Gaia
O salão de banquetes estava repleto de patrícios, senadores e dignitários de Roma, todos convocados às pressas pelo imperador para celebrar a chegada do tão esperado herdeiro. Era um evento grandioso, mas a atmosfera carregava uma tensão quase palpável. Commodus, sempre atento aos sinais de respeito e submissão ao seu redor, erguia-se com imponência ao centro do salão, pronto para fazer seu discurso.
Gaia vestia uma túnica púrpura imperial, fluindo em pregas elegantes, com um manto dourado de seda translúcida preso ao ombro por um broche adornado com rubis. Seus cabelos castanhos escuro estavam penteados em um coque elaborado, entrelaçado com fios de ouro, e uma coroa de louros dourada repousava com graça em sua cabeça, cada folha finamente moldada e reluzindo sob a luz.
No pescoço, ela ostentava um colar de pérolas com um pingente de safira, enquanto brincos longos e delicados acompanhavam seus movimentos elegantes. Suas mãos carregavam um anel com uma esmeralda imponente, símbolo de sua posição. Com um olhar marcado por kohl e um leve rubor nos lábios, Gaia era a perfeita encarnação de poder e graça, atraindo todos os olhares enquanto caminhava com serena autoridade ao lado de Commodus, sua figura uma promessa de estabilidade para o império.
A imperatriz observava atentamente cada rosto presente, sentindo a inquietude dos convidados. Para muitos, a notícia de um herdeiro significava a consolidação definitiva do poder de Commodus, uma ideia que causava desconforto. Ela sabia que precisaria intervir de alguma forma naquela noite, suavizar a imagem do marido e conquistar algum apoio entre a elite romana.
Commodus ergueu a mão, pedindo silêncio. Quando todos se calaram, ele começou a falar, sua voz reverberando pelo salão.
— Amigos de Roma, hoje celebramos um momento histórico — declarou ele, com um sorriso altivo. — Um herdeiro para o trono está a caminho, um símbolo da continuidade do nosso império, da força e da glória de Roma. Este filho será o futuro de nossa grande nação, um César destinado a governar com o mesmo espírito e poder que nos trouxe até aqui.
Os patrícios trocaram olhares desconfortáveis. Muitos estavam cientes das ambições impiedosas e da instabilidade que ele trouxera ao Senado e ao governo. Mas como sempre, mantinham uma postura de submissão aparente, aplaudindo polidamente o discurso do imperador. A imperatriz percebeu a tensão e se preparou para agir, decidida a suavizar o impacto daquelas palavras.
Commodus, satisfeito com a resposta da plateia, deu um breve aceno, sinalizando o fim do discurso. Ele sentou-se ao lado de Gaia, e os convidados começaram a se dispersar pelo salão, em grupos discretos, para comer, beber e conversar. Gaia aproveitou a oportunidade para circular entre eles, exibindo um sorriso gracioso, e colocando em prática sua diplomacia natural.
・ . ⋆ ・ . ⋆ ・ . ⋆ ・ . ⋆ ・ . ⋆ ・ . ⋆ ・ . ⋆ ・ . ⋆ ・ . ⋆ ・ . ⋆
Ela dirigiu-se primeiro aos patrícios mais antigos, aqueles que haviam conhecido sua família e ainda lembravam-se dos valores de Roma tradicional. Ela manteve uma postura serena e uma fala calma, mas com um toque de simpatia que não era comum aos membros da corte.
— Estou muito grata pela presença de todos esta noite. — Sei que os tempos têm sido difíceis, mas Roma é mais forte quando estamos unidos. Um herdeiro para o trono é uma promessa de estabilidade. Espero que possamos trabalhar juntos para garantir o futuro que todos desejamos.
Os homens assentiram com respeito, visivelmente tocados pelo tom genuíno dela. Gaia não precisou falar diretamente sobre Commodus bastou exibir sua própria calma e diplomacia para que muitos ali percebessem nela uma figura de equilíbrio. Sua presença transmitia uma leveza que contrastava com a autoridade implacável dele.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Oaths of Revenge - Gladiador (2000)
Historical FictionGaia filha de Marcus Annius Libo é a única sobrevivente de sua família após o cruel Commodus ordenar a execução de todos, pois seu pai se recusou a reconhecê-lo como herdeiro do império, Commodus então decide eliminar todos os possíveis herdeiros da...