Semente da Resistência

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Gaia

Gaia estava sentada em seus aposentos, os documentos administrativos do império espalhados à sua frente. Com sua atenção totalmente focada nas contas e relatórios, ela sequer notou a presença de Lucilla até que ouviu uma leve batida na porta. Assustada e temendo que algum servo pudesse ver os papéis, ela rapidamente os empurrou para dentro de uma gaveta.

Quando se virou, Lucilla já estava entrando, o rosto sereno, mas com um olhar curioso e atento.

— Lucilla — disse Gaia, surpresa. — Não esperava sua visita.

Lucilla sorriu suavemente, mas havia uma ponta de preocupação em seu olhar.

— Eu quis ver como estava. Notei que você pareceu... indisposta no caminho ao palácio. Ainda sente os mesmos enjoos?

Gaia hesitou, desconfortável. Ela não queria demonstrar fraqueza, especialmente quando sentia que cada passo seu estava sendo observado de perto. Ainda assim, Lucilla insistiu.

— Não precisa me esconder nada, Gaia. Eu só estou preocupada com sua saúde — Lucilla acrescentou em um tom quase maternal, examinando a expressão da jovem com olhos afiados. — E também... você notou se suas regras estão atrasadas?.

As palavras de Lucilla flutuaram no ar por um momento antes de se fixarem na mente de Gaia. Ela franziu o cenho, confusa, até que a pergunta de Lucilla começou a fazer sentido. Um sentimento de pânico crescente tomou conta dela.

— Atrasadas? — sussurrou Gaia, com o rosto empalidecendo à medida que realizava o que aquilo significava.

Lucilla se aproximou, segurando as mãos de Gaia com firmeza e olhando nos olhos dela com compaixão.

— É possível que esteja grávida, Gaia. Isso explicaria os enjoos... e o cansaço.

A compreensão atingiu Gaia como um golpe, e a ideia de estar grávida de Commodus a encheu de pavor. Ela recuou, os olhos arregalados, e começou a andar pela sala, tentando processar a notícia. Seus pensamentos estavam um turbilhão de emoções conflitantes medo, repulsa, desespero.

— N-não mas rápido assim? eu... eu não posso. Não pode ser verdade. — Ela murmurava, quase para si mesma, a voz trêmula. — Um filho... dele? Isso só vai... só vai me prender ainda mais a ele. Eu... eu nunca terei liberdade.

Lucilla, observando Gaia perder a compostura, aproximou-se novamente, desta vez com uma determinação mais fria em seu olhar. Ela segurou os ombros de Gaia, tentando ancorá-la, enquanto falava com firmeza e calma.

— Gaia, escute-me. Eu entendo seu medo. Mas agora você tem uma escolha a fazer. — Ela falou em um tom sério, o olhar penetrante. — Esse filho... se nascer sob o controle de Commodus, ele será tirado de você. Ele será moldado à imagem de Commodus, será o próximo herdeiro de sua crueldade.

Gaia, ainda em choque, olhou para Lucilla com uma expressão de confusão e horror. A ideia de estar grávida e seu filho ser criado por Commodus, moldado por seus valores, a encheu de pavor.

— Mas... o que posso fazer? Estou presa. Ele controla cada passo meu — disse Gaia, quase sem esperança.

Lucilla inclinou-se mais perto, sua voz baixa, mas carregada de intensidade.

— Não precisa ser assim. Já há outros que compartilham da nossa visão. Eu e o senador Gracchus estamos... apoiando alguém que pode tirar Commodus do trono. Maximus. — Ela fez uma pausa, medindo a reação de Gaia.

Gaia piscou, surpresa ao ouvir o nome do gladiador. A imagem de Maximus no Coliseu, triunfante e desafiador, passou por sua mente. Ela sentiu um lampejo de esperança, mas também de dúvida.

Oaths of Revenge - Gladiador (2000)Onde histórias criam vida. Descubra agora