POV LAUREN
Esfrego minhas mãos na calça jeans com um misto de nervosismo e expectativa. O metrô de Nova York avança a toda velocidade, e, apesar do desejo fervoroso de abraçar minha irmã, uma parte de mim anseia por adiar esse encontro. Camila, sentada ao meu lado, me lança olhares carinhosos e encorajadores, como se tentasse transferir sua coragem para mim em cada piscar de olhos.
Os últimos dois dias em Nova York foram intensos e profundamente íntimos. Ao longo das nossas longas horas de trabalho, encontrei consolo e calor nos braços de Camila, envolta em sua presença magnética. Era impossível ignorar o magnetismo entre nós, e depois de muita insistência dela, acabei cedendo e permitindo que me ajudasse a encontrar minha irmã nessa vasta cidade. Com um pouco de astúcia e Camila assumindo o papel de uma antiga colega de escola de Taylor, conseguimos obter o contato de minha irmã. Se eu tivesse abordado minha mãe diretamente, teria enfrentado uma interminável série de perguntas da senhora Clara, e eu preferia fugir disso.
Quando liguei para Taylor, que atendeu a ligação prontamente, uma onda de forte emoção tomou conta de mim, quis recuar, mas eu sabia que não haveria outra chance de acertar as coisas entre nós. O silêncio que se estendeu do outro lado da linha, depois que revelei quem eu era, isso fez meu coração vacilar, mas Taylor, sempre muito discreta soube conduzir a conversa de forma leve, como se tivéssemos frente a frente ou como se o tempo não tivesse passado. O misto de surpresa e empolgação em sua voz, quando disse que estava em Nova York, me fez ter a coragem necessária para confessar que gostaria de vê-la.
E aqui estou eu, indo de metrô até o Central Park, encontrá-la.
Taylor insistiu muito para que o encontro fosse em sua casa, mas eu me sentiria mais à vontade se fosse num ambiente mais neutro, sem a presença de seu marido.
Finalmente, o metrô desacelera e a estação Central Park se revela diante dos meus olhos. Meu coração bate descompassado, e eu quase não consigo sentir os pés no chão enquanto subo pela escada rolante, tentando acalmar a respiração. O ar fresco da cidade parece fazer uma pausa, carregado de uma mistura de nervosismo e excitação.
Saio da estação e o verde do Central Park se abre à minha frente como um abraço acolhedor, uma visão que contrasta com o cinza urbano ao redor. Com um olhar ansioso, começo a caminhar pelo caminho pavimentado, tentando visualizar a imagem que tenho da minha irmã em minha mente. Anos sem vê-la têm criado uma imagem idealizada, e tenho medo de que a realidade não corresponda à memória que conservo.
A poucos passos de distância, vejo uma figura conhecida: Taylor está de pé sob uma árvore, olhando ao redor com um olhar atento. O sol ilumina seus cabelos castanhos, e ela parece tão familiar e, ao mesmo tempo, tão diferente. O tempo não passou para ela da mesma forma que passou para mim; há um toque de maturidade e experiência em seus olhos que não estava lá antes.
Quando nossos olhares se cruzam, um sorriso hesitante se forma em seus lábios, e meu coração dá um salto. Cada passo que dou em direção a ela é como um pequeno triunfo, uma vitória sobre o medo e a incerteza que estiveram presentes por tanto tempo. Taylor me observa se aproximar com um misto de curiosidade e emoção, como se ainda não pudesse acreditar que estou realmente ali.
Finalmente, nos encontramos e, sem pensar, dou um passo adiante e a abraço com força. O contato é instantaneamente reconfortante, uma lembrança tangível de todos os anos em que estivemos separadas. Ela me envolve em seus braços, e eu sinto uma onda de alívio e alegria que me faz quase esquecer de respirar. Seu abraço é tão familiar quanto eu esperava, mas também é enriquecido por todas as experiências que tivemos longe uma da outra.
- Lauren! - sua voz é um sussurro emocionado em meu ouvido, e eu posso sentir a sinceridade em cada palavra. Ela se afasta um pouco, nos encara com os olhos brilhando de lágrimas contidas, e me sorri com um carinho que transborda em cada linha do seu rosto.
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All I Wanted - Camren
FanfictionUma mulher bem sucedida na carreira, um casamento de 20 anos, uma filha adolescente e um erro catastrófico. Se Camila não tivesse se entregado aquele impulso na noite de Natal, as coisas seriam diferentes? Após seu aniversário de 35 anos, o quase fi...