder com palavras, você se aproximou devagar, seus olhos nos dele, e o puxou suavemente para perto. Antes que ele pudesse dizer qualquer outra coisa, você pressionou seus lábios contra os dele, selando o pedido de desculpas com um beijo profundo e cheio de sentimentos.
Quando o beijo terminou, você o encarou, os rostos ainda próximos, e sussurrou:
— Eu te perdoo… E eu também sinto muito.
Richard sorriu, aliviado, enquanto você o puxava para a cama, deixando o conflito para trás. Ele te abraçou forte, como se quisesse garantir que jamais deixaria aquele momento se repetir.
E naquele instante, envoltos pelo calor do perdão e do amor, vocês adormeceram juntos, sabendo que, por mais difícil que fosse às vezes, o amor sempre falaria mais alto.
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