XX - Supernova

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Luca não conseguia parar de pensar no que Connor havia dito. A revelação sobre sua irmã o deixara em choque, mas agora, diante de um amigo que exigia mais do que ele podia dar, sua mente era uma tempestade.

"Isso não é justo... algo tem que ser feito,mas porque eu?", ele repetia para si mesmo enquanto Connor continuava a caminhar ao redor deles, com palavras pesadas e olhares que forçavam a decisão.

– Eu não sei se posso fazer isso... – murmurou Luca, mais para si mesmo do que para os outros.

Connor parou à sua frente, os olhos fixos, a voz baixa e controlada, mas com um toque de sarcasmo que parecia ecoar pela sala.

– Não sabe, mas está aqui. E o que você vai fazer a respeito? – Connor deu um passo mais perto. – Emett e Joshua já entenderam o que precisa ser feito. Você também precisa me ajudar, eu não contei tudo isso para você atoa.

– Mas isso não é... – Luca tentou argumentar, mas as palavras não saíam. Sua mente estava um caos, relembrando cada detalhe sombrio que Connor havia revelado.

– Isso não é o quê? Justo? Correto? – Connor sorriu de forma amarga. – Você acha que foi justo o que fizeram com minha irmã? Ou que a justiça vai se fazer sozinha? Não vai. Não nesse mundo.

Luca sentiu um nó na garganta. Joshua, sempre o mais sensato, tentou aliviar o peso da conversa.

– Connor, acho que o Luca só... precisa de mais tempo pra processar tudo. É pesado, cara.

Emett, que estava quieto até então, assentiu com a cabeça, parecendo também inquieto.

– É... isso foi... é muita coisa pra digerir de uma vez só, sabe? – Ele deu um passo para trás, como se quisesse se distanciar do que estava acontecendo, mas sabia que não havia como fugir.

Connor riu, uma risada seca que não tinha humor algum.

– Claro, porque o Ryan e os outros esperaram, não é? Esperaram que minha irmã processasse tudo antes de drogar e abusar dela. Dei tempo suficiente pra eles aprontarem, não acham?

O peso dessas palavras era sufocante. Luca sentia sua mente girar. Ele olhou para Joshua, que evitava seu olhar, incerto, e para Emett, que mordia o lábio, obviamente desconfortável. A pressão estava aumentando. Connor sabia disso e explorava cada fraqueza dos amigos.

Connor voltou-se para Luca com um olhar firme e quase frio.

– Sabe, Luca, você sempre foi o cara correto, o cara que faz tudo de acordo com as regras. Mas me diga uma coisa... onde isso te trouxe? Seguir as regras. Onde isso trouxe minha irmã? Para palmos debaixo dos pés imundos dessas pessoas de merda

Luca ficou quieto, sem saber o que responder. Sabia que era um golpe baixo, mas parte dele sentia o peso da verdade nas palavras de Connor. No fundo, ele sabia que Connor estava certo de alguma forma, mas o medo e a confusão o impediam de agir.

Connor se aproximou ainda mais, a voz carregada de intensidade.

– O que você prefere, Luca? Ficar aí parado e deixar que esses caras saiam ilesos? Ou tomar uma atitude, mostrar que nós também temos voz, que nós não somos apenas espectadores na nossa própria história? Porque parece que você é isso,espectador da vida

Joshua, com seu jeito calmo, interrompeu, tentando amenizar a situação.

– Connor, estamos do seu lado, cara. Só que... o que você está pedindo é... perigoso, sabe? Isso pode sair do controle.

– Já está fora do controle! – Connor exclamou, sua voz subindo um tom. – Eles já tiraram algo de mim que eu nunca vou ter de volta. E eu não estou pedindo para vocês fazerem nada além de mostrarem que são meus amigos. Vocês não me deixariam na mão agora, deixariam?

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⏰ Última atualização: Nov 03 ⏰

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