CAPÍTULO 24

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Pov Luiza

Aquele beijo estava transbordando de promessas e Luiza pretendia cumprir todas. Cobraria todas também. Valentina era uma mistura louca de doçura e selvageria. Em um momento estava fazendo promessas de amor e no outro falando sobre como a amarraria em sua cama e a faria de escrava sexual. Luiza achava essas mudanças uma das coisas mais extraordinárias que já viveu. Estar com Valentina era transbordar. Era como estar em uma praia sentindo o sol no rosto e a brisa do mar movendo seus cabelos, e ao mesmo tempo era como pular de um avião sem paraquedas, e ver o chão se aproximar rapidamente. Como se ela tivesse adivinhado seus pensamentos, o beijo apaixonado ganhou força e Valentina estava novamente em cima dela, pressionando o corpo nu contra o seu. Seria uma longa noite.

Ela acordou no meio da noite, sentindo os braços de Valentina em volta de si. Sorrindo, aconchegou-se um pouco mais, até que suas costas estivessem grudadas nela. Valentina mexeu-se na cama. Luiza ouviu o seu estômago roncar.

— Também estou com fome. — Valentina falou, apertando os braços em volta do seu corpo. — Vou ver o que tem para comer. — Retirou os lençóis e deu um beijo em seu ombro.

Luiza viu Valentina acender o abajur e ir até o guarda-roupa. Seu corpo todo era definido e bronzeado. Os músculos das costas podiam ser vistos enquanto ela colocava uma camiseta que ia até as coxas.

— Quais as chances de eu achar onde está a minha calcinha? — Perguntou, enquanto analisava as peças de roupas jogadas no chão do quarto.

— Não acho que você vá precisar dela. — Luiza falou, sentando-se na cama e arrumando os cabelos com os dedos.

— Meu Deus, você é linda! — Valentina a observava. — Nunca vou cansar de repetir. — Foi até a cama e depositou um beijo em seus lábios. — Fico me perguntando como eu resisti por tanto tempo.

— Você não resistiu a nada. — Luiza sorriu, segurando o rosto dela entre as mãos. — Se dependesse de você, teria me beijado no bar.

— Se dependesse de mim, teria te beijado na primeira vez que te vi. — Valentina ponderou o que acabara de falar. — Talvez não na primeira, quem sabe na quinta ou na sexta vez. Você era bem irritante.

— Own... Tão fofa. — Luiza levantou-se da cama. — Me empresta uma camiseta.

— Autoritarismo é o nome disso. — Valentina abriu a porta do guarda-roupa novamente. — Pode escolher. Eu vou vendo o que tem na cozinha enquanto isso.

Luiza vestiu uma camiseta verde escura e foi até a sala. Pegou o seu celular e viu a hora. Uma e quarenta e cinco da manhã. Havia peças de roupas espalhadas pelo chão, na cadeira e na mesa. Juntou tudo e levou para o quarto de Valentina. Foi até a cozinha e viu Valentina servindo uma taça de vinho.

— Quer? — Ela perguntou.

— Aceito. — Luiza passou as mãos pela cintura de Valentina e a abraçou por trás, dando um beijo em sua nuca.

Valentina virou-se, oferecendo a taça e beijando delicadamente seus lábios.

— Você fica ainda mais maravilhosa com a minha camiseta. Se é que isso é possível. — Valentina abriu um sorriso perfeito e o coração de Luiza vibrou.

— E você fica uma delícia só de camiseta. — Luiza falou, olhando-a dos pés à cabeça.

— É? — Valentina perguntou, tirando a taça da mão de Luiza. — Me mostra o quanto eu sou deliciosa.

Luiza a encurralou no balcão e passou as mãos pelas pernas de Valentina, notando que ela estava sem calcinha.

— Parece que você seguiu o meu conselho. — Luiza sorriu de canto.

— Parece que você estava certa. — Valentina mordeu o lábio inferior. — Eu não vou mesmo precisar dela.

A porta do apartamento foi aberta bruscamente e Priscila entrou com Maya agarrada em seu pescoço. Compartilhavam um beijo energético. Luiza e Valentina ficaram estáticas, observando a cena. Mãos mexiam-se freneticamente, tentando estar em todos os lugares ao mesmo tempo. Valentina limpou a garganta audivelmente e elas pararam no meio da sala. Priscila demorou alguns segundos para voltar à realidade e quando as avistou, seu rosto já corado avermelhou ainda mais.

— Boa noite, senhoritas. — Falou, a voz falhando, provavelmente pela falta de uso. — A Maya vai dormir aqui hoje, como devem ter percebido. — Priscila reparou na falta de roupas das duas, paradas na cozinha. — Parece que por aqui a festa já começou. Maya, olha para o outro lado, você não é obrigada a ver essa indecência. — Olhou para Valentina. — Você tem que me envergonhar na frente das visitas, né? Eu estou falando sério, Valentina, nada de transar na cozinha.

— Eu não ia... — Valentina começou a falar.

— Ia sim. — Luiza intrometeu-se. — Ela me convidou para batizar o seu quarto, mas eu recusei. Tem que ter respeito, não concorda?

— Por que não estou surpresa? — Priscila fuzilou Valentina com os olhos.

— De onde você tirou isso? — Valentina perguntou, afastando-se de Luiza.

— Você quer que eu vá embora? — Maya perguntou, sem graça.

— Maya, mas que grande surpresa você me aprontou, não é mesmo? — Valentina perguntou, cruzando os braços. O movimento fez a barra da camiseta subir perigosamente.

— Nós vamos dormir lá em casa para dar privacidade a vocês. — Luiza interrompeu a conversa.

— Vai me deixar dormir com você? — Valentina lançou um olhar repleto de meiguice em sua direção.

— Por que não deixaria? — Luiza mexeu na gola da camiseta de Valentina. — Você é tão quentinha.

Priscila começou a gargalhar. Todos os olhos voltaram-se para ela.

— Certo. — Falou, quando conseguiu se recuperar. — Já vi Valentina sendo chamada de muitas coisas, mas quentinha nunca foi uma delas. O mais próximo disso foi sem o diminutivo. Desculpe você ter de escutar essas coisas, Maya. — Falou, ficando séria. — Vamos para o meu quarto e encerramos o constrangimento por aqui.

Quando Priscila passou por Luiza, falou baixinho "amanhã você vai me contar tudo" e desapareceu em seu quarto, seguida por Maya.

Valentina balançava a cabeça negativamente, olhando-a.

— Por que você gosta de criar desavenças? — Perguntou, segurando um sorriso.

— Você está falando que eu sou uma menina má? — Luiza passou o dedo pelos lábios de Valentina. — Porque se for isso, acho que mereço ser castigada, não é? — Falou em seu ouvido.

Os olhos de Valentina brilharam selvagemente.

— Não posso te castigar quando está usando tanta roupa assim. — Ameaçou tirar a blusa que Luiza estava vestindo, mas foi impedida.

— Priscila não quer saber de sexo na cozinha. — Puxou Valentina pela mão. — Mas ninguém falou nada sobre a cozinha lá de casa.

Eu soube que é vocêOnde histórias criam vida. Descubra agora