All I Wanted - Camren

Capítulo 15 - Faça o que for preciso!

20:00 pm - Quarta-feira

POV LAUREN

Organizo a refeição com cuidado sobre a pequena mesa de canto que fica no quarto do hotel. Ajusto a luz do ambiente, deixando-a suavemente baixa, criando uma atmosfera acolhedora e envolvente, quase romântica. Tem sido assim todas as noites: faço o pedido do jantar e espero que Camila apareça. E ela sempre aparece.

Mas, desta vez, fui além do habitual. Deixei que meus sentimentos tomassem conta e, junto com o jantar, pedi um buquê de rosas e uma garrafa de champanhe. Espalhei pétalas pelo chão, sobre a mesa e pela cama. Mais do que querer uma noite especial ao lado de Camila, meu desejo era expressar gratidão, agradecer por tudo o que ela tem me proporcionado, pelas pequenas e grandes coisas.

O tempo começa a passar. Meia hora, uma hora, uma hora e meia... e nada de Camila.

Me pego relembrando nossa conversa no metrô. Ela mencionou que ligaria para Eric. Talvez tenham discutido, brigado, ou até mesmo se reconciliado. Esse último pensamento me dá um calafrio, e sinto meu coração acelerar e tropeçar nas batidas. É possível, sim, que Camila tenha resolvido as coisas com Eric e decidido não me ver mais. Uma hipótese que, embora dolorosa, preciso encarar caso seja verdade.

A vontade de ir até o quarto dela me domina, mas me seguro. Não posso pressioná-la, não mais. Seja qual for a verdade, ela vai se revelar, de uma forma ou de outra.

Acabo jantando sozinha, com o coração inquieto, pulando em descompasso.

...

08:34 am - Quinta-feira

Após uma noite dominada por pensamentos confusos e intermináveis, desperto ainda sonolenta. Com movimentos lentos, faço minha higiene matinal e volto a encarar o quarto, que permanece decorado com as pétalas de rosa da noite anterior. A visão, que deveria ser bela e romântica, agora parece pesada, carregada de significado. Dessa vez, deixo a impulsividade guiar meus passos e, sem pensar muito, saio do quarto em direção ao de Camila.

Caminho rápido pelo corredor silencioso e bato na porta dela repetidas vezes. O som ecoa, mas ninguém responde. Será que está me ignorando? Não seria a primeira vez. Ou talvez simplesmente tenha ido tomar café no restaurante do hotel, como costuma fazer.

Frustrada, vou até o elevador e, impaciente, aperto o botão várias vezes, como se isso pudesse fazer com que o elevador chegasse mais rápido. Quando, finalmente, ele chega ao andar, entro rapidamente e me deparo com duas garotas em uma conversa animada. Elas ignoram completamente a minha presença, mas suas palavras acabam inevitavelmente chamando minha atenção.

- Foi uma confusão enorme - diz a garota ruiva, com um olhar de quem adora contar novidades. - Ela estava desesperada, como se precisasse que alguém fizesse o check-out dela imediatamente.

- Que absurdo! - responde a amiga, chocada. - Eu nunca me exporia assim.

- Ela repetia sem parar que precisava ir embora, que tinha um voo para pegar - continua a ruiva.

- Ouvi algumas camareiras comentando... Parece que o marido dela sofreu um acidente ou algo assim - acrescenta a amiga, com um olhar preocupado.

- Que horror, Britney. Deus me livre!

Reviro os olhos com força. Odeio fofocas. As pessoas pegam pedaços de informação que nem são delas e criam suas próprias versões distorcidas da realidade.

Assim que o elevador chega ao térreo, saio apressada, sem prestar mais atenção à conversa. Sigo direto para o restaurante do hotel, que está relativamente movimentado. No entanto, olho ao redor e não vejo sinal de Camila. Passo pela área de lazer, pela academia e até pela piscina, mas ela não está em nenhum desses lugares.