Oaths of Revenge - Gladiador (2000)

Dança das Máscaras

Commodus 

O quarto de Gaia é decorado com  sofisticação discreta, um reflexo de sua posição como imperatriz. Uma grande escrivaninha domina o centro do espaço, com pergaminhos e documentos cuidadosamente organizados sobre ela. O imperador entra após ser chamado, ainda vestido com sua túnica imperial, os passos ecoando levemente pelo mármore. Ele observa Gaia por um momento antes de se aproximar.

Commodus entrou nos aposentos de Gaia com a expressão controlada, mas sua mente trabalhava rapidamente. O chamado dela, urgente, era incomum, mas curioso. Ele gostava de ser chamado gostava de sentir que era necessário e essencial, como o sol para o mundo. Gaia nunca parecia ansiar por sua presença, e isso o irritava. Hoje, porém, ela o convocara com algo que parecia importante. Isso despertava sua curiosidade e... algo mais que ele não conseguia nomear.

Ao cruzar a entrada, viu-a sentada à escrivaninha. A luz suave das velas e do sol que entrava pela janela iluminava os contornos de seu rosto, o vestido de tons claros. Era uma visão que, por um momento, o desarmou pelo contraste entre a calma dela e a inquietação que sentia sempre que a via. Ela parecia tão composta, tão serena, e ainda assim, ele sabia que havia algo por baixo disso. Algo que ele queria desvendar, controlar.

"Ela é linda," ele pensou brevemente, antes de descartar o pensamento como se fosse irrelevante. "Mais um motivo para me pertencer por completo."

— Você me chamou, Gaia. Espero que seja algo que mereça minha atenção.

Ela ergueu os olhos para ele, e por um instante, Commodus sentiu aquela habitual resistência em seu olhar. Mas hoje, havia algo mais. Algo... ansioso. Ela parecia diferente. Ele notou como suas mãos, firmes sobre o pergaminho, tremiam levemente. Um sorriso quase imperceptível tocou seus lábios  nervosismo. Ele gostava de ver isso nela.

— Sim, César. Descobri algo que acredito ser importante. Algo que pode... comprometer a eficiência das nossas tropas.

Ela empurrou os papéis sobre a escrivaninha, apontando para um trecho específico. Commodus deu alguns passos à frente, seu olhar fixo nela antes mesmo de se preocupar com os documentos. Ele percebeu como sua postura estava tensa, como se cada movimento fosse calculado. Ela o temia? Ele não sabia ao certo. Talvez fosse algo mais... um desconforto que não era totalmente desagradável para ela.

Ele parou atrás dela, observando os papéis por cima de seu ombro. Gaia se inclinou ligeiramente para frente, talvez tentando criar alguma distância entre eles. Commodus sorriu para si mesmo, apreciando o gesto. Ele se curvou mais, as mãos pousando na beirada da escrivaninha enquanto analisava os documentos. Sua presença era intencionalmente invasiva, mas ele queria ver como ela reagiria.

Gaia parecia estar concentrada, mas ele viu a leve tensão em seus ombros. Seus dedos ajustaram os papéis com mais força do que o necessário. Ela falava, tentando explicar o que havia encontrado, mas Commodus mal ouvia. Sua atenção estava dividida entre os números nos papéis e a maneira como sua respiração parecia mudar cada vez que ele se movia um pouco mais perto.

Ele curvou-se atrás dela, com um tom pensativo — Desvios. Quantias pequenas, mas constantes. Interessante... Parece obra de soldados que acreditam que podem se esconder nas sombras do império.

Gaia assentiu, a voz controlada, mas com um toque de nervosismo que ele captou imediatamente.

— Exatamente. Precisamos resolver e evitar que o problema se espalhe. Esses recursos são cruciais para manter a ordem nas províncias.

Ele levantou uma sobrancelha, surpreso. Ela parecia quase ansiosa para resolver o problema. Mas havia algo em sua postura  o jeito como ela parecia lutar para se manter que o fascinava. Ele se aproximou ainda mais, inclinando-se ao ponto de poder sentir o perfume suave que vinha dela.