CAPÍTULO 29

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Pov Valentina

Conseguiu ouvir a campainha soar ao longe, em algum lugar da enorme casa. Esperou cinco segundos e tocou novamente. Dez segundos e afundou o dedo com força no botão, de novo.

A casa ficava em um bairro chique, arborizado e tranquilo. Não haviam portões nas casas e elas eram separadas por jardins. Fazia uma manhã quente e ensolarada.

A porta foi aberta e Giovanna entrou em seu campo de visão. Vestia um pijama preto de seda e os cabelos loiros estavam soltos em volta do rosto.

— Bom dia! — Valentina a empurrou e entrou na casa.

— Quem você pensa que é para invadir minha casa desse jeito? — Giovanna falou irritada.

— Achei que gostasse de entradas forçadas, já que sai por aí invadindo apartamentos. — Valentina falou tranquilamente. — E só a metade da casa é sua. Minha namorada é advogada, ela entende dessas coisas. Apesar dela não saber que eu estou aqui.

— O que você quer? — Giovanna perguntou, secamente.

— O que eu quero, Giovanna, é que você suma da vida da Luiza. — Esticou o envelope na direção dela. — E que você assine isso aqui.

Giovanna olhou com desdém para Valentina.

— E por que eu faria isso? — Perguntou.

— Porque — Valentina aproximou-se. — você deve isso a ela. Tudo o que você fez, as coisas que falou, já é o suficiente, não acha? Por que você não procura aí dentro desse seu coração podre um pouquinho de dignidade e faz isso para a pessoa que você diz amar? Seria a melhor coisa que daria para ela e você sabe disso. Você foi até lá naquela noite para culpá-la para que você pudesse se sentir melhor sobre a pessoa de merda que você é e conseguir conviver com você mesma. Eu sei que isso não é amor. E você também sabe. — Valentina abriu o envelope e entregou os papéis à Giovanna. — Ela prestou queixa contra você. E não importa quem seja seu pai. Ou seu tio, sua mãe, seus primos. Você pode achar que é privilegiada por ter contatos com pessoas que podem corromper as leis por você, mas eu tenho contatos que podem acabar com a imagem da sua empresa em doze horas. Eu já andei dando uma pesquisada. E o que eu encontrei. — Soltou um assovio. — Garota, você não brinca em serviço quando o assunto é meter-se com coisas ilegais. — Olhou interrogativamente para os papéis, ainda em sua mão. — Você pode fazer isso pela Luiza ou por você. Escolha o motivo que mais lhe agrada. Eu não ligo.

Três minutos depois, Valentina entrou no carro e no banco do passageiro havia um maço de documentos contendo a assinatura de Giovanna ao lado da de Luiza. Era a última vez que ficariam próximas uma da outra.



A Valentina é foda ninguém mexe com a mulher dela.

Eu soube que é vocêOnde histórias criam vida. Descubra agora