CAPÍTULO 23

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Pov Valentina

Luiza saiu de cima dela e tirou sua calcinha, deixando-a exposta. O vão entre as pernas de Valentina nunca sofreu tanto com a espera. Luiza dobrou suas pernas e a abriu-as bem, enquanto beijava suas coxas. Quando chegou na virilha de Valentina, passou propositalmente o bico duro do seio em seu sexo e Valentina gemeu com o coração pulando firme. Sentiu sua intimidade umedecer um pouco mais. Pegou os cabelos de Luiza sem medir a força e colocou a cabeça dela entre as suas pernas. Queria agora. Luiza recusou-se a executar o seu comando, fazendo com que o excitamento de Valentina aumentasse um pouco mais.

Luiza deu uma mordida contida em seus grandes lábios e Valentina agarrou com força os lençóis. Não conseguia imaginar a que velocidade o sangue corria pelo seu corpo. Luiza brincou um pouco mais com o seu sistema cardíaco até que por fim, Valentina sentiu o calor da sua boca nela. Não foi preciso mais do que cinquenta segundos para alcançar o orgasmo.

Sem dar tempo para se recuperar, Valentina jogou Luiza na cama, deu um beijo ardente em sua boca, e sem rodeios desceu até o meio de suas pernas. Queria Luiza inteira. Moveu sua língua contra ela, obedecendo o ritmo imposto pela morena e só parou quando o aperto em seu cabelo afrouxou. Sorriu contra o sexo de Luiza e subiu beijando sua barriga, os seios, e o pescoço, até alcançar a boca. Recebeu um beijo lento, cheio de afeto e aninhou-se em seus cabelos. Sentiu o cheiro de shampoo que eles continham. Seus corpos estavam suados, e ela podia ver o pescoço de Luiza pulsar em um compasso ainda acelerado.

— Valeu a pena esperar por esse dia. — Valentina falou. Não conseguia parar de sorrir.

— O dia em que você conquistaria a vizinha pela qual é caidinha? — Luiza perguntou, passando a mão carinhosamente pelo rosto de Valentina.

— Esse mesmo. Mas eu já havia te conquistado muito antes de hoje, ou você não estaria aqui. — Respondeu docemente e fez algo que queria ter feito há muito tempo. Espalhou beijos por toda a extensão do rosto de Luiza.

Luiza sorria, com os olhos fechados enquanto recebia os beijos. Valentina queria poder filmar aquele rosto. Apoiou a cabeça na mão com o cotovelo dobrado sobre o travesseiro. Um trovão soou ao longe, anunciando a chuva que viria. Pela janela, a noite dava boas-vindas.

— Você me faz sentir coisas. — Valentina disse, passando a ponta dos dedos pelo braço de Luiza. — As mais belas coisas.

— Eu sei. — Luiza colocou uma mecha de cabelo de Valentina atrás da orelha. — Porque eu sinto o mesmo. Não acho que seja possível sentir algo nessa intensidade se não for recíproco.

Valentina beijou a testa de Luiza, os olhos, o queixo e a boca.

— Você está com um problema. — Falou, afundando o rosto em seu pescoço. — Parece que eu sou do tipo pegajosa, já que eu queria bater na sua porta o tempo todo. Mesmo quando nós só brigávamos.

— Acho que posso lidar com isso. — Luiza beijou a ponta do nariz de Valentina e a puxou para um abraço. — Estar com você é tudo que eu quero. Pode avisar para a sua lista de contatos que você tem dona.

— Eu tenho? — Valentina perguntou, a voz saiu abafada pelo pescoço de Luiza.

— Uhum. Agora tem.

— Não vai nem me pagar um jantar? Vai só chegar e se proclamar proprietária? — Valentina levantou a cabeça e olhou-a com interrogação.

— Você estava se esforçando para provar que só existe eu na sua vida, não estava? — Luiza levantou uma sobrancelha, interrogativamente. — Ou era mentira?

— Teoricamente, você não me deixou fazer muito esforço, já que quando eu ia começar a fazer a minha parte, você deu uma de ninja sexy e me atacou no estacionamento. — Valentina deu uma mordidinha no queixo de Luiza. — Mas sim, só existe você na minha vida. Não preciso de mais ninguém. E eu não tenho uma lista de contatos desse tipo.

— Não? — Luiza perguntou, desconfiada.

— Não. — Valentina respondeu firme. — Eu não pego o número de ninguém e não dou o meu.

— E por quê?

— Porque isso cria expectativas. — Valentina contornou a mandíbula de Luiza com o indicador, seguindo pelo queixo, admirando todos os traços daquele rosto lindo. Queria gravar cada pedacinho na memória, para poder lembrar depois. — E a ironia é que eu não tenho o seu número, mas minhas expectativas estão bem altas.

— Precisamos resolver isso então. Vamos começar pelo número e depois você me conta as suas expectativas e vemos o que eu posso fazer a respeito. O que acha? — Valentina não teve a chance de responder, pois Luiza jogou-se em cima dela, derrubando-a. Olhou profundamente em seus olhos e lhe deu um beijo lento. Valentina pôde sentir os cabelos castanhos macios caírem sobre seu rosto, enquanto suas línguas tocavam-se lentamente, reconhecendo-se, procurando-se, derretendo-se. Valentina conteve o suspiro de contentamento que ameaçou sair de seus pulmões. Era como estar no céu. Com certeza não era só um beijo. Era tudo o que ela precisava. Tudo o que nunca teve. Era tudo que ela queria. Aquela morena arrogante, metida a chefe, mandona e irritante era quem ela estava esperando esse tempo todo. Valentina e Luiza bateram a porta na cara do amor inúmeras vezes, mas foi impossível fugir, foi impossível virar as costas. Quando o amor te marca, ou você se entrega ou passa a vida fugindo. E Valentina não fugia de nada.

Eu soube que é vocêOnde histórias criam vida. Descubra agora