Gaia
Em uma sala privada no Palácio Imperial, Gaia é chamada à presença de um senador e um conselheiro de Commodus, que estão ali para informá-la sobre a decisão do senado. A sala é elegante, mas o ambiente é pesado. Gaia está sentada em uma cadeira, as mãos repousando no colo, enquanto o senador se prepara para falar.
— Senhora Gaia, vou ser direto com você....após uma cuidadosa consideração, o senado decidiu que a melhor forma de... estabilizar o governo e garantir a unidade de Roma é propor uma união entre você e o imperador Commodus.
Por um momento, há um silêncio absoluto. Gaia fica pálida, como se tivesse levado um golpe no estômago, seus olhos ficam arregalados e sua respiração fica presa na garganta.
—O quê?...casar... com Commodus?. — a voz dela treme de incredulidade. —Isso só pode ser um engano... um pesadelo...
— Minha senhora, entendo que isso possa ser um choque. Mas o imperador acredita que essa união seria vantajosa para ambos. Através do casamento, sua linhagem estaria ligada à dele e isso ajudaria a solidificar a legitimidade do seu governo. - responde um conselheiro.
—Gaia balança a cabeça, recuando um passo, a voz cheia de amargura. —Legitimidade? Vocês acham que um casamento com o homem que assassinou minha família vai dar legitimidade ao seu reinado?.— da uma risada forçada com ironia, mas o som sai trêmulo. — Isso é uma piada de mau gosto.
— Controle-se, senhora Gaia. Sei que a proposta é... difícil de aceitar, mas deve entender que, em Roma, o dever muitas vezes está acima dos desejos pessoais.
— A raiva sobe ao rosto da jovem, deixando-a levemente corada, e os olhos se enchem de lágrimas que ela luta para conter. —Acima dos desejos pessoais? Ele matou meu pai e meu irmão! Querem que eu me una ao homem que transformou minha vida em cinzas? Que compartilhe o leito com o assassino da minha família?.
— Minha senhora, não se trata apenas do que você quer, a proposta veio do Senado. O imperador já deu seu consentimento.
— E ele... concordou?— solta uma risada amarga . —É claro que concordou. Seria a vitória final, não é? Reduzir-me ao papel de sua esposa... uma sobrevivente à mercê do homem que tirou tudo de mim.
— Pense nas possibilidades, senhora Gaia, essa aliança pode ser uma oportunidade de obter alguma influência... e talvez até de garantir segurança para você e, quem sabe, para os que ainda lhe são próximos.
— Segurança? Em que mundo vocês vivem? ela fica cada vez mais desesperada. — A segurança que vocês prometem só existe se eu concordar em me curvar a ele.
— Não se trata apenas de você, trata-se de Roma.
— Vocês falam de Roma como se ela ainda estivesse viva! Commodus a matou junto com minha família, junto com qualquer honra que restava.
Ela se vira bruscamente e começa a caminhar em direção à saída. Antes de sair, para na porta e olha para trás.
—Digam a ele que prefiro morrer a me casar com o assassino da minha família!.
Ela sai da sala, batendo a porta atrás de si, lá fora, Gaia encosta-se na parede e finalmente permite que as lágrimas escorram. A mistura de impotência, ódio e desespero a consome, e ela sabe que qualquer escolha que fizer a partir de agora será perigosa.
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Oaths of Revenge - Gladiador (2000)
Historical FictionGaia filha de Marcus Annius Libo é a única sobrevivente de sua família após o cruel Commodus ordenar a execução de todos, pois seu pai se recusou a reconhecê-lo como herdeiro do império, Commodus então decide eliminar todos os possíveis herdeiros da...